Por Lenissya Nos dias que se seguiram, continuei fazendo companhia a Henry. Nosso próximo destino foram os campos, uma área mais isolada e cercada, afastada das presenças halisianas. Henry conduziu a visita, e, apesar de não conhecer nada por ali, conseguia facilmente chegar aos lugares sem se perder.— Seu senso de direção é muito bom, Vossa Alteza — falei, admirada.— Agradeço o elogio, princesa!Eu andava me equilibrando em cima de um tronco, tentando ver por cima dos arbustos para descobrir que animais existiam naquele mundo.— Conseguiu ver algum unigus? — perguntou ele, com os olhos atentos a cada uma das minhas expressões.— E o que seria isso?Henry subiu no tronco onde eu estava e se posicionou ao meu lado. Após observar atentamente a área ao redor, ele caminhou um pouco mais à esquerda do tronco até, finalmente, apontar na direção de uma árvore.— Ali, deitado na sombra daquela árvore. É um animal grande, de cor branca, com quatro patas e um chifre na cabeça.Tive que olhar
Por LenissyaNo dia seguinte, decidimos ir até a biblioteca. Inicialmente, pensei em ir à cidade, mas Alister explicou que a estadia de Henry precisava continuar em sigilo, e passear pela cidade não era exatamente discreto.— Se você se vestisse de azul, as pessoas ainda estranhariam sua presença? — perguntei a Henry enquanto caminhávamos.— Provavelmente não, mas as cores que vestimos são o orgulho da nação que representamos. Usar outra cor é considerado uma desonra e motivo de vergonha.— E dois povos diferentes não se misturam ou se casam?Estávamos de frente para a porta da biblioteca, e Henry estava prestes a me orientar sobre como usar a energia aura para abrir as trancas. No entanto, quando fiz essa pergunta, sua expressão mudou. Com um sorriso malicioso, ele se aproximou, tocou suavemente meu rosto com a mão direita e disse:— Por que a pergunta?A maneira como ele me olhou me fez perceber que talvez eu tivesse me expressado mal. Minha pergunta havia passado uma impressão erra
Por LenissyaOuvir isso me desanimou, e acabamos encerrando a conversa ali mesmo. Henry não tinha nenhuma obrigação de nos ajudar, mas, ainda assim, mostrava-se tão atencioso e compreensivo. Durante o dia, continuei lendo alguns livros enquanto conversávamos.Com ele, mesmo que por algumas horas, eu conseguia esquecer meu antigo lar. Falávamos sobre a fauna local, a história, e meu entusiasmo crescia à medida que eu me aprofundava na cultura e no entendimento desse mundo.O dia passou tão rápido quanto o anterior. Nos dias que se seguiram, continuamos andando juntos sem um rumo certo, debatendo diversos assuntos e ideias. Logo chegou o momento em que ele anunciou que voltaria para Salis. Estávamos justamente jantando quando ele fez o anúncio:— Foi muito agradável estar com vocês esses dias, especialmente com você, Lenissya. Meus sinceros agradecimentos pela acolhida que recebi desde que cheguei aqui.— Não precisas ir. Se quiseres ficar mais tempo, não vejo problema algum. Tenho cert
Por ZuldraxDesde que Lenissya chegou, eu não fazia outra coisa além de vigiá-la. Precisava encontrar um jeito de me aproximar e matá-la sem ser descoberto. Esse momento chegaria mais cedo ou mais tarde; eu só precisava esperar. Com esse pensamento, continuei a monitorar a princesa através de Haigar.No início, ela estava confusa, sem compreender bem as coisas e um pouco magoada com Alister por tê-la trazido. Mas, por algum motivo, ela parecia ter se adaptado. O que ela estava prestes a fazer começou a me preocupar mais, especialmente quando demonstrou interesse em aprender magia.Enquanto ela não conhecesse seu poder, seria um alvo fácil. No entanto, uma vez que dominasse sua energia aura, não seria tão simples pegá-la como eu gostaria. Precisava agir antes que isso acontecesse.Para minha surpresa, Henry realmente apareceu em Halis, ansioso para conhecer o outro mundo que Alister lhe mencionara. Provavelmente estava tão impaciente que saiu logo atrás do primeiro mensageiro, chegando
Por ZuldraxAchei que, ao identificar minha aura vermelha, ela perceberia o perigo e, de maneira coerente, se assustaria e tentaria fugir. No entanto, ela permaneceu parada, me encarando com um olhar curioso. Aproximei-me, prendendo-a contra o rochedo com um braço, e ergui minha espada, colocando-a contra seu pescoço.Queria ver o desespero em seus olhos antes de matá-la, mas ela continuava calma. Talvez não compreendesse a gravidade da situação, mas provavelmente, quando soubesse quem eu era, seu semblante mudaria.— Meu nome é Zuldrax, e seu irmão fez muito bem em trazê-la para cá, poupando-me o trabalho de tentar alcançá-la para matá-la!— Sua aura é tão bonita! — disse ela, com os olhos fixos nos meus, sem um traço de medo. Pelo contrário, ela parecia até encantada, o completo oposto do que eu esperava. Isso realmente me desconcertou.Qual é o problema dessa garota? Mesmo com uma espada em seu pescoço, pronta para decapitá-la, ela permanecia indiferente à situação. Será que ela nã
Por LenissyaLágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto eu permanecia ajoelhada, apertando minhas mãos contra o chão. Sentia-me sem forças para me levantar depois do que tinha ouvido de Zuldrax.Sempre o imaginei como um homem terrível, quase um ogro, mas vê-lo assim tão de perto destruiu o conceito que eu havia criado sobre ele. Ele exibia um perfil jovem, com uma altura imponente e uma constituição forte. Sua pele tinha um tom médio, complementada por cabelos curtos e pretos, além de olhos castanho-esverdeados que se destacavam. Sua aura brilhava com um vermelho tão escuro e intenso que eu me sentia estranhamente fascinada ao olhar para ele.Mesmo que minha mente me alertasse sobre o perigo de estar ali com ele, que eu deveria correr, meu corpo parecia não concordar. Eu não conseguia desviar o olhar, e quando ele se aproximou, me pressionando contra a pedra com a espada erguida em meu pescoço, meu coração disparou. No entanto, o
Por LenissyaHaigar foi buscar a dióxy, enquanto Hiratamino se sentou em uma das cadeiras à esquerda, parecendo cansado. Alister, por sua vez, mexia os dedos, batendo na lateral do trono, mostrando claramente sua ansiedade. Não demorou muito para Haigar voltar e entregar a dióxy de localização nas mãos de Alister.— E então? — perguntou Haigar.— Ele ainda está em Halis, mas, no ritmo em que está, não será possível alcançá-lo. Juro que o que ele fez não ficará impune! Amanhã cedo, quero que convoquem Ikzar e os chefes da guarda para uma reunião de emergência. Quero vocês dois presentes também.— E eu? — questionei, indignada por ter sido excluída.— Acho melhor você não presenciar o que vai acontecer. Creio que ainda não esteja preparada.— Tenho todo o direito de participar dessa reunião, afinal, sou da família real também. E não sou mais uma criança para você ficar me limitando assim. Já sou capaz de fazer mi
Por LenissyaApós a refeição, Alister foi ao salão para recepcionar os chefes da guarda, que, segundo ele, eram grandes magos. Tratava-se de halisianos que se destacavam no nível 3, ensinando e comandando os demais. Depois disso, todos se dirigiram à sala de reuniões oficiais. Era maior que a outra sala de reuniões, mas a disposição das cadeiras laterais e a arrumação eram semelhantes.Alister se sentou em seu trono, e cada general ocupou uma cadeira, como se já tivessem suas posições definidas e soubessem exatamente onde se sentar. Fiquei parada à porta, pensando onde deveria me posicionar, mas ao ver Alister acenando para que eu me aproximasse, caminhei até ele e me sentei na cadeira que ele indicou, ao lado dele e de Haigar.Entre os presentes que eu não conhecia, havia cerca de nove homens e quatro mulheres. Não ser a única mulher na sala me deixou mais à vontade. Ficamos alguns minutos em silêncio, aguardando que o rei tomasse a palavra.— Já que todos estão aqui, vamos dar iníci