Gabrielle Proposta? Desde que nos reencontramos, três meses atrás, ele vinha falando sobre essa tal "proposta". Mas, sinceramente, eu não fazia a menor ideia do que ele estava falando, assim como não me lembrava de ter aceitado nada. Eu não podia acreditar que tivéssemos tido uma conversa importante comigo bêbada. Se ele tivesse se aproveitado da minha situação para conseguir minha aprovação para seja lá o que fosse, definitivamente não era confiável. — Qual proposta? — perguntei, sem esconder minha irritação. — Pense um pouco, querida — ele respondeu com um sorriso enigmático. Era o que eu estava fazendo, pensando. Revirei cada detalhe da nossa trajetória recente em minha mente. E desde quando ele começou a me chamar de 'querida' com tanta frequência? E o que diabos era essa tal proposta? Eu me lembrava de cada conversa, cada palavra... mas de proposta, nada. Senti o nervosismo crescer dentro de mim. Ele continuava a me olhar daquele jeito que só ele sabia fa
Lucas Park Se eu soubesse que ela se tornava uma pessoa completamente diferente sob o efeito do álcool, talvez não tivesse deixado que consumisse tanto. Ou teria? A verdade é que, apesar de crescer uma preocupação sobre como ela reagiria na manhã seguinte, eu não pude deixar de me sentir satisfeito e, de certo modo, divertido. Finalmente, ela havia abaixado suas defesas, e eu tinha certeza de que conseguiria arrancar dela aquilo que ferozmente tentava esconder. Não digo que minha intenção fosse me aproveitar de uma garota bêbada — jamais faria algo desse tipo. Mas eu seria um completo idiota se deixasse aquela oportunidade escapar. Ela estava mais tagarela do que o habitual, e seu filtro de informações parecia ter parado de funcionar há muito tempo. Eu esperava que aquele banho, ao menos, a deixasse mais tranquila e relaxada, porque estava visivelmente nervosa por estar ali comigo. Tanto que tomou a liberdade de abrir meu vinho favorito e esvaziá-lo em poucos minutos, e
Lucas Park Nunca estive interessado em beijar nenhuma outra mulher. E, apesar de já ter experimentado várias, nenhuma delas significou absolutamente nada. Aquele foi meu primeiro beijo de verdade, o único que desejei com todas as forças desde o momento em que percebi, naquela maldita cama de hospital, que estava apaixonado por ela. Aquele era o único lugar onde eu pertencia, e de forma alguma eu permitiria que ela se afastasse de mim novamente. Cinco meses . Levei cinco meses para derrubar barreiras dela, para que finalmente permita que eu a tocasse assim. De jeito nenhum eu estragaria aquele avanço. Mas, é claro, a força dos meus pensamentos não era suficiente para conter o desejo. Meu desejo por Gabrielle era maior do que qualquer sentimento que eu já experimentasse, uma necessidade tão crua e intensa que parecia queimar por dentro. E quando senti que ela também me queria, qualquer promessa que fiz a mim mesmo se esvaiu como fumaça. Eu queria saber quem ela realm
Lucas Park A ironia não me escapava: aquela tinha sido quase a nossa noite. Eu, por pouco, não a tinha arrastado para a cama, onde passaríamos horas explorando cada centímetro do corpo um do outro. Mas agora, a ideia de vê-la nos braços de Castillo me consumia por completo, uma raiva surda e um ciúme que me queimavam por dentro. Como ele ousava insinuar que poderia ter qualquer coisa com ela, depois de tê-la vendido por alguns milhões de dólares? Eu nunca faria isso. Nem por todo o dinheiro do mundo eu a deixaria. Quando entrei no salão, o avistei imediatamente. Castillo estava sentado casualmente à bancada, como se aquele encontro não tivesse importância alguma. Usava um blazer escuro perfeitamente ajustado ao corpo e uma gravata azul do mesmo tom dos seus olhos. Sim, ele era bonito e charmoso. Isso era inegável. A verdade, porém, que eu tentava evitar, era essa: parte de mim temia que ele fosse mais do que apenas atraente aos olhos de Gabrielle. E se ela tivesse
Gabrielle Quando entrei em meu quarto, Leslie já estava lá me esperando, sentada como se estivesse prestes a me dar mais uma de suas lições inspiradas em conselhos maternos. Eu me sentei de frente para ela, sem dizer uma palavra, apenas esperando. Sinceramente, torcia para que aquilo não tivesse nenhuma relação com o que aconteceu na noite passada com Lucas. A última coisa que eu queria era que Leslie soubesse dessa aproximação. Com meu aniversário se aproximando e a pressão do evento que viria com ele, eu já imaginava que o assunto giraria em torno da festa ou da empresa. Leslie jamais permitiria que houvesse qualquer erro, e isso incluía controlar minha conduta e aparências públicas. Durante esses últimos dias, ela me foi colocada sob a supervisão constante de Dave e Jullian, que me encheram de informações úteis e inúteis sobre os negócios, me ensinando cada detalhe que acharam necessário. Eles passaram horas me explicando sobre uma nova aquisição do conglomerado, que agor
Art. Único: A herdeira terá posse absoluta, irrefutável e intransferível, após a maioridade de 21 (vinte e um) anos, sob o cumprimento das seguintes exigências: 1. A herdeira deverá ser apta ao cargo de CEO, tendo pleno conhecimento certificado das seguintes áreas: a. Administração de empresas e finanças corporativas b. Economia c. Engenharia d. Arquitetura e. Gestão de pessoas Essa foi a primeira das dez exigências de meu pai, nada fáceis de se cumprir. Ele era a pessoa que mais me conhecia no mundo, talvez soubesse mais de mim do que eu mesma, o que me deixava desconfortável, pois sabia exatamente como lidar com meu narcisismo. Não pude conter o riso quando li pela primeira vez, na verdade, eu ri alto e tão descontroladamente, que senti cada músculo do meu corpo vibrar. Me obrigar a ser social mediante um documento era tão John. Ele sabia que eu não gostava de participar de eventos sociais, sabia que eu não gostava das pessoas da minha idade, assim como s
Lucas Park, o típico herdeiro que toda garota sonha em ter como companheiro. Bonito, carismático e com uma conta cheia de dinheiro. Eu não me importava com sua simpatia, tampouco precisava de seu dinheiro, a única razão para eu não raspar sua cara no asfalto quente, é pelo simples fato que seria um desperdício. Sua simetria era assustadora quando observada por algum tempo. Com sua descendência oriental, era quase impossível não olhar em seus olhos escuros e profundos, seu nariz levemente empinado e fino, a boca era grande com lábios volumosos. Era possível ter aqueles traços naturalmente? Se a inocência tivesse um rosto, aos vinte e três anos, com certeza seria aquele. Até mesmo seu sotaque era charmoso, qual me deixou completamente surpresa. Era realmente um contraste agradável quando visto por inteiro. Exceto pelo cabelo, que estava todo brilhante, com um topete estilo John Travolta nos tempos da brilhantina. — Pode parar de me encarar agora — me censurou. Sorri
— Dave me pediu para cuidar de você — confessou Havíamos passado tanto tempo juntos no passado, que algumas perguntas não precisavam serem feitas. Dave era pai de Lucas, também era melhor amigo e sócio de meu pai, por esse motivo, passamos nossa infância inteira juntos. A mãe de Lucas havia morrido ao dar à luz, então eu emprestei a minha, simples assim. Crianças são tão ingênuas. — Como tem passado Gabrielle? — iniciou ele — Você esteve fugindo de mim desde que retornei. — Não sou uma pessoa nostálgica — confessei — Sinto muito se não te ofereci a recepção que gostaria. Ele sorriu. Não um sorriso de deboche. Ele realmente sorriu. Um sorriso envergonhado, quase escondido, que ao que parecia, eu não deveria ter notado. Ainda havia covas em suas bochechas, assim como quando éramos crianças. Olhar para ele sorrindo fez surgir um mix de emoções que eu nem sabia que era possível para alguém como eu. Senti falta daqueles dias em que passamos horas brincando e conversando