Teófilo finalmente teve uma boa noite de sono, após se agitar até tarde na noite anterior, só adormecendo ao raiar da madrugada, o que o fez acordar somente à tarde. Ao acordar, se encontrou abraçado apertadamente a Patrícia, que ainda sonolenta, abriu os olhos e se sentiu como se seu corpo estivesse prestes a se partir. Aquele cretino havia prometido que certas coisas não se repetiriam mais de três vezes. No passado, ele se controlava, estipulando até mesmo quantas vezes fariam amor por mês. Agora, Patrícia percebia quão forte era a força de vontade de Teófilo anteriormente, a indulgência resultou em ela não conseguir sair da cama após a longa noite que tiveram, deixando seus corpos pegajosos e ela extremamente desconfortável.— Está ensolarado... Ah...Ela mal conseguiu terminar a frase, e todos os sons foram absorvidos por ele. Após outro longo beijo apaixonado, Teófilo finalmente a soltou: — Bom dia, Paty.O homem, satisfeito, parecia revigorado, como se tivesse rejuvenescido
Após intensas agitações, as ondas da água voltaram gradualmente à calma.Uma flor, arrancada de um galho pelo vento, flutuou suavemente até a superfície da água, e Teófilo a pegou casualmente, colocando ela no cabelo de Patrícia.Patrícia deu a ela um olhar repreensivo e prendeu habilmente seu cabelo com um pente.— Devemos nos aprontar para partir. Aproveitando o bom tempo de hoje, podemos avançar o máximo possível. Sair desta floresta levará cerca de sete dias. — lembrou Patrícia.— Está bem.Teófilo pegou os peixes que havia preparado na noite anterior, que serviriam de suprimentos para a próxima parada.Eles arrumaram suas coisas, e Teófilo, com uma mochila enorme nas costas, parou na entrada da caverna, olhando para trás com relutância.Patrícia, à frente, com uma expressão séria, disse: — Vamos logo.Somente então Teófilo voltou a si.— Vamos.Ele pensou que nunca esqueceria aquele lugar.Na segunda noite, não encontraram abrigo, e Teófilo teve que improvisar uma rede com cipós,
Patrícia encarava Teófilo, esperando que ele explodisse de raiva, preparada para seu furor. No entanto, Teófilo apenas suspirou:— Entendi, no fim das contas, Paty só quer ser uma vadia que não se envolve emocionalmente.O passado a havia condicionado a se sentir aprisionada, relutante em se restringir novamente em qualquer relacionamento por meio de artimanhas. Ser amante não exigia responsabilidades nem explicações dele, o essencial era que ela tinha a liberdade de se afastar a qualquer momento, sem a necessidade de discutir passado ou futuro com ele. Aparentemente, quando não há responsabilidades, qualquer relacionamento pode ser harmonioso.A vida é cheia de reviravoltas. Teófilo ainda se lembrava de quando Mariana insistiu que ele se casasse com ela, mas ele não conseguia esquecer Patrícia e chegou a sugerir que ela ficasse ao seu lado como amante. Anos depois, era ele quem buscava dela um status. Mesmo que fosse apenas o status de amante, ele tinha que ser muito grato. Se a
O som de um helicóptero quebrava o silêncio da pequena vila de pescadores, era claro que Gabriel estava chegando para buscar alguém.No entanto, o quintal não oferecia espaço suficiente para servir como heliponto, então o helicóptero continuava a circular no ar à procura do melhor local para pousar.Patrícia mordia o ombro de Teófilo:— Seu cretino, ainda não acabou.— Paty, você sabe quanto tempo eu demoro, a menos que...Quando Patrícia pensava em Lucas, aquela pessoa propensa a falar demais, ela só queria terminar logo. Ela se virou e abraçou o pescoço de Teófilo, mordendo seu lóbulo da orelha enquanto ofegava:— Teófilo, rápido......O helicóptero finalmente pousou na pequena praça, atraindo muitos curiosos. Lucas rapidamente chegou ao pequeno pátio da fazenda.— Por que o chefe veio aqui? Irmão, é aqui mesmo? Você não se enganou?Gabriel tirou os óculos escuros e respondeu friamente:— Não.— Olá, quem vocês estão procurando? — Os dois descreveram as características de Teófilo,
Patrícia trocou de roupa antecipadamente no vestiário do aeroporto, usando um grande chapéu e uma máscara espessa, se tornando irreconhecível. Sabendo que Teófilo estava voltando, o carro que o aguardava já havia formado uma longa fila. Ainda no aeroporto, Teófilo olhou para ela com relutância:— Paty.Patrícia cruzou os braços:— Teófilo, nós tínhamos um acordo. Você não vai quebrar sua palavra, vai?— Não, é só que eu vou sentir sua falta.— Agora sua posição ainda não é estável, e eu ao seu lado também não estou segura. Não deixar ninguém saber da minha existência é o melhor resultado, não é?Patrícia estava mais ciente dessas coisas do que antes. Teófilo sabia que ela estava certa, mas ainda assim relutava em aceitar.— Eu sei, eu só estou...Patrícia de repente tirou a máscara, ficou na ponta dos pés e beijou seus lábios. Teófilo estendeu a mão para abraçá-la pela cintura e aprofundou o beijo. Ele se tornou ainda mais preocupado com Patrícia, que havia finalmente reencontrado.
De volta ao antigo quarto de casal, onde Patrícia e Teófilo viveram, após a partida dela, Teófilo voltou a morar lá, mantendo tudo exatamente como ela havia deixado. O antigo quarto de bebê também foi renovado por Teófilo, que às vezes ficava lá com Diego. Todos os dias, Maria coloca um buquê de flores frescas na mesa de jantar, esperando pelo dia em que a dona da casa retornará. Talvez por saber que Patrícia também está na cidade, essa casa vazia não parece tão fria.Gabriel, impaciente, foi até o escritório para relatar os acontecimentos recentes. Uma notícia em particular chamou a atenção de Teófilo:— Você disse que Décio morreu? Como ele morreu?Teófilo não deixaria Décio escapar facilmente, e antes mesmo de poder agir, soube de sua morte. Gabriel mostrou uma postagem de um mês atrás em um site secreto. A foto de Décio era bem visível, e a maneira como o post foi feito lembrava os métodos que Teófilo usava contra seus inimigos. O número 100 era o código de Décio.— Descobri
Patrícia sorriu: — Não, nós não voltamos. Marcos tinha uma expressão que parecia dizer "Você acha que eu sou fácil de enganar?". Patrícia deu de ombros: — Bom, não nos casamos de novo, mas houve contato íntimo. — Você é direta. — Sou uma mulher normal, ter necessidades físicas não é normal? — Patrícia mostrou um pouco de seu lado feminino e ingênuo diante de Marcos. Não era uma relação amorosa, mais como de irmãos. Ao longo do caminho, Marcos a ajudou muito, e ela já o considerava um membro da família em quem podia confiar. Ele disse que sua família havia morrido, e ela também não tinha família. — Ele realmente te deixou ir. — Não tinha como segurar, a situação de hoje não está sob o controle dele. — Patrícia se sentou ao lado de Marcos, cutucando o peito dele com o braço. — E você, nesta idade, não tem nenhum desejo físico? Como resolve isso? Marcos deu a ela um olhar de soslaio, e Patrícia ergueu as mãos em rendição. — Tudo bem, só estou perguntando, não vá
Deitada na grande cama de dois metros, sobre um colchão macio, Patrícia não conseguia sentir nem um pingo de sono, não sabia se era por animação ou agitação. Após vários dias compartilhando as refeições e a cama com Teófilo, ela já se acostumara ao abraço quente dele. Se revirando na cama por uma hora, não só estava sem sono, como sua mente parecia mais clara do que nunca. Envolvida em um casaco, Patrícia pegou as chaves e desceu diretamente para a garagem, onde um carro esportivo preto chamativo disparou pela estrada. Teófilo, depois de um dia inteiro resolvendo problemas, olhou para o relógio e massageou as têmporas antes de voltar ao quarto. Ao abrir a porta, percebeu de imediato um leve cheiro de álcool no ar. Havia alguém ali! Antes que ele pudesse agir, uma figura emergiu das sombras em sua direção. O aroma familiar invadiu suas narinas, e seus olhos se iluminaram com surpresa e alegria: — Patrícia... A mulher já estava selando seus lábios. "Meu Deus." Enquanto ain