Será que aquele homem ainda achava, com toda a arrogância, que Vitória tinha algum interesse por ele? Ele precisava, pelo menos, se olhar no espelho. Vitória nunca se rebaixaria a gostar de alguém tão desprezível quanto Daniel. Quando Sophia viu o que estava acontecendo, não pensou duas vezes antes de descer do banco do passageiro. Daniel era seu noivo, e ela não poderia permitir que ele fosse espancado daquele jeito. — Vitória, solta ele agora! Sophia agarrou o braço de Vitória, tentando separar a briga. Mas, ao perceber que ela estava tentando ajudar, Daniel se sentiu ainda mais humilhado. Maldita Vitória, como ela ousava não o amar e ainda se voltar para outro? Antes que pudesse tocar em Vitória, a mão dele foi rapidamente agarrada por Ângelo, o homem que ele acreditava estar incapacitado. — Se você tocar nela, vai se arrepender de verdade. Com um movimento rápido, Ângelo acertou um soco direto no nariz de Daniel. O impacto foi tão forte que, em segundos, o sangue
Gabriel foi imediatamente até o carro. — Eu realmente estou bem. Posso ficar em casa descansando por dois dias. Não se preocupe comigo, você tem mais o que fazer. Pode seguir sua rotina.Ângelo parecia tentar aliviar a preocupação de Vitória, sempre pensando nela. — Não fale bobagem. Vou te levar para o hospital agora mesmo. Vitória não se deixou convencer pelas palavras dele. Somente com a vista não seria possível saber a extensão dos ferimentos. Gabriel estacionou o carro, saiu rapidamente e abriu a porta para os dois. — Ângelo, vamos para o hospital agora. Gabriel ofereceu ajuda para apoiá-lo, mas foi afastado bruscamente por Ângelo. — Eu estou bem, posso me virar sozinho.Mas, apesar das palavras, ele mal conseguia se manter em pé e precisou se apoiar em Vitória. Sem alternativa, Vitória ajudou Ângelo a entrar no carro. Gabriel ficou em silêncio, observando. Será que Ângelo realmente estava ferido? Dentro do carro, Ângelo se apoiava no ombro de Vitória, com um s
Além disso, no hospital, tudo parecia inconveniente.— Eu não quero ficar internado, quero ir para casa. Eu não gosto de hospital.Ângelo realmente odiava hospitais, ele não se sentia à vontade ali.— Ângelo, você ficou maluco? Isso não é uma questão de querer ou não! — Vitória rolou os olhos, claramente irritada. — Vou te avisar, você vai ficar deitado aqui no hospital. E se mais tarde surgirem complicações, não venha me procurar para resolver o problema.Era a primeira vez que alguém ousava falar assim com Ângelo, e Gabriel, que estava ao lado, não conseguiu segurar o riso.— Está rindo de quê?Vitória, ao perceber Gabriel rindo, não conseguiu evitar ficar irritada.— Não, nada disso, cunhada. Não fique brava, vou logo fazer a papelada para a internação. Gabriel não conseguiu mais segurar o riso e precisou sair do quarto para dar risada.Afinal, Ângelo estava claramente fingindo, não? Essa tática de se fazer de vítima era... Bem, quando se gosta de alguém, é impressionante como fic
— Quer tomar banho? Ele realmente achava que tomar banho nessa condição era uma boa ideia? — Sim, estou me sentindo desconfortável. Ao vê-lo sujo e machucado, Vitória assentiu com a cabeça. — Certo, vá em frente. Se sentir qualquer coisa estranha, me chame. Estarei aqui fora. Afinal, ele era um homem adulto, e ela não poderia ajudá-lo com isso. — Entendido.Ângelo entrou no banheiro. O som da água correndo preenchia o ambiente enquanto Vitória se sentava no sofá, inquieta. Ela se lembrou que ele não tinha roupas íntimas limpas para trocar. Pensando nisso, levantou-se e foi até a loja de conveniência mais próxima para comprar algumas peças. Ao retornar, percebeu que ele ainda não havia saído. Bateu suavemente na porta do banheiro. — Ângelo? Ainda não terminou? Homens geralmente não demoram tanto para tomar banho, mas já se passaram vinte minutos e ele ainda estava lá dentro. Será que ele havia desmaiado? — Ângelo? Consegue me ouvir?Sem obter resposta, Vitória se
Ali estava o hospital, e, na verdade, ela não gostava nem um pouco de estar em hospitais. Esses lugares só traziam lembranças dolorosas.— Você vai para a cama, eu fico no sofá. Ângelo se acomodou no sofá. Não podia deixar uma mulher como ela dormir no sofá enquanto ele, um homem grande, fosse para a cama.— Não, você é o paciente. Vai para a cama.Vitória foi firme em sua decisão.Os dois ficaram assim: um sentado no sofá, a outra em pé, à sua frente.— Vai para a cama logo, já foi um dia cansativo. Ela achava que o dia de hoje havia sido exaustivo. Acabara de voltar da Cidade A, passou a tarde inteira trabalhando e à noite ainda aconteceram tantas coisas.— Ângelo, vai para a cama. — Ela insistiu.— Está bem!Ele sabia que não era fácil convencê-la. Então, não teve outra escolha a não ser deitar-se na cama.Quando finalmente se deitou, Vitória também se acomodou no sofá.— Se sentir algo, me chame. Estou com sono. Vitória fechou os olhos logo depois de dizer isso.Estava real
— Bom dia.Vitória sentiu um leve desconforto. A reação dele era tão intensa que ela não sabia como lidar com aquilo. Tentou se afastar um pouco, não queria ficar tão próxima dele. No entanto, o dar um passo para trás, quase caiu da cama, mas foi rapidamente puxada de volta por Ângelo.— Para onde você está indo? Isso é uma reação normal, pode ficar tranquila! Eu não vou tocar em você.Com ele tão perto, era impossível para Vitória manter a calma.— Ângelo, me solte.Ele a soltou, e ao ver seu rosto corado e saudável, seu humor melhorou um pouco. Ele odiava vê-la frágil, aquilo causava a ele uma dor no coração.Vitória desceu da cama hospitalar, confusa. Como ela foi parar ali? Não tinha dormido no sofá?— Como eu fui parar na cama? — Ela perguntou, visivelmente incomodada.A cama era tão pequena que os dois mal cabiam, seus corpos praticamente colados um no outro.— Eu também não sei! Quando acordei, você já estava nos meus braços. — Ângelo disse com um olhar de total inocência.—
— Você já pode ter alta. Descanse bem em casa e, se sentir qualquer desconforto, retorne ao hospital para uma nova avaliação.— Entendi.Ângelo também não gostava de ficar no hospital, era muito inconveniente. — Vá cuidar dos trâmites de alta. Enquanto isso, vou levar a Srta. Vitória até a empresa. Assim que o médico saiu, Ângelo já começou a organizar tudo. — Não precisa me levar, eu posso ir sozinha. Vá para casa descansar! Afinal, ele tinha sido atropelado e precisava se cuidar. — Já disse que estou bem, foi só um esbarrão. — Está bom! Ele falava com tanta certeza que não restava mais o que discutir. Os dois saíram juntos do quarto. No corredor, encontraram Bernardo e Giovana. Assim que avistou Vitória, Bernardo veio apressado em sua direção. — Vitória, você tem noção do que fez? Como teve coragem?Daniel estava com o osso do nariz quebrado e ainda por cima tinha fraturado duas costelas. Como ela pôde ser tão cruel? Ao ver Bernardo tão transtornado, Vitória apena
— Daniel, já deu? Eu estou aguentando isso há tanto tempo! Desde que a Vitória voltou, você mudou completamente. O que você quer de mim, afinal?Eles haviam demorado tanto para chegar até ali, mas desde o retorno daquela mulher, tudo havia mudado.Será que ele realmente a amava? Ela duvidava profundamente disso.— Você está me aguentando? Sophia, não se esqueça que foi você quem insistiu tanto para ficarmos juntos. Você está comigo só por causa do meu sobrenome, porque sou o herdeiro da família Laporta, não é? Agora vem dizendo que não aguenta mais? O que é? Já encontrou alguém melhor para se pendurar?As palavras de Daniel foram duras e cruéis, e Sophia olhou para ele, incrédula.Como ele podia pensar assim?— Meu amor, para você, eu não valho nada, é isso? — Sophia estava realmente machucada.— Seu amor? O que você gosta mesmo é de roubar o que é da Vitória, não é? Não importa se são as coisas dela ou as pessoas de quem ela gosta, você quer tirar tudo dela.O coração de Daniel pareci