Por LenissyaMudando de direção, demorei alguns minutos para reconhecer algo. A porta principal, que ficava perto do salão onde Alister passava o dia trabalhando, estava aberta, e algumas pessoas já aguardavam o rei.— Bom dia, princesa! É uma honra conhecê-la!— Bom dia! — respondi ao senhor que me cumprimentou.— Então você é a princesa? Que alegria poder vê-la logo de manhã!As pessoas começaram a querer me cercar, o que era muito estranho para mim. Nunca fui muito popular no outro mundo. Comecei a acenar enquanto me esquivava em direção à saída que levava ao jardim. Optei por caminhar pelos ladrilhos de pedra secundários. O caminho principal era bem mais largo e ficava entre o palácio e a cidade.Iniciei minha exploração pela parte onde havia visto a fonte no primeiro dia. Várias flores margeavam a fonte, mas uma em especial chamou minha atenção. Era uma flor grande, de pétalas amarelas com pontas brancas, dispostas em cachos desiguais. Algumas flores no cacho eram maiores que out
Por Lenissya"Habituando" é uma palavra muito forte, considerando que eu simplesmente não tive escolha. Ficar parada não é uma opção, já que cada dia aqui é mais um dia de preocupação e desespero para os meus pais. Só queria manter a cordialidade com Alister enquanto, secretamente, investigo uma maneira de voltar para a minha verdadeira casa.Durante o jantar, conversei um pouco mais com Nindik. Ela me contou sobre sua vida e sua família. Por alguma razão, eu me sentia à vontade, como se tudo fosse, de certa forma, natural para mim. Gostava de ver as pessoas se aproximando e querendo se relacionar comigo de maneira tão honesta e pura. Isso me fazia sentir mais acolhida.No dia seguinte, fui bem cedo à biblioteca. Assim como prometido, Alister me levou até lá e, em seguida, me deixou sozinha. Peguei aquele livro na estante e comecei a estudá-lo. Era exatamente o que eu procurava. Falava sobre a energia da aura, suas características, e continha vários exercícios de treinamento para inici
Por LenissyaA sala de reuniões era composta por um trono central e várias cadeiras laterais. Lá dentro estavam Alister, Ikzar, alguns empregados do palácio e algumas pessoas que eu não conhecia. A figura que mais chamou minha atenção foi a de um jovem de pé ao lado do meu irmão.Ele era bonito, com cabelos loiros, olhos azuis e uma altura semelhante à minha. Sua aura era de um verde escuro, intenso, que circulava de forma tranquila, transmitindo uma sensação de paz. Estava acompanhado de outros seis salisianos, e, quando entrei na sala, seu olhar me seguiu, como se estivesse me estudando.Diferentemente dos halisianos, ele usava calçados, mais especificamente uma sandália masculina que parecia bastante confortável. Vestia uma calça marrom, uma blusa verde-escura e um cinto dourado. Ficou claro para mim o motivo de ter sido chamada, e lembrei-me de que, no dia anterior, Alister havia mencionado que o príncipe de Salis viria. No entanto, ele chegou um pouco mais cedo do que eu esperava
Por LenissyaA conversa seguiu sem mais questionamentos, e até Alister parecia tranquilo com tudo isso. Henry e eu fomos praticamente os últimos a deixar a mesa. Alister já havia ido cumprir seus deveres reais, assim como os outros com suas tarefas, e até os guardas de Henry se retiraram discretamente, como se quisessem nos deixar a sós.— Por onde começamos? — perguntou ele.— Podemos caminhar pelo jardim e talvez seguir para o lado onde fica a biblioteca. É um dos poucos lugares que conheço aqui.Como ele conhecia menos do que eu, imaginei que eu seria a "guia", mas aconteceu o contrário. Primeiro, ele me conduziu por uma porta dos fundos que dava para o jardim e, em seguida, caminhou ao meu lado, comentando sobre a arquitetura do palácio. No meio do caminho, quando estávamos cercados por árvores floridas, com uma vista quase completa da parte de trás do palácio, ele diminuiu o passo.— Que tal pararmos aqui? — sugeriu ele. — Há muita sombra, e a vista é maravilhosa!Eu parei e me s
Por Lenissya Nos dias que se seguiram, continuei fazendo companhia a Henry. Nosso próximo destino foram os campos, uma área mais isolada e cercada, afastada das presenças halisianas. Henry conduziu a visita, e, apesar de não conhecer nada por ali, conseguia facilmente chegar aos lugares sem se perder.— Seu senso de direção é muito bom, Vossa Alteza — falei, admirada.— Agradeço o elogio, princesa!Eu andava me equilibrando em cima de um tronco, tentando ver por cima dos arbustos para descobrir que animais existiam naquele mundo.— Conseguiu ver algum unigus? — perguntou ele, com os olhos atentos a cada uma das minhas expressões.— E o que seria isso?Henry subiu no tronco onde eu estava e se posicionou ao meu lado. Após observar atentamente a área ao redor, ele caminhou um pouco mais à esquerda do tronco até, finalmente, apontar na direção de uma árvore.— Ali, deitado na sombra daquela árvore. É um animal grande, de cor branca, com quatro patas e um chifre na cabeça.Tive que olhar
Por LenissyaNo dia seguinte, decidimos ir até a biblioteca. Inicialmente, pensei em ir à cidade, mas Alister explicou que a estadia de Henry precisava continuar em sigilo, e passear pela cidade não era exatamente discreto.— Se você se vestisse de azul, as pessoas ainda estranhariam sua presença? — perguntei a Henry enquanto caminhávamos.— Provavelmente não, mas as cores que vestimos são o orgulho da nação que representamos. Usar outra cor é considerado uma desonra e motivo de vergonha.— E dois povos diferentes não se misturam ou se casam?Estávamos de frente para a porta da biblioteca, e Henry estava prestes a me orientar sobre como usar a energia aura para abrir as trancas. No entanto, quando fiz essa pergunta, sua expressão mudou. Com um sorriso malicioso, ele se aproximou, tocou suavemente meu rosto com a mão direita e disse:— Por que a pergunta?A maneira como ele me olhou me fez perceber que talvez eu tivesse me expressado mal. Minha pergunta havia passado uma impressão erra
Por LenissyaOuvir isso me desanimou, e acabamos encerrando a conversa ali mesmo. Henry não tinha nenhuma obrigação de nos ajudar, mas, ainda assim, mostrava-se tão atencioso e compreensivo. Durante o dia, continuei lendo alguns livros enquanto conversávamos.Com ele, mesmo que por algumas horas, eu conseguia esquecer meu antigo lar. Falávamos sobre a fauna local, a história, e meu entusiasmo crescia à medida que eu me aprofundava na cultura e no entendimento desse mundo.O dia passou tão rápido quanto o anterior. Nos dias que se seguiram, continuamos andando juntos sem um rumo certo, debatendo diversos assuntos e ideias. Logo chegou o momento em que ele anunciou que voltaria para Salis. Estávamos justamente jantando quando ele fez o anúncio:— Foi muito agradável estar com vocês esses dias, especialmente com você, Lenissya. Meus sinceros agradecimentos pela acolhida que recebi desde que cheguei aqui.— Não precisas ir. Se quiseres ficar mais tempo, não vejo problema algum. Tenho cert
Por ZuldraxDesde que Lenissya chegou, eu não fazia outra coisa além de vigiá-la. Precisava encontrar um jeito de me aproximar e matá-la sem ser descoberto. Esse momento chegaria mais cedo ou mais tarde; eu só precisava esperar. Com esse pensamento, continuei a monitorar a princesa através de Haigar.No início, ela estava confusa, sem compreender bem as coisas e um pouco magoada com Alister por tê-la trazido. Mas, por algum motivo, ela parecia ter se adaptado. O que ela estava prestes a fazer começou a me preocupar mais, especialmente quando demonstrou interesse em aprender magia.Enquanto ela não conhecesse seu poder, seria um alvo fácil. No entanto, uma vez que dominasse sua energia aura, não seria tão simples pegá-la como eu gostaria. Precisava agir antes que isso acontecesse.Para minha surpresa, Henry realmente apareceu em Halis, ansioso para conhecer o outro mundo que Alister lhe mencionara. Provavelmente estava tão impaciente que saiu logo atrás do primeiro mensageiro, chegando