Capítulo 0013
O carro seguia em silêncio. As palavras ansiosas de Mariana ecoavam no interior do veículo, e Patrícia ouviu claramente a menção ao nome "Diego". Isso trouxe à tona lembranças de quando ela havia descoberto a gravidez e compartilhado a notícia com Teófilo, cheia de esperanças...

“- Teo, você vai ser pai! Estamos esperando um filho! Até já escolhi um nome para o bebê. Se for uma menina, será Alice Amaral. Se for um menino, será Diego Amaral. Nomes especiais só para nós dois. O que você acha?”

Mas as coisas tinham tomado um rumo completamente diferente, e ela desejava profundamente que estivesse errada. O olhar de Teófilo naquele momento não havia escondido suas emoções, e ele respondeu de forma firme:

- Ele se chama Diego Amaral.

A raiva a tomou, e ela não hesitou em desferir um tapa nele. Dessa vez, ele não se esquivou e recebeu o golpe em cheio.

- Como você pôde permitir que o filho dela tivesse o mesmo nome do nosso filho? - Patrícia não segurou a indignação. O filho era sua última linha de defesa, e as lágrimas rolaram como pérolas partidas. Quase enlouquecida, ela partiu para cima dele. - Seu monstro! Por que o destino teve que tirar a vida do nosso bebê? Por que não foi você quem morreu?

Os golpes implacáveis de Patrícia choviam sobre o corpo de Teófilo enquanto ela descontroladamente desferia cada um deles.

- Ele não merece levar esse nome! – Ela gritava.

Teófilo segurou suas mãos e deu uma ordem a Lucas:

- Vá para a Vila Montanha Dourada.

A agitação de Patrícia aumentou ainda mais:

- Estamos quase no cartório. Se você quer ir, terá que se divorciar primeiro.

- A criança está com febre alta. Preciso ir imediatamente.

A explosão de Patrícia continuou:

- Meu pai está inconsciente no hospital! A enfermeira não me permite vê-lo enquanto eu não pagar as despesas médicas! A vida do seu filho importa, mas a vida do meu pai não importa?

A menção a João trouxe um frio ao rosto de Teófilo:

- João é digno de ser comparado a Diego?

Patrícia estava tão furiosa que estava prestes a atacá-lo novamente, mas suas mãos foram seguradas. Teófilo gritou:

- Isso já basta?

Com o carro virando a curva que os levaria ao cartório, Patrícia olhou pela janela e viu o cenário passando rapidamente.

Para evitar mais resistência, ele a segurou firmemente em seus braços. O abraço que costumava ser reconfortante agora a mantinha prisioneira.

Ele era forte demais, e ela estava fraca demais para escapar. Ela só conseguia expressar sua impotência com raiva.

- Você ama a Mariana tanto assim? - A pergunta de Patrícia foi seguida por um silêncio tenso.

Teófilo parecia perdido em pensamentos. Enquanto ele a segurava, ele notou o quão magra ela tinha ficado desde o último ano. Ela estava irreconhecível, e ele sentia seus ossos claramente mesmo sob as roupas.

A flor delicada que ele costumava cuidar com todo o carinho do mundo estava murchando gradualmente. Era isso o que ele realmente queria?

Enquanto as dúvidas se acumulavam em sua mente, a imagem do corpo da mulher brutalmente assassinada apareceu diante de seus olhos, e suas mãos se apertaram aos poucos sobre a cintura de Patrícia.

Quando ele olhou para cima novamente, a ternura havia desaparecido de seus olhos, substituída por um frio imperturbável:

- Patrícia, você quer ver João sem os tubos de oxigênio? Acredite em mim, se você fizer isso de novo, eu faço isso imediatamente.

Patrícia agarrou suas roupas com força, suas lágrimas manchando sua camisa.

Ele costumava dizer que não a faria chorar, mas agora todas as suas lágrimas eram causadas por ele.

O ar dentro do carro parecia pesado, quase sufocante. Ela finalmente se acalmou, afastou-se dele e se sentou ereta.

Patrícia fungou e começou a falar:

- Teófilo, você é livre para visitar seu filho, mas não pode atrapalhar nossos planos por causa dos seus problemas. Não se preocupe, não vou ficar te incomodando. Mesmo que você não queira o divórcio, já está decidida. Não tenho o hábito de catar lixo.
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