Por LenissyaA sala de reuniões era composta por um trono central e várias cadeiras laterais. Lá dentro estavam Alister, Ikzar, alguns empregados do palácio e algumas pessoas que eu não conhecia. A figura que mais chamou minha atenção foi a de um jovem de pé ao lado do meu irmão.Ele era bonito, com cabelos loiros, olhos azuis e uma altura semelhante à minha. Sua aura era de um verde escuro, intenso, que circulava de forma tranquila, transmitindo uma sensação de paz. Estava acompanhado de outros seis salisianos, e, quando entrei na sala, seu olhar me seguiu, como se estivesse me estudando.Diferentemente dos halisianos, ele usava calçados, mais especificamente uma sandália masculina que parecia bastante confortável. Vestia uma calça marrom, uma blusa verde-escura e um cinto dourado. Ficou claro para mim o motivo de ter sido chamada, e lembrei-me de que, no dia anterior, Alister havia mencionado que o príncipe de Salis viria. No entanto, ele chegou um pouco mais cedo do que eu esperava
Por LenissyaA conversa seguiu sem mais questionamentos, e até Alister parecia tranquilo com tudo isso. Henry e eu fomos praticamente os últimos a deixar a mesa. Alister já havia ido cumprir seus deveres reais, assim como os outros com suas tarefas, e até os guardas de Henry se retiraram discretamente, como se quisessem nos deixar a sós.— Por onde começamos? — perguntou ele.— Podemos caminhar pelo jardim e talvez seguir para o lado onde fica a biblioteca. É um dos poucos lugares que conheço aqui.Como ele conhecia menos do que eu, imaginei que eu seria a "guia", mas aconteceu o contrário. Primeiro, ele me conduziu por uma porta dos fundos que dava para o jardim e, em seguida, caminhou ao meu lado, comentando sobre a arquitetura do palácio. No meio do caminho, quando estávamos cercados por árvores floridas, com uma vista quase completa da parte de trás do palácio, ele diminuiu o passo.— Que tal pararmos aqui? — sugeriu ele. — Há muita sombra, e a vista é maravilhosa!Eu parei e me s
Por Lenissya Nos dias que se seguiram, continuei fazendo companhia a Henry. Nosso próximo destino foram os campos, uma área mais isolada e cercada, afastada das presenças halisianas. Henry conduziu a visita, e, apesar de não conhecer nada por ali, conseguia facilmente chegar aos lugares sem se perder.— Seu senso de direção é muito bom, Vossa Alteza — falei, admirada.— Agradeço o elogio, princesa!Eu andava me equilibrando em cima de um tronco, tentando ver por cima dos arbustos para descobrir que animais existiam naquele mundo.— Conseguiu ver algum unigus? — perguntou ele, com os olhos atentos a cada uma das minhas expressões.— E o que seria isso?Henry subiu no tronco onde eu estava e se posicionou ao meu lado. Após observar atentamente a área ao redor, ele caminhou um pouco mais à esquerda do tronco até, finalmente, apontar na direção de uma árvore.— Ali, deitado na sombra daquela árvore. É um animal grande, de cor branca, com quatro patas e um chifre na cabeça.Tive que olhar
Por LenissyaNo dia seguinte, decidimos ir até a biblioteca. Inicialmente, pensei em ir à cidade, mas Alister explicou que a estadia de Henry precisava continuar em sigilo, e passear pela cidade não era exatamente discreto.— Se você se vestisse de azul, as pessoas ainda estranhariam sua presença? — perguntei a Henry enquanto caminhávamos.— Provavelmente não, mas as cores que vestimos são o orgulho da nação que representamos. Usar outra cor é considerado uma desonra e motivo de vergonha.— E dois povos diferentes não se misturam ou se casam?Estávamos de frente para a porta da biblioteca, e Henry estava prestes a me orientar sobre como usar a energia aura para abrir as trancas. No entanto, quando fiz essa pergunta, sua expressão mudou. Com um sorriso malicioso, ele se aproximou, tocou suavemente meu rosto com a mão direita e disse:— Por que a pergunta?A maneira como ele me olhou me fez perceber que talvez eu tivesse me expressado mal. Minha pergunta havia passado uma impressão erra
Por LenissyaOuvir isso me desanimou, e acabamos encerrando a conversa ali mesmo. Henry não tinha nenhuma obrigação de nos ajudar, mas, ainda assim, mostrava-se tão atencioso e compreensivo. Durante o dia, continuei lendo alguns livros enquanto conversávamos.Com ele, mesmo que por algumas horas, eu conseguia esquecer meu antigo lar. Falávamos sobre a fauna local, a história, e meu entusiasmo crescia à medida que eu me aprofundava na cultura e no entendimento desse mundo.O dia passou tão rápido quanto o anterior. Nos dias que se seguiram, continuamos andando juntos sem um rumo certo, debatendo diversos assuntos e ideias. Logo chegou o momento em que ele anunciou que voltaria para Salis. Estávamos justamente jantando quando ele fez o anúncio:— Foi muito agradável estar com vocês esses dias, especialmente com você, Lenissya. Meus sinceros agradecimentos pela acolhida que recebi desde que cheguei aqui.— Não precisas ir. Se quiseres ficar mais tempo, não vejo problema algum. Tenho cert
Por ZuldraxDesde que Lenissya chegou, eu não fazia outra coisa além de vigiá-la. Precisava encontrar um jeito de me aproximar e matá-la sem ser descoberto. Esse momento chegaria mais cedo ou mais tarde; eu só precisava esperar. Com esse pensamento, continuei a monitorar a princesa através de Haigar.No início, ela estava confusa, sem compreender bem as coisas e um pouco magoada com Alister por tê-la trazido. Mas, por algum motivo, ela parecia ter se adaptado. O que ela estava prestes a fazer começou a me preocupar mais, especialmente quando demonstrou interesse em aprender magia.Enquanto ela não conhecesse seu poder, seria um alvo fácil. No entanto, uma vez que dominasse sua energia aura, não seria tão simples pegá-la como eu gostaria. Precisava agir antes que isso acontecesse.Para minha surpresa, Henry realmente apareceu em Halis, ansioso para conhecer o outro mundo que Alister lhe mencionara. Provavelmente estava tão impaciente que saiu logo atrás do primeiro mensageiro, chegando
Por ZuldraxAchei que, ao identificar minha aura vermelha, ela perceberia o perigo e, de maneira coerente, se assustaria e tentaria fugir. No entanto, ela permaneceu parada, me encarando com um olhar curioso. Aproximei-me, prendendo-a contra o rochedo com um braço, e ergui minha espada, colocando-a contra seu pescoço.Queria ver o desespero em seus olhos antes de matá-la, mas ela continuava calma. Talvez não compreendesse a gravidade da situação, mas provavelmente, quando soubesse quem eu era, seu semblante mudaria.— Meu nome é Zuldrax, e seu irmão fez muito bem em trazê-la para cá, poupando-me o trabalho de tentar alcançá-la para matá-la!— Sua aura é tão bonita! — disse ela, com os olhos fixos nos meus, sem um traço de medo. Pelo contrário, ela parecia até encantada, o completo oposto do que eu esperava. Isso realmente me desconcertou.Qual é o problema dessa garota? Mesmo com uma espada em seu pescoço, pronta para decapitá-la, ela permanecia indiferente à situação. Será que ela nã
Por LenissyaLágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto eu permanecia ajoelhada, apertando minhas mãos contra o chão. Sentia-me sem forças para me levantar depois do que tinha ouvido de Zuldrax.Sempre o imaginei como um homem terrível, quase um ogro, mas vê-lo assim tão de perto destruiu o conceito que eu havia criado sobre ele. Ele exibia um perfil jovem, com uma altura imponente e uma constituição forte. Sua pele tinha um tom médio, complementada por cabelos curtos e pretos, além de olhos castanho-esverdeados que se destacavam. Sua aura brilhava com um vermelho tão escuro e intenso que eu me sentia estranhamente fascinada ao olhar para ele.Mesmo que minha mente me alertasse sobre o perigo de estar ali com ele, que eu deveria correr, meu corpo parecia não concordar. Eu não conseguia desviar o olhar, e quando ele se aproximou, me pressionando contra a pedra com a espada erguida em meu pescoço, meu coração disparou. No entanto, o