POR LENISSYAA coragem dos líderes parecia contagiar as multidões. Aos poucos, todos começaram a proclamar a frase em conjunto, repetidas vezes, como se tentassem convencer a si mesmos de que conseguiríamos, de que estávamos juntos nessa batalha.— Estão chegando! — alertou Lunester, emergindo da multidão acompanhado por Miridar. — Precisamos evacuar. Não temos como vencer!— Do que estão falando? — perguntei, enquanto nos reuníamos em círculo para ouvir o que tinham a dizer.— As sombras no céu são um prenúncio — explicou Lunester, enquanto mantinha os olhos fixos no horizonte. Seguimos seu olhar e percebemos que não se tratava apenas de alguns pontos escuros; a maior parte do céu estava tingida por um azul profundo e sombrio.— Reuniram todas as suas frotas — afirmou ele com seriedade. — Estão apostando tudo neste lugar.— Ficar aqui é uma missão suicida. Vamos todos morrer sem sequer ter como revidar — comentou Miridar, apavorado.— Se não defendermos este lugar, não haverá mais re
POR LENISSYANão pude deixar de olhar, pasma, para Henry. Mesmo que não pudéssemos vencer, desistir não era uma opção. Havia muito em jogo nessa guerra!— Se continuarmos do jeito que estamos, não vamos durar mais do que meia hora — explicou ele. — Tanto o ataque quanto a defesa deles são superiores aos nossos. Assim que rastreiam um portal, conseguem emitir ataques em alvos estrategicamente selecionados.— Fechem os portais! — ordenou Saitron, concordando que aquilo nos colocava em desvantagem. Além disso, nem mesmo as lâminas zafisianas estavam resistindo; várias já se quebravam sob o impacto dos disparos.— O que foi isso? — perguntou Alister, aproximando-se de nós.— Eles começaram a testar diferentes formas de ataque até encontrarem uma maneira eficaz de burlar o manto de força zafisiano — explicou Saitron. A desvantagem para o nosso lado ficava cada vez mais evidente.— Não podemos continuar parados! — disse meu marido, reaproximando-se com determinação.— O que vai fazer com es
POR ALISSYAO som ao meu redor era como de muitas águas correndo, como cachoeiras despencando ou como águas de um grande rio batendo nas pedras e formando ondulações. Eu não podia vê-las, apenas ouvir já que a forte luz me impedia de abrir os olhos. Eu havia morrido, mas meu interior estava tomado de paz e calmaria. Onde minha alma estaria agora?Caminhei sem rumo, sem nunca tropeçar ou me cansar. Por um breve instante, senti um cheiro como de terra molhada pela chuva, e perdi a percepção dos meus próprios pés. Foi então que meus olhos puderam finalmente se abrir.Eu estava flutuando bem no meio de uma caverna vertical e, ao meu redor, águas de um azul-celeste jorravam em cascata, iluminadas por uma luz serena. Estiquei minha mão até a corrente mais próxima, mas não consegui tocar a água. Ela se afastava de mim, como se eu a repelisse com minha presença.A marca da balança brilhava intensamente em minha mão translúcida, e eu olhei para baixo. Havia uma piscina de águas cristalinas, ch
POR ALISSYAO bater suave e constante das minhas asas era um teste. Eu as sentia completamente, tanto quanto sentia e movimentava meus dedos. Olhei para o espelho, satisfeita com a formosura de minha aparência.Garyos me providenciou trajes elegantes, compatíveis com o meu novo corpo, enquanto eu repousava. Os tecidos de minha túnica branca com bordas douradas contrastavam com as calças que eu vestia por baixo, de um azul intenso e vívido.Será que eu ainda cresceria mais um pouco? Girei o corpo, analisando-me, e calculei ter aproximadamente um metro e sessenta.— Oi, querida! Podemos entrar? — perguntou Perla, espiando pela fresta da porta. Assenti com a cabeça, e Garyos entrou logo atrás dela.— Precisa de mais alguma coisa, filha? — perguntou meu pai.— Não, obrigada! Apenas estou tentando me habituar às asas. — Agitei-as no ar de forma constante, mas não consegui me levantar do chão.— Você ainda me parece tão fraquinha. Talvez devesse comer um pouco mais —disse Perla, com os olho
POR ALISSYA— Uma explicação mais detalhada sobre o que vamos fazer cairia bem... — resmunguei, ao perceber Zadiel desaparecer logo após o pronunciamento.— Não há muito o que explicar. Os targarianos estão prestes a realizar um ato genocida que destruirá uma galáxia e impactará nas demais. Só temos que detê-los! — pronunciou-se o ser de pele cinza-esverdeada.Enquanto isso, o grupo começou a se dispersar, cada um indo para um canto. Deliot sacou sua espada da bainha e iniciou uma espécie de aquecimento.— Qual é a dessa espada? — perguntei, curiosa ao vê-la ficando vermelha, como brasa viva.— Chamam-na de lendária espada das chamas, forjada especialmente para a primeira escolhida. Foi criada para suportar altíssimas temperaturas. Quando ela sucumbiu na segunda invasão, seu primogênito herdou a lâmina e conseguiu a vitória por Zafis. Desde então, a espada tem sido passada de geração em geração, até chegar a mim.— Parece realmente quente — comentei, fascinada. Era intrigante observar
POR LENISSYAAlgo naquela jovem era especial; eu podia sentir isso. Minha marca reluzia suavemente, tremulando em resposta à sua presença, como se de alguma forma estivesse conectada a ela.— Não pode ser... — sussurrou Miridar, interrompendo a conjuração.— É ela! — exclamou Lunester, também parando a conjuração. Ele estava chorando... de felicidade!? — É a Alissya!— Quem é Alissya? — perguntou Alister, confuso. Talvez tivéssemos esquecido de contar a ele sobre o passado de Lincy...— Ela está dizendo: "Não precisam mais se preocupar. Agora estou aqui!" — anunciou Zuldrax em tom aliviado, observando-a atentamente com um sorriso. Em seguida, deixou seu corpo pender para trás, sentando-se mais relaxado.— LIN! — gritei a plenos pulmões, minha emoção transbordando enquanto eu também cessava a conjuração. — VOCÊ CONSEGUIU!Sim! De alguma forma, ela se tornara uma ômega e estava de volta, trazendo reforços. Eu estava tão feliz por tê-la novamente conosco que quase me esqueci da frota ain
POR LENISSYAA batalha feroz parecia favorável a nós; os poucos guerreiros que ainda restavam fora das naves, não derrotados pelos escolhidos, tentavam fugir de volta, sem sucesso. Embora muitos dos nossos começassem a comemorar, eu sabia que algo ruim estava por vir.— Precisamos reerguer o escudo! — alertei Lunester e Miridar, elevando minhas mãos para reiniciar a magia. A marca em minha mão voltou a vibrar de forma estranha, como se fosse outro pressentimento.Logo depois, o guerreiro "insano" mencionado por Zuldrax se teletransportou para perto de nós. Um arrepio percorreu meu corpo diante da aura aterrorizante dele. Era de um roxo intenso, a mais calculista que eu já havia visto em toda a minha vida. Seus olhos, de íris avermelhada, fixaram-se na marca em minha mão com desconfiança. A tensão foi quebrada quando a atenção se desviou para os recém-chegados.— Alissya... — Miridar fraquejou no momento em que Lincy apareceu perto de nós, trazendo os demais visitantes por teletranspor
POR ALISSYATecnologia primordial: apesar da mínima noção que eu tinha a respeito, era assustador vê-la em ação. Em questão de meio minuto, toda a frota targariana foi completamente varrida. Havia uma forte vibração no ar, como um canto. Era como se a tecnologia tivesse sido incorporada às cordas vocais dos interdimensionais, e sua força ressoasse através das vibrações sonoras.A marca na minha mão começou a brilhar de forma mais suave, e a vibração se acalmou. O chamado que emiti pela marca perdeu força, puxando todos os interdimensionais de volta à sétima dimensão. Agora eu sobrevoava sozinha, encarando os arredores com um vazio no coração. A vitória era nossa, mas o que eu faria da minha vida a partir de agora?Eu tinha um plano inicial. Quando a missão acabasse, eu voltaria para o meu lar na Terra, continuaria exercendo minha profissão de advogada e, quem sabe, voltaria para a casa dos meus pais. Porém, Lincy desapareceu, e meus pais não reconheceriam esse meu novo rosto, tampouco