Mariana já não sentia a antipatia inicial por Patrícia, pelo contrário, colocava nela uma grande confiança:— Sinto que minhas pernas melhoraram muito recentemente. Ontem, consegui ficar de pé com ajuda de muletas por alguns segundos. Quando sair o resultado, você pode me informar se já podemos fazer a cirurgia?Patrícia respondeu calmamente:— Não há pressa, se deite primeiro para eu aplicar a injeção.— Certo.Mariana confiava muito nela, ansiando por se recuperar logo, até o medo da dor estava superando.— Você parece bem jovem, mas sua habilidade médica é impressionante. — Disse Mariana, de bom humor, puxando conversa.— É razoável.— Você é muito modesta. Se você me curar, definitivamente vou agradecer muito. — Perguntou Mariana, suportando a dor. — Quanto tempo você acha que falta para eu poder ficar de pé?— Logo. — Respondeu Patrícia, aplicando a injeção habilmente e olhando para ela. — Está tão ansiosa para ficar de pé?— Claro, é como um cego que passa a vida buscando a luz.
Era uma mansão que, mesmo no inverno, se mostrava bem cuidada, com muitas flores que florescem o ano inteiro.Manuela ainda a observava com desconfiança:— Me deixe dizer, você só precisa cuidar da saúde da Srta. Sophie, não observe demais e nem faça perguntas excessivas.Patrícia, ao vê-la assim, não pôde deixar de sorrir:— Manuela, para ser sincera, muitas pessoas me procuram para consultas. Não me faltam pacientes como sua Srta. Sophie. Se não fosse pelo fato de sermos todas mulheres, talvez eu nem tivesse vindo.Manuela expressou desprezo:— Como pode ser tão jovem e já tão habilidosa? Você nem sequer tem um hospital fixo, está apenas aproveitando a boa vontade da Srta. Sophie para enganá-la.— Pense o que quiser.Patrícia entrou no quarto e foi envolvida pelo calor do aquecedor. Sophie também veio rapidamente segurar sua mão, dizendo:— A grande médica chegou. Desculpe, não estou me sentindo bem, então não pude ir recebê-la.— Não se preocupe, eu entendo.Patrícia olhou ao redor,
No momento em que Lorenzo viu Patrícia, sentiu o coração apertar, mas rapidamente se acalmou. Seus dedos já estavam estendidos e, naquele instante, recolhê-los seria apenas uma forma de se enganar. Com isso em mente, ele manteve seus pensamentos estabilizados e colocou a mão no ombro de Sophie naturalmente.— Sophie, esta é a Dra. Maitê, uma jovem muito habilidosa na medicina.Os olhos de Sophie brilharam ao olhar para Manuela:— Eu disse, Maitê é realmente uma grande médica.Lorenzo as apresentou de maneira natural:— Maitê, esta é minha irmã, Sophie. Não esperava que a médica milagrosa que ela mencionava fosse você.Sophie também sabia que não podia se referir a Lorenzo como um parceiro amoroso na frente dos outros, pois isso poderia causar problemas para ele. Ela não mostrou nenhuma expressão particular em seu rosto: — Lorenzo, então você conhece a Dra. Maitê?— Sim.Patrícia disfarçou a surpresa:— Então você é a senhorita da família Martins, que coincidência.Ela não esperava qu
— Minha irmã possui saúde delicada e prefere a tranquilidade, por isso passa o tempo se recuperando na mansão. Normalmente, os empregados se encarregam dos cuidados, mas eu faço visitas esporádicas para acompanhar sua recuperação. Hoje, soube que um médico renomado viria examiná-la e quis me assegurar de que não haveria enganos. — Explicou Lorenzo.— Entendo.Lorenzo não conseguiu captar a emoção no rosto de Patrícia, pois ela ainda mantinha uma máscara, embora sutil, que impedia a clareza de suas expressões.Isso aumentava a insegurança de Lorenzo, que até suspeitava de que isso fosse uma sugestão de Jorge.— O que isso tem a ver com a doença da minha irmã?O sarcasmo era evidente em seus olhos, claramente zombando da desculpa de consulta médica usada por Patrícia.— Tem sim. — Patrícia não disfarçou.— Estou curioso para saber quem está com ela e o que a gravidez dela implica nisso. Por favor, médico, esclareça isso para mim.Sophie arregalou os olhos, percebendo também certa hostili
Lorenzo ficou sério:— O que você quer dizer?Patrícia olhou ao redor, atenta aos empregados:— Sr. Lorenzo, podemos conversar em particular?— Venha comigo.Sophie também queria acompanhá-los, mas, incerto quanto à possibilidade de ela representar uma ameaça, Lorenzo pediu que ela aguardasse no andar inferior.Patrícia seguiu ele até o escritório, onde trancou a porta com uma senha. Uma vez a sós, Lorenzo abandonou a encenação:— Srta. Patrícia, por que todo esse esforço para se aproximar da minha irmã? Mesmo que tenhamos nossas divergências, direcione-as a mim. Minha irmã é ingênua e tem pouca experiência social. Ela não tem nada a ver com isso e, se você ousar fazer algo contra ela, eu... — Uma arma foi colocada na cabeça de Patrícia, e sua voz se tornou extremamente fria. — Eu farei você se arrepender de estar vivo.Patrícia, por outro lado, se manteve muito mais calma:— Sr. Lorenzo, se eu fosse você, não agiria tão impulsivamente. Eu nunca envolvi Sophie no nosso conflito com Te
Lorenzo fechou a mão em um punho e bateu com força na mesa. Seu rosto estava tomado por uma expressão sombria:— Quem seria tão cruel a ponto de envenenar uma criança tão pequena?— Pode estar relacionado à família biológica dela. Ela teve sorte até agora, mas se o envenenamento continuasse por mais um ano ou mais, provavelmente teria morrido.— Nos primeiros tempos após a adoção, ela realmente adoeceu com frequência, sendo várias vezes levada à UTI, frágil como se fosse feita de papel. — Lorenzo sentia uma dor imensa ao lembrar daquele período. — Mas ela é tão boazinha, nunca reclamou da própria saúde.Enquanto falava, Lorenzo de repente percebeu por que estava compartilhando isso com Patrícia! Por pouco não revelou demais.Felizmente, Patrícia não pensou muito nisso, sua atenção estava voltada para a origem de Sophie:— Você é realmente um bom irmão.Lorenzo mudou rapidamente de assunto:— Se for como você disse e ela foi envenenada, você pode desintoxicá-la?Patrícia negou com a cab
Lorenzo exibiu uma expressão complicada:— Esta criança foi um acidente. Seu pai morreu e, como irmão, tenho sido como um pai para ela todos esses anos. Posso tomar decisões por ela.Ao ouvir que sua filha adotiva não era casada e notando a relutância hesitante de Lorenzo em elaborar, Patrícia supôs que sua preocupação provavelmente era com a reputação da irmã. Como mulher, Patrícia podia entender, tendo passado por experiências semelhantes, ela queria oferecer ajuda e não insistiu na questão.— Certo, posso ver que a Srta. Sophie é uma pessoa muito gentil e bondosa, ela definitivamente se importa muito com esta criança. Você pode discutir com ela sobre a situação da criança. Se decidirem por um aborto, entre em contato comigo depois de um mês, e eu posso ajudá-la a se recuperar. Se bem cuidada, ela ainda poderá ter filhos no futuro.— Mesmo?— Não posso garantir isso, só posso oferecer ajuda para ela se recuperar. O quanto ela pode se recuperar depende do destino dela. Se optarem pel
No dia em que Patrícia Bastos recebeu o diagnóstico de câncer de estômago, Teófilo Amaral estava acompanhando sua “deusa” na consulta de saúde do filho dela.Nos corredores do hospital, Roberto Catelli segurava o relatório da biópsia, com um olhar sério:- Patrícia, os resultados dos exames saíram.