Parar de ficar observando as pessoas na rua. Elas parecem ficar incomodadas ao serem acompanhadas pelo meu olhar. O dia da festa junina era hoje. E para a não minha surpresa, a nem tanto megera domada Laila, estava preparando um “arraiá” para o dia de hoje e me convidou. Ela perguntou se a matéria já estava pronta e eu falei que não. Mas eu tinha me esquecido de fazer aquele cocô por conta que o Thales ficou me desafiando. Depois do arraiá, eu iria fazer aquela matéria, mas antes, tinha que ter um pouco mais de diversão. Eu comprei uma cartolina vermelha, cortei em forma de coração e fiz dois bilhetes para o Fred e coloquei mais dois pedacinhos do meu rosto com fotos diferentes. A Laila iria convidar mais pessoas e isso ficaria imperceptível que era eu. Escrevi em um assim:Caro Fred,Talvez nem o Freud pudesse explicar a sensação que é te ver e não te querer, pois é improvável, é impossível.Vou pedir a Santo Antônio que me faça ter coragem de me declarar... Quem sabe a gente
Minutos depois a campainha toca e minha mãe foi atender, quem estava lá era Thales e ela falou: Nossa... Como você é bonito!E ela ficou sem graça e falou: Obrigado.E em seguida, perguntou: A Diana está em casa?E ela falou: Com certeza, se ela não tiver tem sempre uma segunda opção. Ela falou isso e riu e ele riu também. Ela falou que iria me chamar e ele ficou aguardando, antes disso perguntou o nome dele e ele falou que era Thales e ela logo deduziu que era meu chefe. Ela se apresentou e ele falou que a achou muito divertida e que eu havia puxado o seu senso de humor. Ela perguntou se ele já tinha me visto com fome e ele falou que não. Ela então disse que eu tinha o humor péssimo. Ao ouvir aquilo, eu fui logo indo para a sala, pois estava no meu quarto. Antes que minha mãe me falasse mais alguma besteira, eu iria poder controlar. Quando cheguei à sala, ela falou “chegou a margarida, vou deixá-los a vontade”.Quando minha mãe saiu, eu percebi que estava com uma camisola c
Eu fiquei em casa por um bom tempo cuidando da minha mãe. Enquanto isso, reversava entre a admiradora secreta e outros textos.Primeiro fui fazer o último bilhete antes de fazer o texto que destacaria a revista. “Querido Fred, as coisas foram um pouco corridas. Tudo foi minuciosamente planejado. Espero que entenda o revelar deste desfecho, em um modo aberto e nem tanto privado. Vou me revelar por aí e saiba que eu não perderei o real sentimento que sinto por você, mesmo que se decepcione ou não goste de mim. Com carinho, A.S.”.O texto da admiradora secreta sairia junto com uma reportagem sobre o arraiá da Laila. Com certeza o Fred veria tudo aquilo. Depois de maratonar a novela “a indomada” e relembrar a icônica cena em que a personagem da Eva é morta queimada na mansão, mas sua fumaça se projeta no céu e ainda é de causar medo nas pessoas, também acompanhei um pouco mais sobre minha diva cinematográfica Eva Wilma em “São Paulo – Sociedade Anônima (1965)”. Eu criei uma coragem p
Reservada, complicada, retrô, defensiva, tímida, magricela, me acham como se eu fosse uma menina de dezesseis anos, às vezes chatinha, emotiva, egocêntrica, esfomeada, dedicada... Blá, blá, blá.Eu não ligo tanto para a opinião deles. Depois de responder com tanto desânimo aquela questão comemorei levantando um braço e saindo da cama. Era ainda madrugada quando acordei. Quando fui à cozinha, minha mãe escreveu um bilhete na geladeira e disse: Di, não poderei mais ficar com você. Acho que você realmente precisa de um tempo e eu também. Você é muito complicada. Esta na hora de tratar isso. Deixo aqui o telefone de um psicólogo. Ela colocou um telefone e fez uma carinha feliz com a caneta para amenizar a situação. Eu não liguei. Eu não precisava de psicólogo naquele momento. Eu só preciso ficar longe de mim mesma. E dos outros também. Fiz minha sessão cine anos quarenta assistindo ao filme “o grande ditador” de Charles Chaplin e quando era pela manhã meu pai tocava a campainha. Eu
No avião, lembrei que era bom escrever uma nova pergunta da agenda e respondê-la. Eu gostaria de citar “meninas malvadas” como um dos melhores filmes. É uma comédia que aborda assuntos importantes que se passam na cabeça de todos os jovens. Claro que vai ter sua forma caricata, mas poucos filmes adolescentes têm essa abordagem de como é a vida de um jovem na escola e as coisas muitas vezes fúteis que nos preocupamos e do quanto julgamos os outros sem saber que nós mesmos temos defeitos. Além de ter a Lindsay Lohan como protagonista. Linda e talentosa e vou protegê-la sim.Ao chegar ao meu destino, demorei muito a entender como funcionava a vida ali. Por coincidência ou não, encontrei o Fred no aeroporto. Ele estava sozinho e quando me avistou, foi falar comigo.-Olá, moça! Você poderia me dar uma informação? Sabe onde fica a avenida central? Eu falei que era nova ali e não sabia onde se localizava isso. Ele então olhou bem para mim e falou: Você tem cara de ser atriz, o que você
para você, amado J:"Como é bom te amar e dizer, mesmo que escondido, olhando dentro dos seus olhos”.Entrando em cena, abro uma porta. Falas ensaiadas, uma cena que começou do contrário. — Eu hei de ser uma mulher sofisticada — disse quando me mudei. Você era aquela jaqueta jeans que eu esperava encontrar todos os dias no meu guarda-roupa. Mesmo que meu corpo e meu gosto estejam diferentes, ainda afetuosamente lembro do dia que usei-a para te encontrar...mas vamos começar do início. Você me buscou no ateliê, era uma noite escura de leve tempestade, os faróis do seu carro estavam desligados, mas os seus olhos guiavam o caminho, perigoso, mas de bom instinto. Como um mote de poesia, a gente nunca saiu de moda.— Um brinde aos velhos tempos! — você me disse, quando eu abri a porta.— A condução é sua, vamos! — sorri. Apenas frisei o que acabara de escutar numa música estrangeira que tocava em suas rádios experimentais. — Será uma longa jornada. — te ouvir dizer isso parecia
Para você, amada D.Então você foi, numa meia-noite. Da mesma forma que você chegou. Te levei para casa, com os mesmos faróis desligados daquele carro. — Por que você não vai ficar? — ela perguntou. — Alguém nesse momento provavelmente está chorando pedindo colo. — eu disse. — É a nossa bebê? — perguntei. — Talvez. Não posso te dar promessas. E assim ela suspirou, beijou-me e abriu a porta. Sua companhia nunca soube disso, deveríamos ter terminado, mas nós nunca pudemos colocar um ponto final. Eu me mudei, mudei o cabelo, troquei o carro e de amor, também deveras saber sobre isso. Tenho ainda alguns amigos, problemas e solidões. Mas nunca sei quando posso te ter. Lembre-se daquela cabine telefônica e de nós, você estava em um orelhão e eu em uma cabine. Será que isso é importante? Esses objetos transitam em minha natureza, pelas memórias que eles pesam em meus botões. Um carro, duas bicicletas, um lixo. Na vitrine, sacos de dormir, um bote e coturnos. Você sabe
Sentada na calçada, com um vestido de conto de fadas, ela lê essas cartas, se perguntando porque tudo aconteceu de uma maneira tão fascinante. Era só uma adolescente que as encontrou em meio ao lixo que havia numa correspondência de uma casa bem antiga que agora seria seu novo lar. Sempre que olhava para a placa se perguntava: Por que ainda não a venderam? E agora, certamente, sabia a resposta. Aquele lugar parecia irreal para ser continuado por outras pessoas. Ali, havia um pertencimento de um casal para sempre. Mas, ela poderia continuar com uma nova história para aquela que nunca poderia terminar. Fez o trajeto, mas nunca à meia-noite noite, pois acreditava não ser uma boa aventura para uma garota. Com as coordenadas, encontrou uma cabine telefônica e, certamente a mesma vitrine das citadas em suas leituras. Dessa vez, o que se encontrara eram lindos vestidos. Entrou na loja, foi atendida por uma simpática senhora e, pelos lábios vermelhos, jaqueta jeans e calças de