Patrícia encontrou uma de suas camisas grandes, trocou de roupa rapidamente e se acomodou no saco de dormir.Logo Teófilo voltou, e Patrícia mostrou apenas a cabeça para fora, trazendo à mente os dias nostálgicos e íntimos logo após o casamento.Embora a roupa de Teófilo fosse à prova d’água, ela também havia se molhado bastante. Ele tirou o casaco e o pendurou no espeto, ficando apenas com uma camiseta branca.Por estar molhada, a camisa aderia ao corpo, destacando as linhas musculares de Teófilo.Ele pediu em voz baixa: — Paty... Posso tirar a camisa?Com as experiências da noite anterior, ele não se atrevia a perturbar Patrícia novamente.Ela virou a cabeça para o lado: — Tudo bem.Teófilo então retirou a camisa e a colocou no espeto para secar. Ao ver Patrícia virar a cabeça, ele sorriu como um bobo apaixonado.Parecia um sonho, Patrícia arriscando sua vida para encontrá-lo. Se isso não fosse amor, então o que seria?De repente, Teófilo sentiu que o envenenamento desta vez não ti
Patrícia, por natureza, já possuía pernas um tanto antiergonômicas, retas como se fossem de um desenho animado, o que era completamente incomum. Além disso, devido ao seu hábito frequente de imersão em fontes medicinais, até os seus pés eram brancos como neve, com um leve tom rosado, como claras de ovos descascadas. Essa pose destacava perfeitamente suas qualidades, sendo extremamente sensual.Teófilo engoliu em seco, se lembrando do que os dois fizeram na noite anterior no campo de milho.Era algo primitivo e ao mesmo tempo tremendamente excitante.— Paty...Teófilo estava com a boca seca.Patrícia virou a cabeça e percebeu que ele a observava com um olhar predatório, como um tigre à espreita de sua presa. Embora ambos fossem pais de quatro filhos, esse relacionamento de idas e vindas ao longo dos anos ainda fazia com que Patrícia agisse como uma jovem evitando compromissos.Às vezes, ela até se pegava se cobrindo subconscientemente, depois se questionando se estava sendo excessiva
Teófilo se agachou para começar a montar os pedaços de bambu que havia cortado. Durante o churrasco, ele coletou cascas de árvore e cipós, que transformou em corda após um leve processamento. Ainda sem camisa, as cicatrizes em suas costas ficavam expostas enquanto ele trabalhava agachado, o que dava a ele um ar bastante carismático.Com a cabeça baixa, Teófilo iniciou seu trabalho, explicando:— Eu estava preocupado com os insetos no chão, então cortei alguns bambus para fazer uma cama improvisada. Assim, você também pode dormir mais confortável à noite.Ele já estava acostumado a esse tipo de trabalho e poderia montar a cama em, no máximo, meia hora. Ao lado, havia folhas e feno que ele havia trazido, todos secos ao lado do fogo para garantir que estivessem completamente livres de umidade, embora fosse difícil imaginar como ele havia encontrado materiais secos sob uma chuva tão intensa.Seria mentira dizer que ele não sentia nada.— É só por uma noite, por que se dar ao trabalho?—
Este homem...Antes, ele era impulsivo e autoritário, tomando tudo o que desejava sem hesitação. Agora, essa cortesia repentina deixava Patrícia desconfortável.— Estou com fome. — Recusou Patrícia.Teófilo suspirou levemente, sem forçá-la a nada, apenas acariciando gentilmente sua cabeça:— Coma um pouco mais.Enquanto isso, ele voltava silenciosamente para continuar trabalhando na cama de casal.Mordendo a carne de javali, Patrícia tocava seu próprio rosto, agora quente e vermelho, provavelmente devido à alta temperatura dentro da caverna.Observando a robusta silhueta de Teófilo, ela pensou que nenhum homem como ele seria desagradável. Como naquela noite anterior, cheia de uma experiência sexual excitante, ela definitivamente sentiu algo.Deixando o ódio de lado, manter um relacionamento e compartilhar a cama com um homem como ele era um prazer extremo.No entanto, a maior diferença entre humanos e animais são os sentimentos. Ao pensar naquelas coisas, Patrícia sentia como se algo
Patrícia se lavou e se sentiu visivelmente mais relaxada, com os pensamentos gradualmente se tornando claros e uma decisão já se formando em sua mente.Quando ela se virou, viu Teófilo ocupado como um senhor.Ele estava tecendo uma cesta de pesca, tendo trazido consigo muitos biscoitos compactados, duas garrafas de água e algumas frutas.Inicialmente, ele planejava apressar a viagem, se contentando em beber de nascentes e colher frutas selvagens para sair o mais rápido possível.A forte chuva e a súbita aparição de Patrícia desorganizaram todos os seus planos. Parecia que amanhã também choveria, então Teófilo se apressou em tecer a cesta de pesca para se preparar.Patrícia, sem que ele percebesse, se sentou na cama de bambu que ele havia construído, balançando levemente suas pernas brancas como neve.— Você não fica cansado? — Perguntou Patrícia.Como ele não estaria cansado? Ele não dormira durante a noite, estivera ocupado o dia todo, e ainda por cima, o calor perto da fogueira era s
Patrícia percebe que a atmosfera estava estranha e, lentamente, começou a se mover para trás, se apoiando nas mãos contra a cama de bambu.Mas Teófilo, esperto, fez a cama ter apenas um metro e vinte de largura, não deixando espaço para onde ela pudesse fugir.Rapidamente, suas palmas encontraram a borda da cama de bambu.As palavras da noite anterior foram ditas no calor da raiva, mesmo quando ele a tocava sob a identidade de Raul, ela nunca realmente o achou nojento.Os humanos frequentemente usavam as palavras mais afiadas para machucar aqueles que estavam mais próximos quando estão irritados, ela jamais diria tais coisas novamente.— Foi só da boca para fora.Reconhecendo seus verdadeiros sentimentos, Patrícia perdeu a convicção que tinha no dia anterior.Teófilo, como um leopardo selvagem, se ajoelhou na cama e começou a rastejar lentamente em sua direção.Logo, Patrícia é completamente envolvida pela sombra escura que ele projetava, e seus únicos pontos de apoio são suas duas mão
Uma violenta tempestade varria tudo em seu caminho, as delicadas flores balançavam incessantemente ao vento e inúmeras pétalas eram arrancadas, se espalhando pelo chão. O tempo passou indefinidamente até que a chuva finalmente começou a passar. Patrícia se encontrava nos braços de Teófilo. Ela suspeitava seriamente que ele tinha feito aquilo de propósito, afinal, se dispunha de tempo e recursos para fazer uma cama de casal, por que não a fez um pouco mais larga? Em uma cama de apenas um metro e vinte, dois corpos dormiam lado a lado e, com Teófilo medindo quase um metro e noventa e possuindo um físico robusto, a cama ficava extremamente apertada para Patrícia. Sem alternativa, ela precisava ficar bem próxima a Teófilo, caso contrário, estaria abraçada ao chão. O saco de dormir foi aberto e utilizado como cobertor para ambos, e, sob ele, se encontravam despidos, podendo claramente sentir a textura da pele, a temperatura e os contornos um do outro. Para ser honesto, nunca haviam s
Patrícia arregalou os olhos, sem saber se estava mais surpresa por ele chamá-la de "amor" ou pela menção à vasectomia. Deixando de lado se haveria um futuro entre eles, ela nunca havia mencionado que queria que ele fizesse uma vasectomia.— Você sabe o que isso significa?Teófilo pegou sua mão e beijou o dorso, mas logo se incomodou com a sensação do curativo e moveu seus lábios para as pontas dos dedos dela, beijando elas como um fiel devoto adorando seu deus.— Isso significa que eu, Teófilo, amo apenas a Patrícia nesta vida. Antes era você, agora é você, sempre foi só você.O cérebro de Patrícia era um turbilhão, ela só queria seguir seu coração. Eles eram adultos e ela também tinha suas necessidades. Embora tivessem suavizado a relação, isso não significava que ela desejava se casar novamente, mas ele proferia tais palavras.— Eu não concordei em casar novamente, não importa o que você diga. — Teófilo, entretanto, segurou a ponta do dedo dela em sua boca, fazendo Patrícia estreme