Fazer alguém que não acredita no amor se apaixonar por ele? Isso simplesmente não seria possível. Ângelo franziu a testa e olhou para Vitória. — Vitória, o que eu quero agora é só cuidar do seu estômago, o resto a gente vê depois.Ângelo tinha um jato particular, o que dava a ele liberdade para decidir os horários e rotas de voo sempre que quisesse. Ele a levou até o avião, com uma atitude tranquila. — Daqui em diante, qualquer lugar que você quiser ir, é só me falar. Posso mandar alguém te levar ou até mesmo te levar pessoalmente.Ele possuía licença de piloto, mas naquele dia não tinha a intenção de pilotar. Só queria sentar-se ao lado dela. — Bom dia, Sr. Ângelo. Quando a comissária viu Ângelo, seu sorriso ficou ainda mais radiante. Ângelo apenas assentiu com a cabeça e entrou com Vitória. A comissária, por sua vez, parecia um pouco desanimada. Sempre tivera uma grande admiração por Ângelo. Depois de terminar a faculdade, ela tinha diversas opções de trabalho, mas
O suco fresco parecia ter sido ligeiramente aquecido com água quente, deixando-o morno. Quando a comissária percebeu que Ângelo estava voltando, se retirou rapidamente, visivelmente nervosa. Ela nunca teria coragem de confessar seus sentimentos por ele, temia que isso custasse seu emprego, o que a impediria de até mesmo observá-lo de longe.Ângelo entregou o copo de suco a Vitória. Vitória tomou um gole do suco fresco, mas percebeu que estava morno. O suco, morno ao paladar, refletia a atenção cuidadosa desse homem. — Eu não tenho coração? Como você pode ter tanta certeza disso? Ele pensava consigo mesmo, sentindo que todo o seu cuidado não era dedicado a ela? Como ela podia dizer que ele não tinha coração? Vitória tomou outro gole de suco. — Eu também não tenho coração.No fundo, ele só queria conquistar o coração dela agora, não era? Ângelo soltou um riso frustrado. O que mais poderia fazer, se seu desejo atual era exatamente esse: ganhar o coração dela? O voo de duas
Era como os pais, não importava a idade dos filhos, a preocupação com eles nunca diminuía.— Não precisa.Vitória realmente acreditava que não havia necessidade alguma de ajuda. Ela só voltou quando sentiu que já tinha a habilidade necessária. Nunca quis depender de ninguém, sempre desejou conquistar tudo por si mesma, com seu próprio esforço. Ângelo a levou pessoalmente até o Grupo GY e, depois, seguiu para a Mansão Kam Fai. Pouco depois, Gabriel trouxe tudo o que ele havia pedido. — Ângelo, você está se sentindo mal? Quer que eu chame um médico para te examinar? Por que comprou até um caldeirão de ervas?— Eu não estou doente. Estou muito bem. — Então, por que comprou essas coisas? E essas ervas na mesa, o que significa tudo isso? Ângelo nunca fora fã de remédios fitoterápicos, afinal, o cheiro não era nada agradável. — É para a sua cunhada. Ela tem problemas no estômago. Durante a viagem para a Cidade A, pedi para a Sra. Kayra dar uma olhada nela.— Deixe que a empregada
Quando Joana recebeu a ligação de Giovana, ficou um pouco surpresa. Não esperava que Giovana a procurasse naquele momento, mas, independentemente disso, Giovana era uma das líderes do Grupo GY e, como tal, Joana não poderia simplesmente ignorá-la.No café do térreo do Grupo GY, Joana observava Giovana, sentada à sua frente, em silêncio, sem saber o que a mulher queria. Giovana pediu duas xícaras de café.— Gerente Joana, seus pais faleceram e você conseguiu chegar até aqui. Não foi fácil, certo? Então, já que estou aqui, vou direto ao ponto. Eu te proponho sair do projeto atual. Não importa o que você queira, posso te atender.Vitória não poderia ter sucesso com esse projeto. Giovana não permitiria que tudo o que ela havia conquistado no Grupo GY fosse em vão.Observando a mulher à sua frente, com a maquiagem impecável, Joana apertou levemente as mãos que estavam em seu colo. Se não fosse por Giovana, Tábata não teria sido levada à loucura.— De fato, não foi fácil. Agradeço pela pre
— Não se preocupe, peça o que quiser, desde que consiga comer tudo. Não precisa economizar por minha causa.Felipe fez seus pedidos e pediu dois pratos que ele gostava, passando o cardápio para os outros. — Cada um pode pedir dois pratos, acho que assim está bom. — Disse Joana, também achando que seria o mais adequado.Logo, todos fizeram seus pedidos. O custo médio por pessoa nesse restaurante era alto, e era a primeira vez que eles iam a um lugar assim. Mas, mesmo assim, todos pediram pratos que realmente gostavam.Quando o cardápio chegou nas mãos de Vitória, ela decidiu adicionar dois pratos especiais. Todos eram jovens, e, por ser uma pessoa simples, Vitória logo se entrosou com o grupo.O jantar foi muito alegre para todos. Felipe acabou bebendo demais e pegou a manga da blusa de Vitória. — Srta. Vitória, pode ficar tranquila! Eu finalmente consegui o trabalho que tanto queria e vou me esforçar ao máximo.Felipe era bastante capaz, mas, como se formou em uma universidade
Vitória franziu a testa. Ela odiava ser pressionada por alguém. E, agora, Ângelo estava exatamente fazendo isso. Ela o encarou com firmeza.— Ângelo, eu já falei: eu não vou tomar.Vitória estava realmente determinada a não ceder. Ela sabia que não deveria ter vindo até a casa dele.— Vitória, olha minha mão.Ângelo estendeu a mão queimada diante dela. As cicatrizes eram evidentes, marcas de queimaduras que antes eram apenas detalhes nas suas mãos bem cuidadas.O que isso significa? Vitória ficou sem palavras. Aquela mão tão bonita, agora marcada por causa dela?— Isso tem a ver comigo?— Claro que tem a ver com você. Vitória, sua mãe ainda está sozinha na fronteira. Ela precisa de você. Você é a única filha dela, e se algo acontecer com você, como ela vai ficar? Ângelo sabia que a maior preocupação de Vitória era a mãe, e usou esse argumento para tentar convencê-la a tomar o remédio.— Ângelo, você está ultrapassando todos os limites.Vitória se levantou, recusando completamente
Vitória franziu a testa. O que ele estava fazendo? Ele estava com pena dela, não era? Mas, sinceramente, ela não precisava da piedade de ninguém. Ainda assim, com os braços dele em volta de sua cintura, ela não conseguia se soltar. Ângelo, de fato, era um homem extremamente cativante. Uma vez envolvida por ele, nenhuma mulher conseguia sair ilesa. Sentado no sofá, seu rosto repousava sobre o ventre sensível dela. Naquele momento, a atração entre eles era palpável, uma atração puramente masculina e feminina. Vitória realmente não entendia o que era o amor. Ela também não acreditava que houvesse um amor puro neste mundo. Para ela, tudo não passava de um instinto animal, algo que poderia ser superado com esforço. — Ângelo, você só quer me levar para a cama, não é? Não precisa fingir tanto afeto.Um homem como ele, tão admirado, não precisava se rebaixar tanto para conquistar alguém. Ao vê-la assim, ele apenas sentiu um aperto no peito, uma vontade imensa de fundi
Na verdade, no momento em que Daniel dirigiu o carro em sua direção, Ângelo já havia percebido o perigo iminente. Com um movimento rápido, ele empurrou Vitória para longe. Ele poderia ter se esquivado completamente, mas, por um breve momento, seus olhos brilharam e, deliberadamente, hesitou por alguns segundos. Foi então que o carro o atingiu, lançando seu corpo para longe. — Ângelo? Vitória, empurrada para frente, deu alguns passos antes de conseguir se equilibrar. Quando se virou, viu Ângelo caído no chão. Ao ver o que acontecera, o olhar de Daniel se encheu de fúria. — Eu vou te matar, eu vou te matar! — Ele murmurava repetidamente, como se estivesse em um transe. O rosto de Sophia estava pálido. Ela estava ao lado de Daniel havia cinco anos, e o conhecia como ninguém. Daniel sempre fora um prodígio, alguém que, com seu status, conseguia tudo o que queria sem esforço. Até então, parecia indiferente a quase tudo, exceto ao instituto de pesquisa que tanto prezava.