Por Lenissya
Minha mente estava confusa, cheia de hipóteses. Se fosse isso, no momento em que esse selo foi desfeito, eu fiquei vulnerável a alguma força desconhecida. Essa força continuaria a me perseguir e a tentar me envolver. Então era contra essa força que eu lutava? Caí no chão, desesperada, sem saber o que fazer. O unigus se deitou ao meu lado, envolvendo-me com seu corpo. Mais uma vez, ouvi sua mensagem através de sua aura:
— Destrua essa força e liberte a todos.
— Eu não sei como — respondi enquanto o abraçava. Eu estava com medo, mas não podia ficar me lamentando. Tinha que ser rápida antes que perdesse a luta contra essa força e me corrompesse também. — Mas vou descobrir! Preciso ir! Obrigada, amiguinho, e adeus!
Levantei-me e comecei a levitar de volta para Henir. Eu tinha passado muito tempo dormindo, porque, quando fechei meus olhos, o sol iluminava intensamente o ambiente. Agora já era noite, e novamente tive
Por LenissyaHoras se passaram, e eu constantemente acompanhava a situação tocando no chifre do unigus, enquanto ele corria sem parar. Alister estava se aproximando de Zuldrax e parecia que conseguiria interceptá-lo antes de chegarem ao primeiro vilarejo.— Ainda estamos muito longe? — perguntei, inquieta.“Sim, mas não posso correr mais rápido do que isso,” respondeu o unigus.— Sinto tanto medo. Por que eles fazem isso? — O aperto no meu coração só aumentava ao imaginar o que estava por vir e as perdas que esse confronto traria.— Há séculos, a energia está corrompida, e nós, seres desta terra, repudiamos isso, evitando a todo custo o contato com a sua espécie. Não era assim quando vocês chegaram.— Quando chegamos? — perguntei, intrigada.— Sim! Povos refugiados, trazidos por um feitiço do seu povo. Quantos mundos os halisianos atravessaram até chegar aqui? No m
LenissyaOs zafisianos se aproximavam rapidamente da tropa halisiana. A linha de defesa, junto com Alister, começou a conjurar um novo feitiço em conjunto. Os ataques cessaram, e um imenso círculo de energia se expandiu, cobrindo uma vasta área e forçando os zafisianos a recuar. Era como um campo de força em constante expansão, obrigando-os a desfazer seu avanço.Zuldrax, no entanto, não recuou. Com a espada escarlate, ele fez um corte no círculo de energia e o atravessou. Outros quatro membros da mesma linha de ataque aérea o acompanharam. Era uma loucura eles entrarem sozinhos naquela zona, mas isso não os deteve. Uma parte dos halisianos se concentrou em manter o escudo de energia, enquanto outra parte retornou a posições defensivas, criando escudos em torno dos mais vulneráveis. Além disso, outra parte dos halisianos começou a invocar selos de energia de aprisionamento, que, ao serem pisados, imobilizavam quem os tocasse.Em me
Por LenissyaEu ainda estava a horas de distância do local e não conseguiria fazer nada para proteger meu irmão ou impedir que Zuldrax se ferisse ainda mais nessa onda de loucura."Se não quer que ninguém morra, vá!", a voz do unigus ecoou em minha mente, incentivando-me a agir. Ele estava certo; era hora de dar o meu melhor. Visualizei rapidamente o campo de batalha: um descampado plano, com terra marrom-clara.— Obrigada! — disse, acariciando o unigus uma última vez. Ele já havia feito tanto por mim, e eu lhe devia muito. — Teletransporte!Dessa vez, algo foi diferente. A transição do ponto de invocação ao de destino não foi instantânea, dando-me alguns segundos para pensar no que fazer e me posicionar corretamente no campo de batalha. Isso também diminuiu minha vertigem, e senti que menos energia estava sendo desperdiçada, apesar da maior distância percorrida.Surgi bem na frente do escudo de Alister, surpreendendo
Por LenissyaQue doce tranquilidade! Era uma noite serena, e enquanto a maioria já dormia, eu permanecia sentada nos degraus de uma das cabanas do vilarejo onde paramos para repousar. Não conseguia desviar o olhar das luas, que brilhavam intensamente no céu. Desta vez, até algumas estrelas podiam ser vistas.Os moradores do vilarejo nos receberam calorosamente, oferecendo-nos mantimentos e um lugar confortável para passar a noite. Eu estava sozinha, hipnotizada pelo céu, quando um calafrio percorreu meu corpo ao ver uma sombra cobrir metade de uma das luas.Aquela cena durou pouco; a sombra desapareceu rapidamente, levando consigo meus sonhos mais tranquilos. Depois de tudo o que acontecera, não havia mais nada que eu pudesse mudar. Minha mente estava ocupada, imaginando os zafisianos em fuga e a patrulha fervorosa tentando expulsá-los.— Fiquem bem! — murmurei, desejando segurança a ambos os lados. Do fundo do meu coração,
Por LenissyaO sol acima de nossas cabeças iluminava toda a praça central de Henir. O que aqui chamam de praça possui um formato circular, cercado por uma construção de madeira com aberturas que permitem a entrada e saída das pessoas. Ao longo da praça, há canteiros de plantas e, nos cantos, alguns bancos.Ainda dentro dessa construção, há dois portões que conduzem a outras duas edificações de madeira, também em forma circular, conectadas diretamente à construção central. Este local é conhecido como a escola de magia de nosso mundo.A área central é aberta a todos e usada para treinamentos simples de nível 1. As construções anexas à área central têm acesso mais restrito: uma delas é reservada para magos aprendizes de nível 2, e a outra para os de nível 3. Entre as três construções circulares, há um edifício triangular que contém cópias de quase todos os livros da biblioteca real. A entrada para essa biblioteca é única, voltada para
Por LenissyaNo dia seguinte, permaneci em meu quarto. Keissy me trouxe uma refeição pela manhã, no momento em que eu estava com a carta de Elric na mão, relendo-a.— O que é isso, princesa?— É uma longa história... — hesitei por um instante, mas o interesse dela parecia genuíno, então resolvi resumir. — É um relato de Elric sobre a última reunião que ele teve com Adrak e Kraldar, a mesma reunião em que discutiram caminhos pacíficos para a paz, mas que terminou com o desaparecimento deles.— Como você conseguiu isso? — O olhar surpreso dela mostrava que ela mal podia acreditar no que eu havia dito. O mais curioso era que ela não contradizia a ideia de buscar um caminho pacífico. A maioria dos halisianos não parecia interessada em alternativas pacíficas para o fim da guerra, então fiquei admirada com a importância que ela deu à questão que levantei.— Eu fui a Julitar. Sei que o que vou dizer agora pode parecer loucur
Por LenissyaAlister estava visivelmente irritado, mas manteve o tom de voz baixo. Eu podia ver o esforço que ele fazia para se controlar. Mantive-me calada, de cabeça baixa, sabendo que qualquer coisa que eu dissesse poderia piorar a situação.— Julitar é um lugar muito perigoso para uma garota como tu, e fica muito próximo às fronteiras com Zafis — ele fungou. — Além disso, teu aparecimento repentino no meio do campo de batalha, bem na frente de Zuldrax... Tu poderias estar morta agora!— Mas não estou! Encontrei muitas coisas importantes lá. Olha este livro! — Passei o livro de magia halisiana nível 4 para Alister. Ele deu uma olhada rápida, franziu a testa e esperou que eu continuasse. — Esse livro era de Adrak, e foi dele que aprendi o feitiço de teletransporte! Achei o livro na sala onde ele se reuniu com Kraldar e Elric, e eles não se mataram como todos imaginam. Eles queriam paz, mas havia um homem maligno chamado Rukmedes
Por LenissyaFiquei inerte em meus pensamentos enquanto olhava o jardim. A porta do quarto se abriu novamente mais tarde. Não era Alister.— Princesa, você está bem?— Keissy? Nindik? O que fazem aqui?Eu tinha passado as últimas horas chorando. As lágrimas que escorreram pelo meu rosto já estavam secas, e eu não conseguia mais chorar.— Estávamos preocupadas e viemos ver como você está — respondeu Nindik com voz gentil.— Entendo — respondi categoricamente. Não queria sentir, não queria estar aqui, porque essa situação estava demasiadamente sufocante. Keissy se aproximou e, sem dizer nada, me abraçou. Demorei um pouco até retribuir o abraço. Eu estava cansada de chorar e não queria sentir nada no momento. Quando ela me envolveu, percebi minha carência de afeto, e uma lágrima voltou a escapar. — Obrigada por terem vindo me ver.— Não precisa agradecer... — responde