→ Alguns anos antes. — Isso aqui está uma verdadeira merda — resmunguei, puxando o drink pelo canudo grosso a fim de me embebedar mais para ver se alguma animação surgia.Mia riu ao meu lado, jogando a cabeça para trás como se eu tivesse falado a coisa mais engraçada do mundo.Já estava bêbada. Completamente bêbada.Não aguentava tomar duas garrafas de cerveja que já perdia as estribeiras, imagine então beber copos de drinks que não sabíamos o que tinha dentro. A quantidade de álcool em cada copinho descartável devia ser equivalente a quatro garrafas de cerveja, e Mia já tinha bebido uns três copos cheios.Passei os olhos pelo ambiente não achando graça alguma na balada. Estávamos ali apenas porque era aniversário de uma amiga insuportável de Mia e ela não queria ir sozinha, então me obrigou a acompanhá-la.Acontece que além de eu saber que não era bem vinda, não gostava da garota, e não estava nem um pouco no clima para dançar, beber e sair em busca de alguém.Scott Legard dominav
— Eu não quero mais nada, Scarlett. É sério. Não tem nada de errado com você, só não quero mais fazer isso.Hum. Recusando ela? Bom. Muito bom.— É porque eu disse que queria ser a única, não é? Isso foi da boca para fora, não precisa me assumir de verdade, só me fode, pode ser? Quer transar aqui, ou no meu quarto, ou na piscina? Você decide. Por mim tanto faz.Achei ridículo ela se humilhar, mas o que eu poderia dizer? Também me humilhei. E era compreensivo, estávamos falando de Scott e de como era delicioso foder com ele. É claro que eu entendia a mulher.O silêncio permaneceu por um tempo, não escutei nada, não ouvi nenhuma palavra de recusa saindo da boca dele mas também não escutei sons de um beijo ou coisa assim.Então sendo uma bela cara de pau, tentei juntar coragem para sair de trás da parede e invadir de vez o outro cômodo. Não ia brigar por ele, mas entregar Scott de bandeja para a mulher, isso eu também não queria fazer.Podia ser só sexo para ele, claro que podia, mas
— Eu não transei com ela — disse pausadamente, bravo.Como se o filho da puta tivesse o direito de estar bravo… Era só o que me faltava!— Então vá transar! Ela está doida para ter o seu pau nela, isso foi bem visível. Não espere mais já que o sentimento é recíproco, seu pau ainda está duro — peguei no membro o agarrando forte entre meus dedos — e você pode muito bem dar um jeito nisso se enfiando nela. Vai, Scott!As íris lindas pareceram escurecer por um momento, e quando ele soltou um de meus pulsos, levou uma mão até meu pescoço e voltou a me empurrar contra a parede, invertendo nossas posições.— Eu vou foder sim, mas vou foder você e essa sua boca atrevida até que pare de falar merda! Eu não quero a Scarlett, e nunca mais vou ter as mãos dela em mim porque amanhã ela já não estará mais nessa casa. Só que vai ter que me aguentar, Chloe. Vai ter que aguentar tudo o que eu quero fazer com você, e tem que fazer isso gemendo no meu pau. A cada maldita estocada que eu der, eu quero vo
Os passos inquietos estavam me deixando com raiva. Scott não parava de caminhar de um lado para o outro, e isso me irritava de um jeito que se ele soubesse, não estaria fazendo.Eu queria dizer que o motivo dessa inquietação era apenas porque chegamos na Hayans e tinha uma ou outra coisa fora de ordem, mas infelizmente, não era por isso. Infelizmente mesmo.Sem paciência, espalmei a mesa de sua sala com os dedos esticados, causando um som que atraiu sua atenção. Ele enfim cessou os passos, cruzando os braços e soltando um suspiro que fez seu peito se mover de forma visível.Sabia que seria um baque, mas não achei que a reação dele seria essa.— Casamento? A vovó quer que a gente se case?Soltei um riso nasalado enquanto balançava a cabeça em negação.Qual era a droga do absurdo que havia nisso? Scott não estava planejando fugir comigo? Ele não me pediu por isso mais de uma vez? Então por qual razão estava tão surpreso e confuso?— Você não disse que me queria com você sem impedimen
— Você não está feliz, isso eu já entendi. Só não me faça ficar ainda mais pra baixo do que já estou. Tem noção de como está sendo para mim saber que a Coral está viva, que eu tenho uma irmã com meu sangue, e que agora vou ter que me enfiar de vez na Organização? — proferi irritada, me virando para ele. — Não é fácil pra mim, lógico que não é! Mas eu vou fazer o que é preciso. Vou fazer o pacto e espero que você esteja ao meu lado nisso.Scott franziu o cenho e dentre tudo o que eu disse ele pareceu escutar uma coisa só.— Você tem uma irmã?Ótimo. A confusão só se embolava mais e mais. Já nem sabia o que eu tinha dito ou deixado de dizer.— Lobinho, por favor, foco no que é realmente importante! — Caminhei até ele e sem me preocupar, enrosquei meus braços em seu pescoço. — A Kiara quer que a gente se case. Ela deixou isso muito claro, temos a permissão dela, e ponto final. Qual é o problema agora?Ele colocou suas mãos em minha cintura e me avaliou cauteloso.— É isso mesmo que voc
— Não há resquício algum que possa indicar o paradeiro dela. A Coral realmente sumiu do mapa.Avaliei cada informação impressa que Jason conseguiu arrumar e no fim, nada de Coral. Graças a Deus.Minha única preocupação com a mulher era que, se o dinheiro acabasse ela voltaria, não? O que aconteceria se usasse todos os seus milhões tendo a vida de luxo que desejava?Ela ia retornar em busca de mais, e quando fizesse isso, se fizesse, eu queria estar preparada para escorraçar ela para longe.— E a Madson? Há alguma chance de saber sobre mim? Ela foi muito amigável logo de cara, então quais seriam as chances de saber de alguma coisa?— Nenhuma! Eu olhei tudo, Chloe. Tudo o que podia ser uma pista, e não tem nada que comprove que a Madson teria ciência disso. Ela nunca soube sobre o pai ter uma outra mulher, imagine então se saberia que ele foi pai de outra garota. Não. Ela não sabe. Provavelmente simpatizou com você porque é inevitável. Há algo que une vocês duas, e pode soar como uma co
Poderia se passar anos e ainda assim quando eu chegava na mansão, a beleza da construção sempre me encantava.Avaliei atentamente a grande porta de entrada e me lembrei de quando era pequena, das vezes que passava correndo por ela para fugir das mãos de mamãe que me buscavam com o intuito de me fazer cócegas. Eu sorria com uma alegria contagiante enquanto cambaleava até o jardim, no intuito de me esconder entre alguns arbustos.No fim ela sempre me encontrava. Me jogava na grama sempre bem aparada e fazia as cócegas até minha barriga doer de tanto eu rir.Tive uma infância feliz. Isso não tinha como negar. Poderia não ter amado toda a minha adolescência, mas antes dela? Vivi dias cheios de amor.Marisa foi uma mulher incrível, era um fato.Fui adotada, mas eu sequer me lembrava dos meus anos antes disso. Cresci sabendo que ela era minha mãe, e quando completei oito anos, soube com clareza que não havia saído de sua barriga pois nenhum deles me negou essa informação.Claro que essa
— Não são irmãos de verdade — prosseguiu por mim — por mais que eu quisesse que fossem. Eu até tentei fazer vocês se aceitarem assim, mas não tive grande êxito. Você sempre soube que não saiu de mim e que esses pirralhos não eram seus irmãos de fato. Não posso te julgar quando a verdade é que infelizmente você não saiu de dentro da minha barriga.— Mas eu preferia ter saído! — falei, um pouco no impulso.Não que de fato desejei um dia ser filha legítima dela, mas entre Marisa e Coral, agora que eu havia visto o vídeo? Marisa, mil vezes!A mulher passou os dedos pelo meu rosto de forma carinhosa, me olhando com admiração. Seus olhos tão bonitos eram tão parecidos com os meus. Seu tom de pele e até mesmo a tonalidade dos cabelos.Ela era linda, e eu tinha traços seu apesar de não ter seu DNA.— Quer saber de uma coisa? Eu não mudaria nada. Foi isso o que eu disse ao seu pai. É claro que não queria ter te submetido a tanto sofrimento, se eu pudesse mudar exatamente isso, eu mudaria. Ma