DAVID
Não sabia o que fazer quando tudo aconteceu. Eu mesmo deveria ter falado com ela, e não o seu pai, ou melhor, o meu pai... Nosso pai. Porque querendo ela ou não, ele ainda era o seu pai. Eu não conseguia olhar para ela, não quando parecia que eu estava roubando a sua vida. Ainda assim, eu sabia que não era minha culpa, e nem dela. O nosso maior erro tinha sido nos apaixonarmos. E mesmo assim, não era um crime. O destino tinha nos unido de tal maneira, que se tivéssemos planejado tudo, talvez, não teria sido da forma que foi. Talvez, se ela fosse a filha da empregada e eu o filho do dono da empresa, talvez, nós não nos apaixonássemos. Eram muitos “talvez” em nosso caminho. Mas parado ali, naquela sala, a vendo partir completamente atordoada, eu soube que ela sempre seria a pessoa com quem eu mais me preocuparia no mundo. Ela, Thalía, seria o amor da minha
THALÍAUm mês antes...— Você já está pronta? — perguntou Clifford apressado e irritado.
THALÍAAcordei em uma cama de hospital, com meu pai ao meu lado. Eu não me sentia muito bem, pois tudo em meu corpo estava doendo. Com os olhos ainda pesados e sem muita força para falar, chamei por meu pai. O branco das paredes refletia a luz da sala, fazendo meus olhos doerem ainda mais.— Pai... — falei com a voz arrastada e debilitada, sentindo meu corpo doer e a minha cabeça latejar — Onde está Cliff?— Oi querida... Agora você precisa descansar... — no momento em que ele falou, senti que havia algo errado. Meu pai tinha algo em sua voz que o denunciou. Além da voz, seu semblante era carregado.— Pai, onde está Clifford? — perguntei irritada — Não me enrole...— Thalía... Você precisa descansar... — tentou me acalmar e fazer com que eu continuasse deitada na cama, mas ele sabia que não ia c
DAVIDMais um dia sem trabalho. Estava ficando difícil pagar meu curso de dança. Meu amigo Dean estava querendo que eu entrasse na agência na qual ele estava trabalhando como garoto de programa, ou melhor, agência de acompanhantes. Eu tinha que enviar dinheiro para minha mãe que estava doente de câncer já fazia dois meses. Os remédios estavam cada vez mais caros e ela só tinha a ajuda do dinheiro que euenviavapara ela. Apesar dos meus princípios, aceitei.Ainda me lembro do meu primeiro trabalho. Minha cliente era uma senhora que tinha idade para ser minha mãe e depois que terminei, senti repulsa por estar fazendo aquele tipo de trabalho.Ela me chamava de urso, gostoso, delícia e gritava a cada movimento de dança que eu fazia para agradá-la.Ela me lambia e passava a mão no meu pau, e se não fosse a ajuda do remédi
THALÍAMais uma manhã na minha vida, mas agora eu teria a companhia de um homem em casa, mesmo que eu tenha pagado para isso. Fez-me pensar no filme “Uma linda Mulher”, aquilo me fez sorrir, já que no caso dele seria... Ah, era melhor pensar em assuntos realmente importantes. Já passava das sete da manhã e era para eu já estar no meio do caminho para a reunião, que iria se prolongar pelo resto da manhã. Meu pai “O Grande poderoso Chefão” não tolerava atrasos, ainda mais no dia da grande votação. Os nomes iriam ser anunciados e votados pelos acionistas minoritários e majoritários, para a sucessão da cadeira da presidência.Na concorrência estaria o babaca do Eliot James (que sempre estava dando em cima de mim), a benfeitora e vadia da Catharine Deveraux (que só estava na briga por poder e por ser amante de Fred
DAVID— Merda. Merda. Merda — resmunguei ao tropeçar no tapete do quarto, quando a vi entrar.Ela estava ali, parada na minha frente, olhando fixamente para mim. Seu porte de executiva era uma novidade para os meus olhos, e o seu aspecto meigo também. Fiquei sem jeito ao perceber que ela me avaliava.Por que eu estava com vergonha dela?Merda.Meu zíper estava aberto.Que constrangedor.Fiquei esperando-a para o almoço, mas para minha surpresa um amigo dela chegou. Um cara engomadinho e bem-vestido. Boa pinta, mas não gostei dele assim que o vi. Era o tipo de cara que não se esforçava para ser arrogante, mas se esforçava para parecer educado. A sua postura dizia tudo. Eu tinha passado por poucas e boas, e já sabia, pela minha experiência, que aquele cara era perigoso e manipulador.Muito manipulador.— Boa tarde Sra. Cort
DAVIDAbri os meus olhos e não conseguia enxergar nada.Que horas seriam? Não... Não... Não. Merda!Saí da cama, como sempre tropeçando nos meus próprios pés e caindo de cara no chão. Ainda bem que no momento que começava a dançar tudo fluía bem. Na vida real meus pés não me ajudam nem um pouco. Respirei fundo, me levantando. Não que eu tivesse dois pés esquerdos, só que simplesmente o comando não chegava ao meu cérebro, principalmente quando acordava pela manhã. Ela estava deitada lindamente na cama, parecia um anjo de cabelos negros e boca rosada. Era assim que eu estava começando a enxergá-la. Thalía parecia ser o tipo de mulher que tomava suas próprias decisões, mas deitada ali, tudo que eu queria era tomar as decisões por ela. Por enquanto, ficava apenas no querer,
DAVIDPassar mais de trinta dias com ela seria algo diferente e um desafio para mim. Tão deliciosa. Fazer sexo com ela superou minhas expectativas, a ver gemendo e pedindo mais de mim dentro dela. Ver sua boca pedindo mais era algo muito gostoso. Saber que ia aproveitar mais daquele corpo, me deixava abundantemente feliz, mas todo cuidado era pouco. Ela era a primeira cliente jovem que tive depois que fui contratado pela agência, e já fazia muito tempo que não tocava em seios tão macios e firmes, a sensação tinha sido maravilhosa.O dia apenas havia começado, Maria, que a tratava como se fosse uma filha, preparou nosso café da manhã e já que não teria que ir para a dança naquele dia, resolvi ficar no apartamento, apesar das súplicas de Dean para sair e jogar futebol. Depois do café Thalía não me olhou diretamente nos olhos, não ente
THALÍAJá fazia três semanas desde o acontecido. Catharine sempre sorridente ao passar por mim dentro da empresa. Tinha sido ela quem havia deixado David irritado comigo por suspeitar deles. O clima estava mais calmo e fazíamos sexo em quase todos os cômodos do apartamento. Dei até umas férias para Maria, ela já não me aguentava suspirando em todas as vezes que David passava por mim.Hoje seria o dia de ir até a escola de dança pegá-lo para almoçar com seu amigo Dean. Nos últimos dias tínhamos ido a tantas lojas, que David não aguentava mais olhar para uma vendedora de sorriso largo. Ele não falava, mas sentia que não gostava que comprasse roupas para ele, e nem gostava de andar ou dirigir os carros, sempre suspirava e balançava a cabeça, resignado, todas as vezes que saíamos. Não entendia o porqu&ec