Ellen
— Senhor Axel! — O Barão fala com seu habitual tom firme e sério para o meu pai assim que entramos na mansão Luxemburgo e ambos apertam as mãos firmemente. — Senhora Axel! — Ele diz olhando firme para a minha mãe em seguida.
— Collin querido! — Ela praticamente cantarola a sua gentileza, abrindo o seu sorriso de socialite. Por fim, paramos um de frente para o outro e é inevitável que os nossos olhos se encontrem.
— Barão! — sibilo baixo demais, porém, o seu olhar sempre intenso e rígido continua sobre o meu.
— Senhorita Axel! — Collin faz um gesto sutil com a cabeça para mim e por algum motivo, o seu olhar se suaviza. Contudo, Collin limpa a sua garganta e se afasta de mim para fitar os seus convidados.
— Mamãe, papai! — Ruby surge lindamente elegante no topo da escadaria, abrindo um sorri
Ellen— Viu o que você fez, garota estúpida? — Ela rosna entre dentes assim que adentramos a sala de visitas da mansão Axel. — Por que tinha que meter com o filho do jardineiro, hã? Você tem a cabeça oca por acaso? Não parou para pensar nas consequências dos seus atos?— Eu não tive culpa… — Tento me defender, mas logo sinto uma bofetada estralar na lateral do meu rosto. Trêmula, levo uma mão ao local da dor.— A culpa é sua sim! — Ruby grita furiosa. — Eu não entendo como você pode ser tão idiota? — Ela sorri mesmo sem vontade. — Sempre tão sonsa, não é? — Toda metida a esperta, mas no fundo, só faz merda! — Ela desvia os seus olhos dos meus para encarar o nosso pai. — Alguém tem que pagar por isso.— Ruby, fique calma, filha. &mdas
Ellen Alguns dias depois... — Está pronta? — Ruby pergunta entrando repentina no meu quarto. Então ela sorri para a minha imagem quase irreconhecível diante do espelho. O reflexo de uma mulher linda, sexy e fatal em uma roupa exuberante e sensual, mas sem vulgarizar, além de um belo par de saltos altos. Suspiro em resposta. — Não se esqueça de sorrir, Ellen. Ah, e dizer as palavras certas também, querida. Eu sei que o Collin é perdidamente apaixonado por mim e ele não vai resistir a esse espetáculo de mulher em pé na frente dele. Eu sou a sua fraqueza e eu tenho certeza que ele vai ceder aos meus encantos. Aos seus encantos? Quem está indo fazer o papel sujo? Ralho mentalmente. — Agora vamos, levante-se porque não temos tempo a perder! Faço o que me pede e logo me vejo entrando em um carro que não hesita em ganhar movimento no asfalto molhado. Durante a viagem de poucos minutos penso em uma estratégia para envolver o
Ellen— É você quem precisa olhar por onde anda, sua louca! — rosno para ela, afastando um pouco o tecido encharcado da minha pele. Tento passar por ela, mas a mulher resolve parar bem na minha frente, impedindo a minha passagem.— Vou te dá um conselho de graça, garota. O Collin não quer mais. Então se você ainda tiver um pouco de amor próprio, se manda daqui e não o procure mais! — Ela fala seca e ao passar por mim, esbarra propositalmente em mim. O piso molhado me faz desequilibrar em cima dos saltos e literalmente caio de bunda no chão.Merda de noite!Rosno com raiva de mim mesma, quando escuto as risadas preencherem o salão e envergonhada tento me levantar do chão, mas é algo complicado já que a droga da bebida parece conter algum tipo de gel dentro dela. Frustrada, ergo os meus olhos e encontro o olhar piedoso
CollinCom um suspiro cansado abro uma brecha de olhos sentindo o meu corpo reclamar as noites mal dormidas. A minha visão turva mostra-me a silhueta de uma garota adormecida do meu lado e aos poucos essa visão ganhando uma forma vívida.Ruby?Confuso, começo a avaliar a sua imagem e algumas cenas da noite passada preenchem a minha cabeça.... Esse bolo parece delicioso!O som da sua voz sedutora preenche os meus ouvidos em uma fração de segundos e logo algumas cenas quentes de nós dois dentro de um quarto temático de um bar surgem como um filme. O seu sorriso provocador, os seus sons arrastados e sussurrantes, cada gemido que escapava da sua boca fez o meu coração bater impulsivamente dentro do meu peito, roubando a minha capacidade respirar e de pensar com clareza.... Você não quer provar?Deus, essa pergunta me fez perder qu
Ellen— Sente-se, querida esposa! — Collin pede com uma falsa sensibilidade. Juro que é possível sentir o sarcasmo essas suas poucas palavras, enquanto educadamente ele puxa uma cadeira para me acomodar. Contudo, estou tentando aplacar o nervosismo que a todo custo quer dominar todo o meu corpo e quando ele se senta de frente para mim, forço um sorriso de boca fechada.Uma conversa definitiva. Penso desviando os meus olhos dos seus para observar o lugar aconchegante e com pouco movimento.O que eu devo dizer para ele, que não sou a sua esposa de verdade? Que não é a Ruby quem se deita com ele todas as noites?Deus, eu não posso fazer isso porque com certeza prejudicarei o Daniel e a sua mãe, e eu jamais me perdoaria se algo lhes acontecesse. Mas e então, o que devo fazer realmente? Afundar-me mais nessa teia de mentiras é a minha única opção. Aconselho-m
EllenHoras mais tarde...O som de uma música um tanto distante começa a me trazer de volta a minha realidade e com um resmungo frustrado abro os meus olhos, percebendo que é o meu telefone que está tocando insistentemente em cima do criado mudo.— Alô? — atendo meio aturdida, devido a sonolência e sequer me dei o trabalho de ver quem é.— Ellen?— Ah oi, Megan! Que horas são? — questiono com um som arrastado e me lembro que desde que voltei para casa me tranquei no meu quarto e chorei até apagar totalmente. Contudo, olho para a janela e percebo a noite já está se aproximando.— Ellen, é o Daniel. — Desperto totalmente me sentando no colchão no mesmo instante.— O que tem o Daniel?— Ele está preso. — Uno as sobrancelhas.— Como assim ele está pr
Collin— Boa noite, Barão! — Minha governanta fala assim que abre a porta para mim.— Minha esposa está em casa? — ignoro completamente a sua cordialidade, adentrando o hall e me desfazendo do meu terno em seguida.— Ainda não, Senhor! O jantar… — Ela começa a falar, porém, lhe dou as costas e pego o meu telefone para ligar para Ruby. O fato de a ligação cair na caixa postal me irrita. Contudo, subo as escadas e tomo um banho demorado, e só quando volto para o meu quarto e visto uma roupa confortável, torno a ligar para ela.— Onde você está, Ruby?Um som rude e áspero para pela minha boca. Entretanto, escuto a porta se abrir atrás de mim e logo a sua voz preenche o cômodo.— Estou bem aqui, querido! — Ela surgindo no meu campo de visão.Em silêncio, largo o aparelho
Ellen — Dani? Daniel, acorde! — peço baixinho para não chamar a atenção dos homens no banco da frente. — Acorde, por favor! — Dou tapinhas leves no seu rosto, mas ele simplesmente não se mexe. Bufo internamente. Contudo, fico quieta quando um deles olha para trás. — Se comporte aí, mocinha, não queremos te machucar! — Um deles me adverte. Entretanto, uma leve vibração dentro do meu bolso me faz lembrar do meu celular e cuidadosamente o confisco do bolso traseiro do meu jeans, escondendo-o no meio das minhas pernas quando o intrometido volta a olhar para trás, porém, no instante que ele torna a olhar para frente aciono a minha agenda e ligo para o primeiro no topo da minha lista. — O que você quer, Ellen?! — O som da voz irritadiça de Collin preenche os meus ouvidos, me fazendo revirar os olhos internamente. Que droga, Ellen, com tanta gente pra você ligar, você liga logo para o mal-humorado do seu cunhado? Resmungo revoltada comigo mesma. — Socorro! — sussurro sem fazer alarde e