Lucas Park
Gabrielle ocupava a segunda vaga, entre as outras dezoito naquele longo corredor ladeado de carros. Como ela ainda não me notara, ali, a poucos metros? Encostei-me à McLaren da primeira vaga e continuei observando, meu sorriso se ampliando a cada explosão de fúria que a tornava mais brutal.
Ela era tão perfeita. Sua raiva era linda, refinada. E dentro de mim, algo profundo e indomável era atraído para perto dela, como se meu lado mais sombrio finalmente tivesse encontrado alguém que não recuaria quando ele se mostrasse. Alguém que não temeria ver quem eu realmente sou. Alguém semelhante.
Meu corpo ardia ao ver o caos que ela criou. Meu coração disparou ainda mais do que quando ela bateu em Alice, porque eu entendia o peso daquele carro. Ver Gabrielle descontando sua frustraç&atild
Lucas Park Ouvi o carro se aproximando e pressionei ainda mais meu corpo contra o dela. Ela precisava perceber que todas as ações têm consequenciais, e principalmente, precisava aprender a confiar em mim. Seus olhos encontram os meus, estava assustava. Pensou mesmo que simplesmente a deixaria ir? Eu não permitiria que ela fugisse de mim, e de nenhuma forma, que eles a vissem nua, pois ela estava. Sem pensar muito, a mantive ali, embaixo de mim. ― Não ouse se levantar ― sussurrei em seu ouvido ― Ou eles a verão...excitada. E somente eu posso vê-la assim. O olhar constrangido em seu rosto me deliciava. Ela era ainda mais linda com as faces coradas daquele jeito. Achou mesmo que eu a deixaria se levantar e exibir seu corpo para qualquer um desses caras? Nem em um milhão de anos. Cada pedaço dela era meu, e ela devia saber disso.
Lucas Park De repente, ela segurou meus cabelos, puxando minha cabeça para trás com um misto de firmeza e precisão que fez meu peito arder. Quando nossos olhares se encontraram, tudo o que vi refletido nos olhos dela era desejo, luxúria pura. Ela me queria tanto quanto eu a queria. Era claro. Ela cavalgava em mim como se estivesse praticando, se preparando para algo mais — e como eu queria que fosse agora. — Parar com o quê? — ela perguntou, com uma provocação no tom que sabia me desarmar por completo. Mal consegui acreditar na audácia dela. Como ela teve coragem de me perguntar isso? Era impossível que não soubesse o que estava causando em mim; ela devia sentir cada pulsação, cada centímetro da minha tensão embaixo dela. A proximidade estava quebrando minhas últimas barreiras de autocontrole, e o ritmo dela só aumentava, como se soubesse exatamente o que estava fazendo. &n
Lucas Park Quando já estava tranquilo o suficiente para pensar em outra qualquer coisa, que não fosse seu corpo em cima do meu, saí em disparada para a sala de segurança. Não queria correr o risco de qualquer pessoa ter acesso ao vídeo. E muito menos, escutar qualquer insinuação que pudesse, de algum modo, manchar a imagem de Gabrielle. Mesmo que seus seguranças tivessem nos visto, eu não daria brechas a eles para falarem disso por aí. Éramos adultos e, ainda que tivéssemos nos rendido àquele momento em cima do capô do maldito carro, nenhum deles tinha o direito de me censurar. Quem eram eles, afinal, para me dizer o que era certo ou errado? Nem conseguia imaginar como alguém poderia achar aquilo errado de alguma forma, nem mesmo sabia a razão de estar pensando nessa possibilidade. &
Lucas Park Tentei controlar a irritação, mas a raiva latejava em minhas têmporas. Castillo claramente buscava abafar o fogo que já ameaçava incendiar a ambiente. Ele sabia que qualquer encontro inesperado entre nós poderia acabar em caos, especialmente se fosse em presença de Gabrielle, por essa razão armou nosso encontro em seu próprio território. Eu não tinha o costume de andar armado, mas a ideia passou pela minha cabeça desde que soube que Gadreel estava na cidade. Se ele ousasse sequer pensar em forçá-la a qualquer coisa... não hesitaria em meter uma bala em sua cabeça. Gadreel ergueu o olhar para mim, os olhos estreitos, desafiadores, e deu uma ordem, simples, mas carregada de tensão: ― Sente-se. Cada fibra do meu corpo instintivamente se enrijec
Lucas Park Ter um lunático como Gadreel interessado nela já era uma tortura, mas a ideia de Castillo, com todo seu poder e influência, se aproximar dela me fazia estremecer. Gabrielle era minha. Somente eu estava apto a ocupá-la em qualquer sentido. Mas Gadreel... ele seguia um código doentio. Chamava aquilo de “a regra dos três”. Seus encontros eram divididos em ciclos de três, cada ciclo mais invasivo que o anterior, e ele parecia levar essas etapas como um ritual sagrado. No primeiro ciclo, três encontros para conquistar o desejo e obter o primeiro beijo. No segundo, mais três encontros para ganhar a confiança e levá-la para a cama. No terceiro ciclo, mais três encontros para romper qualquer vínculo e destruir o coração da mulher com quem brincava. Para ele, cada uma era apenas um brinquedo, algo para ser usa
Lucas Park Antes de sair, Gadreel me lançou um olhar provocador, quase desafiador, enquanto caminhava para a porta. Esperava que eu o seguisse? A ideia de esmurrar seu rosto assim que saíssemos do apartamento me enchia de adrenalina. Mas eu não cederia; sabia que a primeira pessoa a atacar ficaria em dívida. Essa era outra regra. Apertei os punhos com força, sentindo a tensão percorrer meus músculos, enquanto a pergunta martelava minha mente: por que diabos passei tanto tempo chamando esses bastardos de amigos? A verdade era que havia algo perversamente excitante naquela dinâmica de apostas, uma mistura de adrenalina e desafio que corria nas minhas veias todas as vezes que nos colocávamos contra as nossas próprias lealdades. Eu gostava dessa adrenalina, mas estava cada vez mais claro que, por mais fundo que isso corresse, n&at
Gabrielle Quando desci as escadas, senti que havia algo errado. Lucas não estava lá novamente. Ele não voltou para casa na noite anterior, não ligou, não mandou mensagem. E agora, sua ausência se estendia pela manhã. Definitivamente alguma coisa estava acontecendo e ele não estava me dizendo. O silêncio da casa era quase opressivo. Aquela bancada da cozinha, que sempre parecia lotada pela manhã, estava vazia. Nenhum sinal de Leslie, Dave ou Jullian. Eu estava sozinha. E pela primeira vez em toda a minha vida, não gostei da sensação de não tê-los por perto, não somente Lucas, mas todos eles. Todos estavam magoados comigo, cada um por seu próprio motivo, mas não podiam simplesmente me abandonar, como se eu fosse um brinquedo que eles enjoaram de usar. Essa sempre foi a minha função. Era eu quem costumava me afastar e deixar os outros para trás — não o contrário
Gabrielle Eu sabia que, naquele momento, algum segurança já havia notificado Jullian e Leslie sobre a visita de Gadreel. Se eles não chegassem em questão de minutos, significava que estavam lidando com algo mais urgente — o que seria tão crítico nas empresas que exigiria a presença de todos logo cedo? — Sua casa é linda — comentou ele, tirando-me dos pensamentos. — Maior do que eu imaginava. — E por que você imaginou como seria minha casa? — perguntei, com uma sinceridade descuidada, sem me importar com o tom. — Porque eu pensei que nunca me convidaria a entrar — ele respondeu, sorrindo de canto, com um olhar que parecia conhecer segredos que eu não sabia. Gadreel sentou-se na bancada da cozinha, no mesmo lugar o