3. Garoto novo = problemas

- E esse ano teremos mais um novo aluno, para completar o nosso bom time, que é o Colégio Bernoulli. E com muito prazer que dou as boas vinda a Benjamin William.

E lá estava ele, com sua jaqueta de couro, calça justa e um lindo sorriso no rosto. Uma onda correu meu corpo, o auditório virou uma muvuca com a gritaria das meninas. Estavam presenciando a eleição barulhenta do novo rei do baile. A broaca da minha tia diz mais algumas coisas e somos liberados, sigo até o meu armário, e os celulares dos alunos apitam em sincronia com a chegada do horário escolar, nossa secretaria e bem versátil, mal temos que ir até lá, a escola tem seu próprio aplicativo onde você consegue fazer de uma reclamação sobre um professor á um pedido de transferência, basta alguns clicks e pronto. Carla e John se aproximam.

- Garota tu viste aquele espetáculo de homem? - Ele diz se abanando.

- Para com isso John você sabe que ele não é para o nosso bico - Carla abre seu armário conferindo o horário no celular - a gritaria no auditório deixou isso bem claro.

- Exatamente, ele já foi eleito o rei do baile só de ter entrado naquele palco. – Digo pegando meus livros do armário.

- Aí garotas! Sho para lá com estes pensamentos - Ele tira o iphone do bolso - Bora conferir os horários.

Carla ficou comigo em filosofia e espanhol, John em matemática e física. Até que não foi tão ruim estarei com um basicamente 4 dias da semana. Mas não demos tanta sorte, nossa primeira aula de hoje e separados, então pegamos nossas coisas e seguimos em direção às salas.

- Esse ano está com cara que vai ser uma bomba.

- Eu con... - Alguém tromba em mim fazendo todos os meus cadernos caírem no chão, me abaixo para pegá-los.

- Me desculpa, eu...

- Ei não peça desculpas a ela, ela não passa de uma escória, bisbórrias e coisas desse tipo. - Veronica e suas lacaias me lançam um olhar de desdenho e nojo, e puxam o rapaz que se desvencilhar de suas mãos e volta a se abaixar.

- Veronica quem você pensa que é para falar da Amber assim? - Carla avança e John a segura.

- Ninguém menos que a prima linda e rica desta bastarda. - Todos começam a rir, um grupo se formou em volta de nós nesse pouco tempo, que bando de carniceiro.

- Veronica eu sei que acabamos de nos conhecer, mas eu não acho certo você tratá-la sim. – Ele me entrega meus livros e nos levantamos.

- Benjamin querido, - Droga, que confusão eu me meti - logo você se acostuma como as coisas funciona aqui, e vera que ela não passa de uma bisbórria.

- Eu não consigo compreender como você pode tratar sua própria prima assim, isso é desumano demais. - Ele se aproxima de mim - Está tudo bem? Você se machucou? - Apenas consigo acenar com a cabeça positivamente e negativamente. John e Carla apreciam a cena como se fosse de um filme pré lançado.

- Benjamin querido, se afasta dessas... - Ela o puxa para seu lado - coisas.

- Coisas? Que coisas? Eu vejo pessoas aqui. - O queixo de Veronica cai, em consequência vem uma risada, que é seguida pelas suas lacaias e as pessoas em voltas, eu tento sair de cena, mas o grupo em volta forma uma cerca impossibilitando passar.

- O meu querido, e porque você é novo aqui. Deixa-me explicar a você, a nossa escola e mundialmente conhecida exatamente por colocarem as pessoas nos seus devidos lugares. - Ela me lança um olhar e a Carla entra na minha frente como defesa. Ela dá a volta no Benjamin e coloca seu braço sobre o seu ombro - Pessoas como nós, nascemos para governar, e tem pessoas que nascem para ser governados que é o caso da Amber.

- Você está louca? E onde fica o direito da igualdade? - Ele retira o braço dela dos seus ombros. - Isso não pode ficar assim. Vocês deveriam mudar isso, somos a nova geração, nos decidimos como vai ser o futuro.

- Mas que confusão e essa aqui? - A broaca da minha tia, ótimo. - Abram caminho. – Imediatamente os alunos que nos cercavam saem da frente, nos dando uma visão de onde está.

- Ah mamãe, que bom que chegou. - Ela corre para os braços da mãe como se fosse uma criança de cinco anos. - A Amber está incomodando meus amigos de novo, em especial nosso querido Benjamin. - Ela me lança um sorriso de Vitória, e eu desejei do fundo do meu coração ter levado aquela ovada.

- Amber venha comigo até a diretoria. – Gemo em frustração, afinal sempre assim. Sou impedida de sair do lugar pois alguém segura forte o meu braço

- Não, ela não fez nada que a faça merecer ser levada a diretoria. – E ele de novo se mete, esse garoto tem noção do quanto está prejudicando a minha vida?

- Mas claro que fez Benjamin querido, você não ouviu o que a minha filha disse.

- Sim ouvi e quero deixar bem claro que não concordo. Quem causou toda essa confusão foi eu, não ela. - Todos os olhos estavam voltados para mim, me espremi ainda mais atrás da Carla assim que me desvencilhei da sua mão. Hoje eu vou ser servida no jantar.

- Ok. – Minha tia tenta acabar o mais rápido possível com o circo que aquilo tinha se formado, afinal seria tão mais fácil se ele fosse apenas mais um dos herdeiros mesquinhos que estudava ali. – Pois bem, Veronica, Bernardo e você garota para minha sala. – Eu sentia o ódio que emitia dela. Foi por água abaixo o primeiro dia de aula casual que ela planejou. - O resto pode se encaminhar para as suas salas.

A multidão se dissipou, Carla e John me lançam um sinal de positividade e caminhamos em silêncio até a sala da minha tia.

- Você está muito encrencada e sabe disso né. - Minha tia fala após eu passar pela porta. - Então queridos sente-se e me contém o que aconteceu. - Veronica óbvio se expreme no sofá ao lado do Benjamin, e ele forma uma barreira humana entre nós duas, minha tia por outro lado da a volta em sua mesa e se senta confortavelmente em sua cadeira.

- Mamãe a Amber se jogou na frente do Benjamin e começou toda essa confusão. Ela queria chamar atenção tenho certeza. – Eu revirei os olhos ao ouvir aquilo.

- Isso é verdade AMBER? - Ela fez questão de enfatizar meu nome, eu apenas abaixei a cabeça e juntei as mãos, afinal não tem como lutar no território do inimigo.

- Não, não é - Todas nos viramos para ele, ele estava lutando ao meu favor desde que esbarrou em mim, que tipo de cara e você Benjamin? Porque se continuar assim você já pode encomendar meu funeral.

- Claro que é Benjamin querido. Isso tudo não passa de um plano dessa aí, ela quer a qualquer custo conseguir um homem rico para sustentá-la. - Veronica alisa o antebraço dele e se vira bruscamente para mim - Não se engane com essa carinha de boa moça.

- Tenha modos Veronica. – Finalmente alguém impede ela de comer o menino vivo.

- Desculpas mamãe. - Ela volta a se virar para mim - E que essa daí me tira do sério e você sabe disso. – Ela age como se esse fosse o motivo da sua mãe lhe chamar atenção, e não pelo fato dela está se esfregando no pobre rapaz.

- Eu não consigo entender como podem tratar a própria família assim! – Benjamin volta ao mesmo ponto. Que garoto chato, finge que não viu igual todo mundo.

- Eu já lhe expliquei bobinho, Reis e servos lembra? – Essa garota realmente acha que vai dominar o mundo com esse dilema, sendo que ela vive da minha herança.

- Desculpa Veronica, mas isso não vai com meus princípios básicos.

- Benjamin querid... - Minha tia começa a se pronunciar, mas ele a interrompe.

- Parem de me chamar de querido, que só estão me deixando mais encabulado.

- Desculpa queri... Desculpa. – Ele deixou as duas broacas sem fala numa tacada só? E isso mesmo? Eu vivi para ver esse momento.

- Como essa conversa estou vendo que não vai acabar em nada, eu e a Amber já vamos indo. - Ele se levanta e me leva consigo, não só bastante isso ele abre a porta e me dar passagem, a fecha com a maior indiferença. – Alguém avisa a esse garoto que ele me enterrou viva.

- O que foi àquilo? Por que você deixa isso acontecer? - Me recuso a responder, ele não tem nada a ver com a minha vida afinal, assim que cruzarmos esse correr ou vou voltar a ser a garota estranha e ele o rei do baile. - Ei me responda. - Ele me prende contra a parede, passa várias respostas em minha cabeça, mas só sai.

- Eu não sei.

- Como você não sabe? - Ele está gritando comigo. Não grita comigo... – Você não pode ficar se submetendo a essas humilhações.

- Eu... Eu... - Minha garganta queima e meus olhos ardem, não acredito eu estou chorando.  Que droga você está fazendo Amber? Você passa por coisa pior, vai chorar na frende desse mauricinho?

- Desculpa eu não queria te assustar, pelo que vi você já passa uma barra. Não foi minha intenção juro. - Não quero ouvir mais nada, apenas me desvencilho e saio o mais rápido que consigo dali. Ele não me conhece, não sabe da minha história. Acabou de chegar e achar que sabe de tudo pelo um terço do que viu. Eu odeio essa escola. Eu odeio essa cidade. Eu me odeio. - Amber calma.... Amber espera eu não...

Continuo a correr sem rumo, todos são assim, todos nessa infeliz cidade são assim. E eu pensando que ele fosse diferente, assim que ele teve uma oportunidade ele se mostrou quem realmente é. O que seu status significa. Paro de corre quando sinto meus pulmões queiram. Estou no pátio posterior, parte mal movimentada da escola, conhecida como ala dos rejeitados, me sento e sinto meu celular vibra, e o grupo de John fez as três mosqueteiras.

John: Gente o que foi àquilo? Um herói ao resgate.

Aonde esse homem fabuloso estava que não veio salvar sua princesa antes das garras da tia má? 🤔🧐

Carla: Eu também fiquei chocada quando ele entra em defesa da Amber.

Já vejo uma linda história de amor se formando. 💏💑

John: Eu também miga.

Eu super apoio o casal. ❤

Amber: Vocês querem ficar quietos que não sabem de nada.

Àquilo era tudo um teatro, assim que ele teve uma oportunidade ele me pós no meu lugar, gritou comigo e tudo. 😑😔😭

Carla: A deixa ele comigo. Eu mesma terei o prazer de quebrar a cara dele.😡👊

É John não ouse defender ele.

John: 🤐

Não toca naquele rostinho lindo. PLEASEEEEE

Coloquei meu celular no mudo, não queria ouvir mais sobre nada disso. Assim que o sinal bateu segui para a minha aula seguinte, e assim segui meu dia, afinal não é nada fora dos parâmetros. Eu não sonho com nenhum príncipe encantado como a Carla, sonho em ter dinheiro o suficiente para ir embora daqui.

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