Eu diria que em tempos moderninhos casar era a coisa mais louca que eu poderia ter feito. Eu de uns tempos para cá tenho até me acostumado com o nerd azedo que se tornava o mais novo influenciador das mídias. Ele conseguiu ampliar o mercado de facetas dele. E me colocou muitas vezes como cobaia para a sua fama, desde quando me pediu para cantar nos stories do seu instagram ou nas suas lives. A gente se zoava o tempo inteiro e tínhamos a relação mais saudável o possível. O pessoal shippava a gente o tempo inteiro, alguns nos chamavam de Thaiana ou DiTha, nomes realmente incomuns para um casal moderno. Somos um casal que se promove mutuamente e ele sempre me ensina alguma coisa tecnológica e eu sempre ficava ligada no que acontecia nos assuntos mais comentados das redes sociais, eu era casada com um formador de opinião agora, não podia deixá-lo desinformado. Juntos gerávamos muito engajamento, éramos mais jovens que os próprios jovens. Esses dias estávamos assistindo a uma comédia cha
Depois de ler todo o diário de Diana, Catarina engoliu aquele tornado de ideias e descobriu que a musa de uma realidade paralela teve inúmeros amores, muitas histórias, mas tudo parecia inverossímil. Onde sua filha se encaixava diante de todas essas histórias. Talvez a mentira, em alguns momentos, fizesse acreditar que o destino de uma Senhorita Pouplain não era compreendido pela maioria, mas ela queria ampliar melhor a história e fazer com que o grande público pudesse entender.Então, pediu para que Taís a ajudasse na construção de um documentário profissional. Antes, ligou para a emissora e autorizou o enredo que seria usado como base para Walter Thales Gentil na criação da novela, em parceria de Catarina.Taís aceitou o convite e decidiu colocar a mãe num estúdio de gravação por oito horas para que ela explicasse melhor de vez, por que sua história era tão grande e confusa.— Eu não sei exatamente como começar. A Senhorita Pouplain foi um alter ego que usei para que não tivess
Catarina Francisco Coralina , recebeu esse nome porque tinha rosácea, doença pela qual seu rosto ficava vermelho se seu corpo tivesse exposição demasiada ao calor. Mas ela usava roupas especiais com proteção solar, além de claro, usar o creme também, em seu rosto para protegê-lo.Ela trabalhava numa livraria, tinha 18 anos e nem sabia ao certo o que queria fazer da vida.Começara a faculdade no ano passado, mas a difícil situação do seu país, a fez pular do barquinho, a fazendo encarar um outro rumo, mas meio que sem rumo. Estou agarrando firme no meio desta ventaniaFaço de tudo para manter a calmaEstou sem rumoComo uma pedra perdida na maréSem rumoTodos os dias, ela acordava, com o sol batendo na janela e clareando o quarto a fazendo perceber que não podia dormir mais nem um segundo. Já diria a Few Days Down: A cidade está finalmente acordando à luz da manhã. Tomava café solúvel, mas odiava. Porém, era mais barato para sua atual circunstância financeira. Ela pre
Pagou a estadia, mas percebeu que havia uma árvore no meio do caminho. Derrubada pela chuva forte.No meio do caminho havia uma árvore e ela disse: É a treva.Ainda estava escuro. E as pessoas riram.Pelo menos quem escutou seu resmungado.Ela decidiu chamar um taxi. Que nem sequer atendeu O rapaz da pensão falou para ela: Olha, estou indo para o outro lado da cidade. Quer uma carona? Ela assentiu. Ela colocou um capacete e subiu na velha motocicleta do moço. Os faróis da moto era a única luz que os acompanhavam pelo caminho. Ele parou numa padaria e disse: Vamos descer? Acho que você está com fome e eu também.Ela desceu e o acompanhou na padaria. Ela pediu um pão doce e ele comprou coxinhas. Sentaram-se em uma mesa dali mesmo e compartilharam a vida.- O que você faz? – Ele perguntou. - Trabalho numa livraria do centro. - Eu não sou dono da pensão, mas tenho culpa porque sou filho do dono.- Por que você tem culpa?- É tediante ficar ali o tempo todo. Você
A roda gigante ainda continuou girando atrás deles.E então, após da roda gigante descerem, eles decidiram se unir para o karaokê. Enquanto ela foi ao palco, ele estava convencendo as pessoas a estarem na plateia e dar a nota 10, quando ao final o apresentador perguntasse qual nota ela merecia.Feito sua parte o trato, Ben a observou da plateia. Ela ainda estava escolhendo qual música iria apresentar. E lembrou da música que sempre tocava pelas manhãs na livraria.The Way To My Heart a lembrava de um momento específico na sua vida. Ela sempre sonhou em ganhar de presente um disco da Mandy, mas sua mãe não tinha condições de comprar. Então, sempre que a música era tocada nas rádios, ela pegava uma fita k7 e gravava. E assim, teve sua própria playlist física com as condições que lhe permitiam.Ao voltar para o seu presente, decidiu cantar a música nos versos: When you're close meAnd all that I doIs think about a way to make you stay with mePara quem não sabia cantar,
Com uma bola de futebol se desenrolando no seu pé e chutando de volta o objeto para as crianças que brincavam na rua, Catarina ainda tinha a mesma aparência de antes, mas ela estava mudada. Era o fim de setembro que durou para sempre. - Não entendo o que aconteceu. Faz tanto tempo que até assusta... – Disse olhando um dos seus discos preferidos da loja e que ele estava presente ali desde aquele determinado momento. O álbum se chamava Wild Hope, ele nunca foi de interesse de ninguém naquela cidade. Catarina disse: Talvez um dia, se ninguém te quiser, eu vou te levar. E abraçou o disco, colocando em seu peito, cantando Gardenia, uma de suas músicas preferidas. Bem, eu ouço minha própria vozSoa tão bobaFica dizendo minha história por aíE, em seguida, Catarina entoava o refrão. Um dia, ela ainda o compraria e acompanharia aquela jornada, lendo as letras e vendo o encarte, sorrindo. Catarina só conhecia uma versão de si mesma, para os seus pais, ela conhecia a versão ma
Mas Amanda teve que voltar à vida presente, quando alguém a chamou dizendo: - Lembra de mim? Ela balançou a cabeça com uma expressão confusa ao gesticular não. - Eu sou a Amélia! - Que Amélia? - Não se lembra?!- Não. É alguma cliente antiga? - Talvez...Antes que a conversa pudesse ser continuada, a mãe de Amanda chegou e perguntou: Vamos almoçar, Mandie? Ela disse sim e Amélia saiu. Mas quem poderia ser Amélia? E o que ela queria recordar? Naquele dia, a rua parecia estar cinza. A chuva estava forte. Talvez, não haveria que abrir a livraria. Menos mal, assim haveria uma chance a menos de querer saber quem era Amélia e o porquê dela querer recordar...Não tinha nada do que lembrar-se.Voltou para casa ao meio-dia e meia.Enquanto sua mãe praticava ioga, ela decidiu ir ao seu antigo quarto. Lá ainda estava aquele velho computador. De certa forma, assustava. Assusta não saber do que se tratava a sua mágoa e porque até hoje, isso ainda tinha um domínio grande so
Os dois se reencontraram não apenas fisicamente, mas emocionalmente, em uma dança silenciosa de sentimentos. Quando Amanda falou com Benjamin, era como se o mundo ao redor desaparecesse. Cada conversa que eles tinham, cada troca de olhares, fazia com que ela sentisse que estava, de alguma forma, voltando para casa, para um lugar onde sempre pertenceram um ao outro.O tempo não apagou o que eles tinham, apenas fez amadurecer. Amanda percebeu que havia passado tantos anos buscando palavras para descrever seus sentimentos, quando, na verdade, ao falar com Benjamin, tudo que ela precisava estava ali, no silêncio, no olhar, na cumplicidade que nunca desapareceu. Para Benjamin, Amanda sempre foi a pessoa que ele nunca esqueceu, mesmo sem nunca ter dito isso abertamente.Eles passaram aquela tarde juntos, caminhando pelas ruas, falando de coisas simples, e ao mesmo tempo de tudo o que importava. Quando se despediram, Amanda não tinha todas as respostas sobre o que aquilo significava para o f