Patrícia saltou abruptamente da cama e, sem sequer calçar os sapatos, abriu a porta de uma vez:

— O que você disse?

Fernando parecia agitado:

— Foi isso que eu vi no quarto do chefe.

Havia um bilhete deixado para ele, instruindo-o a ficar ali e se tratar com calma.

Além disso, havia um envelope, uma pilha espessa de papéis.

— Este é o testamento que o chefe escreveu quando pensava que não sobreviveria à crise, esta carta é para você.

Patrícia pegou a carta pesada e voltou para o quarto para abri-la.

O que viu primeiro foi a caligrafia familiar dele, não com a força habitual de sua assinatura, mas uma escrita meticulosa, cada traço tão refinado quanto ele próprio.

[Paty, quando você ler esta carta, eu já terei partido deste mundo.

Você se alegrará com esta notícia ou sentirá tristeza? Na verdade, no momento da morte, percebi que não estava tão assustado quanto imaginava, até me senti em paz. Se eu morresse, será que poderia te encontrar?

Nos três anos longe de você, pen