Por Zuldrax
Lenissya estava extremamente atenta à minha explicação, como se esperasse por algo mais. Eu queria muito saber o que se passava em sua mente.
— Posso saber o que está pensando? — perguntei, finalmente.
— Só estava fazendo uma comparação boba, para entender melhor — respondeu ela, com um toque de timidez.
— Então me diga — incentivei-a.
— Comecei a comparar a dióxy-mestre a um organismo vivo. Os seres vivos que circulam neste mundo seriam como bactérias dentro desse organismo, e os ramos de energia funcionariam como seu sistema circulatório, com os anticorpos representando suas defesas naturais. Nossa aura, nesse caso, seria como uma cápsula protetora contra esses anticorpos. Isso também explica por que uma pessoa é desintegrada quando morre: assim que essa cápsula começa a se desfazer, o sistema de defesa reconhece o corpo como uma ameaça e o elimina. O mesmo deve acontecer com as auras corrompidas de que
Por Lenissya“Isso não é um adeus?” Foi o que ele disse, mas sem piedade? Por que ele insiste nisso? Por que não admite que também sente algo por mim? Eu sentia isso emanando da aura dele. Quanto a ter desperdiçado minha energia, ele estava certo. Mesmo depois desse longo diálogo, eu continuava extremamente cansada.Forcei-me a levantar, mas estava fraca demais para continuar levitando. Dei alguns passos à frente, mas logo caí, dominada pela tontura. Talvez fosse melhor ficar no chão e descansar um pouco. Apesar do meu estado, tudo o que aconteceu valeu a pena. Consegui obter mais informações, aprendi um feitiço incrível—um dos mais interessantes que já li—e já estava ansiosa para usá-lo de novo. Além disso, consegui me entender com Zuldrax, ao menos um pouquinho.Ao fechar os olhos, as lembranças dos últimos acontecimentos vieram à tona, insistentes. Muitos detalhes ocultos rondavam minha mente, ávida por respostas. Como alguém se
Por LenissyaMinha mente estava confusa, cheia de hipóteses. Se fosse isso, no momento em que esse selo foi desfeito, eu fiquei vulnerável a alguma força desconhecida. Essa força continuaria a me perseguir e a tentar me envolver. Então era contra essa força que eu lutava? Caí no chão, desesperada, sem saber o que fazer. O unigus se deitou ao meu lado, envolvendo-me com seu corpo. Mais uma vez, ouvi sua mensagem através de sua aura:— Destrua essa força e liberte a todos.— Eu não sei como — respondi enquanto o abraçava. Eu estava com medo, mas não podia ficar me lamentando. Tinha que ser rápida antes que perdesse a luta contra essa força e me corrompesse também. — Mas vou descobrir! Preciso ir! Obrigada, amiguinho, e adeus!Levantei-me e comecei a levitar de volta para Henir. Eu tinha passado muito tempo dormindo, porque, quando fechei meus olhos, o sol iluminava intensamente o ambiente. Agora já era noite, e novamente tive
Por LenissyaHoras se passaram, e eu constantemente acompanhava a situação tocando no chifre do unigus, enquanto ele corria sem parar. Alister estava se aproximando de Zuldrax e parecia que conseguiria interceptá-lo antes de chegarem ao primeiro vilarejo.— Ainda estamos muito longe? — perguntei, inquieta.“Sim, mas não posso correr mais rápido do que isso,” respondeu o unigus.— Sinto tanto medo. Por que eles fazem isso? — O aperto no meu coração só aumentava ao imaginar o que estava por vir e as perdas que esse confronto traria.— Há séculos, a energia está corrompida, e nós, seres desta terra, repudiamos isso, evitando a todo custo o contato com a sua espécie. Não era assim quando vocês chegaram.— Quando chegamos? — perguntei, intrigada.— Sim! Povos refugiados, trazidos por um feitiço do seu povo. Quantos mundos os halisianos atravessaram até chegar aqui? No m
LenissyaOs zafisianos se aproximavam rapidamente da tropa halisiana. A linha de defesa, junto com Alister, começou a conjurar um novo feitiço em conjunto. Os ataques cessaram, e um imenso círculo de energia se expandiu, cobrindo uma vasta área e forçando os zafisianos a recuar. Era como um campo de força em constante expansão, obrigando-os a desfazer seu avanço.Zuldrax, no entanto, não recuou. Com a espada escarlate, ele fez um corte no círculo de energia e o atravessou. Outros quatro membros da mesma linha de ataque aérea o acompanharam. Era uma loucura eles entrarem sozinhos naquela zona, mas isso não os deteve. Uma parte dos halisianos se concentrou em manter o escudo de energia, enquanto outra parte retornou a posições defensivas, criando escudos em torno dos mais vulneráveis. Além disso, outra parte dos halisianos começou a invocar selos de energia de aprisionamento, que, ao serem pisados, imobilizavam quem os tocasse.Em me
Por LenissyaEu ainda estava a horas de distância do local e não conseguiria fazer nada para proteger meu irmão ou impedir que Zuldrax se ferisse ainda mais nessa onda de loucura."Se não quer que ninguém morra, vá!", a voz do unigus ecoou em minha mente, incentivando-me a agir. Ele estava certo; era hora de dar o meu melhor. Visualizei rapidamente o campo de batalha: um descampado plano, com terra marrom-clara.— Obrigada! — disse, acariciando o unigus uma última vez. Ele já havia feito tanto por mim, e eu lhe devia muito. — Teletransporte!Dessa vez, algo foi diferente. A transição do ponto de invocação ao de destino não foi instantânea, dando-me alguns segundos para pensar no que fazer e me posicionar corretamente no campo de batalha. Isso também diminuiu minha vertigem, e senti que menos energia estava sendo desperdiçada, apesar da maior distância percorrida.Surgi bem na frente do escudo de Alister, surpreendendo
Por LenissyaQue doce tranquilidade! Era uma noite serena, e enquanto a maioria já dormia, eu permanecia sentada nos degraus de uma das cabanas do vilarejo onde paramos para repousar. Não conseguia desviar o olhar das luas, que brilhavam intensamente no céu. Desta vez, até algumas estrelas podiam ser vistas.Os moradores do vilarejo nos receberam calorosamente, oferecendo-nos mantimentos e um lugar confortável para passar a noite. Eu estava sozinha, hipnotizada pelo céu, quando um calafrio percorreu meu corpo ao ver uma sombra cobrir metade de uma das luas.Aquela cena durou pouco; a sombra desapareceu rapidamente, levando consigo meus sonhos mais tranquilos. Depois de tudo o que acontecera, não havia mais nada que eu pudesse mudar. Minha mente estava ocupada, imaginando os zafisianos em fuga e a patrulha fervorosa tentando expulsá-los.— Fiquem bem! — murmurei, desejando segurança a ambos os lados. Do fundo do meu coração,
Por LenissyaO sol acima de nossas cabeças iluminava toda a praça central de Henir. O que aqui chamam de praça possui um formato circular, cercado por uma construção de madeira com aberturas que permitem a entrada e saída das pessoas. Ao longo da praça, há canteiros de plantas e, nos cantos, alguns bancos.Ainda dentro dessa construção, há dois portões que conduzem a outras duas edificações de madeira, também em forma circular, conectadas diretamente à construção central. Este local é conhecido como a escola de magia de nosso mundo.A área central é aberta a todos e usada para treinamentos simples de nível 1. As construções anexas à área central têm acesso mais restrito: uma delas é reservada para magos aprendizes de nível 2, e a outra para os de nível 3. Entre as três construções circulares, há um edifício triangular que contém cópias de quase todos os livros da biblioteca real. A entrada para essa biblioteca é única, voltada para
Por LenissyaNo dia seguinte, permaneci em meu quarto. Keissy me trouxe uma refeição pela manhã, no momento em que eu estava com a carta de Elric na mão, relendo-a.— O que é isso, princesa?— É uma longa história... — hesitei por um instante, mas o interesse dela parecia genuíno, então resolvi resumir. — É um relato de Elric sobre a última reunião que ele teve com Adrak e Kraldar, a mesma reunião em que discutiram caminhos pacíficos para a paz, mas que terminou com o desaparecimento deles.— Como você conseguiu isso? — O olhar surpreso dela mostrava que ela mal podia acreditar no que eu havia dito. O mais curioso era que ela não contradizia a ideia de buscar um caminho pacífico. A maioria dos halisianos não parecia interessada em alternativas pacíficas para o fim da guerra, então fiquei admirada com a importância que ela deu à questão que levantei.— Eu fui a Julitar. Sei que o que vou dizer agora pode parecer loucur