Eu via como os olhos de Tristan brilhavam de raiva, aposto que nunca nenhuma fêmea o agrediu antes. E pela sua expressão, ele odiou isso.— Ela deu à luz a você, está vivo aqui por causa dela. — falei sentindo o rancor se impregnar em cada palavra minha.Tristan passou as mãos nos cabelos e olhou para a lápide, depois de volta para mim.— Estou vivo aqui porque meu pai decidiu que ela seria uma boa fêmea para ter seu segundo filho, já que o primeiro parecia ser uma decepção. — Quando ele disse isso, fiquei em alerta porque provavelmente ele estava falando de Marius.Então Marius era o primogênito de Kilian? Por isso ele o queria por perto? Ele seria o Alfa natural após a morte de Kilian...Enquanto pensava nessas coisas, Tristan me puxou pelo braço em direção ao casarão enquanto dizia:— Não conte a ninguém sobre isso. Para todos agora, você me pertence. Ninguém deve saber quem era sua mãe, nem sua conexão comigo, entendeu? — assenti, sem saber porque devia omitir aquela informação.E
Eu estava congelada de horror enquanto o corpo frágil de uma loba que eu não conhecia rolava as escadas que pareciam ter um milhão de degraus. Enquanto eu mergulhava nessa surpresa e paralisia, sem conseguir mover um músculo para ajudar, o mesmo não ocorreu com Tristan. O macho se moveu como um relâmpago, chegando em segundos pulando os degraus do casarão de três em três. Ele conseguiu amparar a fêmea que caía antes mesmo que ela chegasse na metade. Quando Tristan a segurou e o som de discussão ressoou vindo de cima, foi quando meu corpo reagiu. — Ah, céus! Tristan, ela está bem? — gritei, enquanto subia os degraus correndo. Tristan Hawthorn estava segurando a loba de cabelos curtos e olhos enevoados nos braços, ela estava segurando o próprio braço que estava em um ângulo pouco natural. — Está com o braço quebrado...— ele rosnou e vi como seu olhar ficou vermelho. A loba tinha lagrimas nos olhos, mas não fazia nenhum som, era como se ela tivesse medo de chorar. Percebi que el
Nina se levantou com a ajuda de Lena e Meg, que a ajudaram a caminhar lá fora, enquanto eu assistia tudo horrorizada.— Você não vem? Meu nome é Karen. — a loba alta perguntou, ela colocou uma mão em meu ombro de modo delicado.— Eu... Isso está errado. — falei, minha voz tremula.Vi na expressão da loba que ela se solidarizava com o que eu estava sentindo, como se ela de alguma forma entendesse.— Melhor voltar para o seu quarto, não precisa ver isso. — ela disse e seguiu em direção ao pátio junto com as outras.Eu fiquei alguns segundos ainda paralisada olhando para o caminho que todos haviam seguido, ouvindo os gritos de torcida e vaia dos machos lá fora, o som de espadas batendo uma contra a outra. Até que um trovão retumbou acima.Sem pensar muito, caminhei em direção as escadas, mas na metade do caminho virei e fui em direção ao pátio.Os machos haviam se espalhado e feito e um círculo ao redor dos dois machos que lutavam ferozmente, eles gritavam e urravam, incentivando-os a se
MARIUSMarius... me encontre...— Jane! Jane! — gritei, minha voz ecoando na maldita caverna.Meu coração estava batendo descompassado enquanto as palavras e a voz de Jane ressoavam em minha mente, se repetindo cada vez mais alto.Me levantei ignorando a dor em minha perna ferida, correndo em direção a entrada da caverna.Estava em meio a uma tempestade, repleta de trovões, eu não sabia que horas eram da madrugada, eu não me importava que eles ainda estivessem procurando por mim pela floresta, tudo que eu conseguia pensar era que Jane estava me chamando.Ah, pela deusa, permita que eu chegue até ela. Permita que eu a proteja, que nada de ruim tenha acontecido com ela, e juro a você, que eu a deixarei livre.Continuei correndo em direção a entrada, eu havia me escondido no fundo daquela caverna depois de ser flechado pelos lobos do Alfa de Delister. Ela não está lá fora, volte ou seremos pegos...A voz de Gaius me surpreendeu, já fazia três dias que ele estava em silencio em minha me
Jane— Está na hora de sair do quarto, Jane. Todas aqui temos tarefas, não pode ficar apenas deitada aqui. — Lena disse, abrindo as janelas do quarto e permitindo que a luz entrasse.Estava fazendo uma semana que eu estava naquela alcateia, e com isso as minhas esperanças de que Marius viesse me resgatar estavam começando a diminuir.Ele realmente havia me deixado para trás?Lena caminhou pelo quarto indo até o guarda-roupa e retirando algumas roupas, em seguida as jogou na cama para mim.— Mesmo usando a coleira de Tristan, precisa se levantar e cumprir o seu papel nesse casarão, todas as fêmeas contribuem aqui, e como você é de uso exclusivo de Tristan...— Não fale assim. — eu a interrompi, um nó em minha garganta.Lena me olhou confusa.— Não diga que sou de uso exclusivo dele. Na verdade, não diga isso sobre ninguém perto de mim, isso é errado, é nojento...Lena respirou fundo com paciência e caminhou em minha direção.Ela se sentou na cama e puxou as minhas mãos, em seguida me ol
Kilian ainda segurava Tristan contra a parede, eu podia ver o quanto a força entre os dois era desequilibrada, porque Kilian estava contendo Tristan com apenas uma mão fechada em sua garganta, enquanto Tristan segurava o seu pulso com as duas mãos, certamente tentando diminuir a força do aperto.Kilian encarava o filho com uma expressão de desdém.— Eu vou te dizer com o que eu me importo, Tristan. Eu me importo com o futuro da alcateia, em torná-la mais forte. Não me importo com o que você pensa, ou sente. Se tentar, de alguma forma, prejudicar que Marius fique aqui, eu mato você. Entendeu?Quando Tristan não respondeu, Kilian acertou um tapa em seu rosto, um tapa barulhento que fez seu nariz sangrar.Fiquei tão chocada com o tapa repentino que soltei um gritinho, e Kilian apenas lançou um olhar frio para mim e eu me encolhi mais ainda.— Entendeu? — ele repetiu para o macho.Tristan acenou levemente com a cabeça, o máximo que o aperto em sua garganta permitia.Dois segundos depois,
— Jane?A voz de Lena na porta me tirou dos pensamentos sombrios que eu estava tendo com Marius por causa das palavras odiosas de Tristan.Eu me virei para a loba que estava parada na porta, ela estava carregando um cesto de roupas e me olhava com censura.— O que está fazendo? Eu estava esperando-a na cozinha... — ela parou de falar repentinamente e me olhou com mais atenção.De repente, Lena cruzou o quarto como um raio e colocou uma mão delicadamente em meu pescoço.— Oh, Tristan fez isso com você?Eu via como seus olhos estavam preocupados, como ela olhava para mim.E isso me causou um estranho conforto, quando que uma loba mais velha havia me olhado com tanto instinto materno como Lena fazia desde que eu havia chegado? Acho que nunca.Eu a abracei com força e sussurrei em seu ouvido:— Está tudo bem agora, Lena. Eu já me entendi com ele, então não se preocupe.Lena me olhou e assentiu, em seguida ela pareceu se lembrar do que havia vindo fazer e segurou a minha mão apressada para
Quando ouvi a minha própria voz dizendo não ao que ele sugeriu, percebi o quanto aquele lugar, aquela alcateia, era insana.Eu estava me negando a tirar uma coleira detestável com o nome de Tristan, que por acaso era meu meio-irmão que se importava comigo tanto quanto ele se importaria com um cão de rua.Mesmo assim, eu estava me agarrando aquela coleira idiota porque sabia que aquilo era a única coisa que estava entre mim e todos aqueles machos da alcateia. Quando pensei nisso, a visão do rosto de Sebastian surgiu a minha mente, seus olhos maldosos e luxuriosos.Tristan ainda estava com uma mão estendida, esperando que eu devolvesse a coleira, seu queixo levantado e suas narinas um pouco abertas. Era impressionante como ele se irritava fácil.— Não. — repeti, como se isso pudesse esclarecer algo.Mas como imaginei, ele iria insistir.— Não? Não consigo entender, você não estava reclamando agora mesmo como odeia ser minha escrava? Como odeia fazer serviços para mim? Então vamos, tire e