Além disso, no hospital, tudo parecia inconveniente.— Eu não quero ficar internado, quero ir para casa. Eu não gosto de hospital.Ângelo realmente odiava hospitais, ele não se sentia à vontade ali.— Ângelo, você ficou maluco? Isso não é uma questão de querer ou não! — Vitória rolou os olhos, claramente irritada. — Vou te avisar, você vai ficar deitado aqui no hospital. E se mais tarde surgirem complicações, não venha me procurar para resolver o problema.Era a primeira vez que alguém ousava falar assim com Ângelo, e Gabriel, que estava ao lado, não conseguiu segurar o riso.— Está rindo de quê?Vitória, ao perceber Gabriel rindo, não conseguiu evitar ficar irritada.— Não, nada disso, cunhada. Não fique brava, vou logo fazer a papelada para a internação. Gabriel não conseguiu mais segurar o riso e precisou sair do quarto para dar risada.Afinal, Ângelo estava claramente fingindo, não? Essa tática de se fazer de vítima era... Bem, quando se gosta de alguém, é impressionante como fic
— Quer tomar banho? Ele realmente achava que tomar banho nessa condição era uma boa ideia? — Sim, estou me sentindo desconfortável. Ao vê-lo sujo e machucado, Vitória assentiu com a cabeça. — Certo, vá em frente. Se sentir qualquer coisa estranha, me chame. Estarei aqui fora. Afinal, ele era um homem adulto, e ela não poderia ajudá-lo com isso. — Entendido.Ângelo entrou no banheiro. O som da água correndo preenchia o ambiente enquanto Vitória se sentava no sofá, inquieta. Ela se lembrou que ele não tinha roupas íntimas limpas para trocar. Pensando nisso, levantou-se e foi até a loja de conveniência mais próxima para comprar algumas peças. Ao retornar, percebeu que ele ainda não havia saído. Bateu suavemente na porta do banheiro. — Ângelo? Ainda não terminou? Homens geralmente não demoram tanto para tomar banho, mas já se passaram vinte minutos e ele ainda estava lá dentro. Será que ele havia desmaiado? — Ângelo? Consegue me ouvir?Sem obter resposta, Vitória se
Ali estava o hospital, e, na verdade, ela não gostava nem um pouco de estar em hospitais. Esses lugares só traziam lembranças dolorosas.— Você vai para a cama, eu fico no sofá. Ângelo se acomodou no sofá. Não podia deixar uma mulher como ela dormir no sofá enquanto ele, um homem grande, fosse para a cama.— Não, você é o paciente. Vai para a cama.Vitória foi firme em sua decisão.Os dois ficaram assim: um sentado no sofá, a outra em pé, à sua frente.— Vai para a cama logo, já foi um dia cansativo. Ela achava que o dia de hoje havia sido exaustivo. Acabara de voltar da Cidade A, passou a tarde inteira trabalhando e à noite ainda aconteceram tantas coisas.— Ângelo, vai para a cama. — Ela insistiu.— Está bem!Ele sabia que não era fácil convencê-la. Então, não teve outra escolha a não ser deitar-se na cama.Quando finalmente se deitou, Vitória também se acomodou no sofá.— Se sentir algo, me chame. Estou com sono. Vitória fechou os olhos logo depois de dizer isso.Estava real
— Bom dia.Vitória sentiu um leve desconforto. A reação dele era tão intensa que ela não sabia como lidar com aquilo. Tentou se afastar um pouco, não queria ficar tão próxima dele. No entanto, o dar um passo para trás, quase caiu da cama, mas foi rapidamente puxada de volta por Ângelo.— Para onde você está indo? Isso é uma reação normal, pode ficar tranquila! Eu não vou tocar em você.Com ele tão perto, era impossível para Vitória manter a calma.— Ângelo, me solte.Ele a soltou, e ao ver seu rosto corado e saudável, seu humor melhorou um pouco. Ele odiava vê-la frágil, aquilo causava a ele uma dor no coração.Vitória desceu da cama hospitalar, confusa. Como ela foi parar ali? Não tinha dormido no sofá?— Como eu fui parar na cama? — Ela perguntou, visivelmente incomodada.A cama era tão pequena que os dois mal cabiam, seus corpos praticamente colados um no outro.— Eu também não sei! Quando acordei, você já estava nos meus braços. — Ângelo disse com um olhar de total inocência.—
— Você já pode ter alta. Descanse bem em casa e, se sentir qualquer desconforto, retorne ao hospital para uma nova avaliação.— Entendi.Ângelo também não gostava de ficar no hospital, era muito inconveniente. — Vá cuidar dos trâmites de alta. Enquanto isso, vou levar a Srta. Vitória até a empresa. Assim que o médico saiu, Ângelo já começou a organizar tudo. — Não precisa me levar, eu posso ir sozinha. Vá para casa descansar! Afinal, ele tinha sido atropelado e precisava se cuidar. — Já disse que estou bem, foi só um esbarrão. — Está bom! Ele falava com tanta certeza que não restava mais o que discutir. Os dois saíram juntos do quarto. No corredor, encontraram Bernardo e Giovana. Assim que avistou Vitória, Bernardo veio apressado em sua direção. — Vitória, você tem noção do que fez? Como teve coragem?Daniel estava com o osso do nariz quebrado e ainda por cima tinha fraturado duas costelas. Como ela pôde ser tão cruel? Ao ver Bernardo tão transtornado, Vitória apena
— Daniel, já deu? Eu estou aguentando isso há tanto tempo! Desde que a Vitória voltou, você mudou completamente. O que você quer de mim, afinal?Eles haviam demorado tanto para chegar até ali, mas desde o retorno daquela mulher, tudo havia mudado.Será que ele realmente a amava? Ela duvidava profundamente disso.— Você está me aguentando? Sophia, não se esqueça que foi você quem insistiu tanto para ficarmos juntos. Você está comigo só por causa do meu sobrenome, porque sou o herdeiro da família Laporta, não é? Agora vem dizendo que não aguenta mais? O que é? Já encontrou alguém melhor para se pendurar?As palavras de Daniel foram duras e cruéis, e Sophia olhou para ele, incrédula.Como ele podia pensar assim?— Meu amor, para você, eu não valho nada, é isso? — Sophia estava realmente machucada.— Seu amor? O que você gosta mesmo é de roubar o que é da Vitória, não é? Não importa se são as coisas dela ou as pessoas de quem ela gosta, você quer tirar tudo dela.O coração de Daniel pareci
Ele já havia enviado pessoas para buscar Tábata na fronteira. Assim que Tábata estivesse sob seu controle, Vitória, por mais poderosa que fosse, não teria escolha a não ser se submeter. Afinal, Tábata era o único ponto fraco de Vitória. — Pronto, vai lavar o rosto e cuida bem do Daniel. Ele está machucado, agora é quando mais precisa de você. — Giovana empurrou suavemente Sophia. — E o vídeo do Daniel atropelando aquela pessoa foi levado pela Vitória. Se ela divulgar essa gravação, Daniel nunca mais vai conseguir entrar no instituto. Vitória era completamente imprevisível, capaz de tudo. — O quê? Giovana franziu a testa, surpresa com a situação. Daniel, que sempre fora uma pessoa racional, parecia ter perdido totalmente o controle desde o retorno de Vitória. — Isso não pode acontecer. Precisamos impedir a divulgação desse vídeo, ou o futuro do Daniel vai estar arruinado.— O que podemos fazer? Vitória exige que o Daniel se desculpe pessoalmente, mas ele está nesse estad
Sophia também estava em pânico. Ela havia se esforçado muito para se tornar uma aluna de primeiro nível no instituto. Agora, com todos esses escândalos, sua reputação estava comprometida. Mesmo que ela passasse nas avaliações, a investigação de antecedentes do instituto seria um obstáculo intransponível. O instituto jamais aceitaria alguém com um histórico manchado.— Daniel, o que vamos fazer? Isso começou como um boato, mas já circula em toda a alta sociedade de Cidade J. Se continuar assim, Vitória vai destruir o nosso futuro.Sophia estava genuinamente apavorada. Ela havia trabalhado tanto para chegar até aqui. O instituto era o seu sonho! Assim que ela entrasse para o instituto, Vitória só poderia observá-la de longe, sem jamais alcançá-la.Daniel estava irritado. Ele já havia entrado em contato com o departamento de relações públicas do Grupo Laporta, ordenando que controlassem os rumores e apagassem os posts. Mas a equipe inteira estava sobrecarregada, e os boatos continua