— Não se preocupe, peça o que quiser, desde que consiga comer tudo. Não precisa economizar por minha causa.Felipe fez seus pedidos e pediu dois pratos que ele gostava, passando o cardápio para os outros. — Cada um pode pedir dois pratos, acho que assim está bom. — Disse Joana, também achando que seria o mais adequado.Logo, todos fizeram seus pedidos. O custo médio por pessoa nesse restaurante era alto, e era a primeira vez que eles iam a um lugar assim. Mas, mesmo assim, todos pediram pratos que realmente gostavam.Quando o cardápio chegou nas mãos de Vitória, ela decidiu adicionar dois pratos especiais. Todos eram jovens, e, por ser uma pessoa simples, Vitória logo se entrosou com o grupo.O jantar foi muito alegre para todos. Felipe acabou bebendo demais e pegou a manga da blusa de Vitória. — Srta. Vitória, pode ficar tranquila! Eu finalmente consegui o trabalho que tanto queria e vou me esforçar ao máximo.Felipe era bastante capaz, mas, como se formou em uma universidade
Vitória franziu a testa. Ela odiava ser pressionada por alguém. E, agora, Ângelo estava exatamente fazendo isso. Ela o encarou com firmeza.— Ângelo, eu já falei: eu não vou tomar.Vitória estava realmente determinada a não ceder. Ela sabia que não deveria ter vindo até a casa dele.— Vitória, olha minha mão.Ângelo estendeu a mão queimada diante dela. As cicatrizes eram evidentes, marcas de queimaduras que antes eram apenas detalhes nas suas mãos bem cuidadas.O que isso significa? Vitória ficou sem palavras. Aquela mão tão bonita, agora marcada por causa dela?— Isso tem a ver comigo?— Claro que tem a ver com você. Vitória, sua mãe ainda está sozinha na fronteira. Ela precisa de você. Você é a única filha dela, e se algo acontecer com você, como ela vai ficar? Ângelo sabia que a maior preocupação de Vitória era a mãe, e usou esse argumento para tentar convencê-la a tomar o remédio.— Ângelo, você está ultrapassando todos os limites.Vitória se levantou, recusando completamente
Vitória franziu a testa. O que ele estava fazendo? Ele estava com pena dela, não era? Mas, sinceramente, ela não precisava da piedade de ninguém. Ainda assim, com os braços dele em volta de sua cintura, ela não conseguia se soltar. Ângelo, de fato, era um homem extremamente cativante. Uma vez envolvida por ele, nenhuma mulher conseguia sair ilesa. Sentado no sofá, seu rosto repousava sobre o ventre sensível dela. Naquele momento, a atração entre eles era palpável, uma atração puramente masculina e feminina. Vitória realmente não entendia o que era o amor. Ela também não acreditava que houvesse um amor puro neste mundo. Para ela, tudo não passava de um instinto animal, algo que poderia ser superado com esforço. — Ângelo, você só quer me levar para a cama, não é? Não precisa fingir tanto afeto.Um homem como ele, tão admirado, não precisava se rebaixar tanto para conquistar alguém. Ao vê-la assim, ele apenas sentiu um aperto no peito, uma vontade imensa de fundi
Na verdade, no momento em que Daniel dirigiu o carro em sua direção, Ângelo já havia percebido o perigo iminente. Com um movimento rápido, ele empurrou Vitória para longe. Ele poderia ter se esquivado completamente, mas, por um breve momento, seus olhos brilharam e, deliberadamente, hesitou por alguns segundos. Foi então que o carro o atingiu, lançando seu corpo para longe. — Ângelo? Vitória, empurrada para frente, deu alguns passos antes de conseguir se equilibrar. Quando se virou, viu Ângelo caído no chão. Ao ver o que acontecera, o olhar de Daniel se encheu de fúria. — Eu vou te matar, eu vou te matar! — Ele murmurava repetidamente, como se estivesse em um transe. O rosto de Sophia estava pálido. Ela estava ao lado de Daniel havia cinco anos, e o conhecia como ninguém. Daniel sempre fora um prodígio, alguém que, com seu status, conseguia tudo o que queria sem esforço. Até então, parecia indiferente a quase tudo, exceto ao instituto de pesquisa que tanto prezava.
Será que aquele homem ainda achava, com toda a arrogância, que Vitória tinha algum interesse por ele? Ele precisava, pelo menos, se olhar no espelho. Vitória nunca se rebaixaria a gostar de alguém tão desprezível quanto Daniel. Quando Sophia viu o que estava acontecendo, não pensou duas vezes antes de descer do banco do passageiro. Daniel era seu noivo, e ela não poderia permitir que ele fosse espancado daquele jeito. — Vitória, solta ele agora! Sophia agarrou o braço de Vitória, tentando separar a briga. Mas, ao perceber que ela estava tentando ajudar, Daniel se sentiu ainda mais humilhado. Maldita Vitória, como ela ousava não o amar e ainda se voltar para outro? Antes que pudesse tocar em Vitória, a mão dele foi rapidamente agarrada por Ângelo, o homem que ele acreditava estar incapacitado. — Se você tocar nela, vai se arrepender de verdade. Com um movimento rápido, Ângelo acertou um soco direto no nariz de Daniel. O impacto foi tão forte que, em segundos, o sangue
Gabriel foi imediatamente até o carro. — Eu realmente estou bem. Posso ficar em casa descansando por dois dias. Não se preocupe comigo, você tem mais o que fazer. Pode seguir sua rotina.Ângelo parecia tentar aliviar a preocupação de Vitória, sempre pensando nela. — Não fale bobagem. Vou te levar para o hospital agora mesmo. Vitória não se deixou convencer pelas palavras dele. Somente com a vista não seria possível saber a extensão dos ferimentos. Gabriel estacionou o carro, saiu rapidamente e abriu a porta para os dois. — Ângelo, vamos para o hospital agora. Gabriel ofereceu ajuda para apoiá-lo, mas foi afastado bruscamente por Ângelo. — Eu estou bem, posso me virar sozinho.Mas, apesar das palavras, ele mal conseguia se manter em pé e precisou se apoiar em Vitória. Sem alternativa, Vitória ajudou Ângelo a entrar no carro. Gabriel ficou em silêncio, observando. Será que Ângelo realmente estava ferido? Dentro do carro, Ângelo se apoiava no ombro de Vitória, com um s
Além disso, no hospital, tudo parecia inconveniente.— Eu não quero ficar internado, quero ir para casa. Eu não gosto de hospital.Ângelo realmente odiava hospitais, ele não se sentia à vontade ali.— Ângelo, você ficou maluco? Isso não é uma questão de querer ou não! — Vitória rolou os olhos, claramente irritada. — Vou te avisar, você vai ficar deitado aqui no hospital. E se mais tarde surgirem complicações, não venha me procurar para resolver o problema.Era a primeira vez que alguém ousava falar assim com Ângelo, e Gabriel, que estava ao lado, não conseguiu segurar o riso.— Está rindo de quê?Vitória, ao perceber Gabriel rindo, não conseguiu evitar ficar irritada.— Não, nada disso, cunhada. Não fique brava, vou logo fazer a papelada para a internação. Gabriel não conseguiu mais segurar o riso e precisou sair do quarto para dar risada.Afinal, Ângelo estava claramente fingindo, não? Essa tática de se fazer de vítima era... Bem, quando se gosta de alguém, é impressionante como fic
— Quer tomar banho? Ele realmente achava que tomar banho nessa condição era uma boa ideia? — Sim, estou me sentindo desconfortável. Ao vê-lo sujo e machucado, Vitória assentiu com a cabeça. — Certo, vá em frente. Se sentir qualquer coisa estranha, me chame. Estarei aqui fora. Afinal, ele era um homem adulto, e ela não poderia ajudá-lo com isso. — Entendido.Ângelo entrou no banheiro. O som da água correndo preenchia o ambiente enquanto Vitória se sentava no sofá, inquieta. Ela se lembrou que ele não tinha roupas íntimas limpas para trocar. Pensando nisso, levantou-se e foi até a loja de conveniência mais próxima para comprar algumas peças. Ao retornar, percebeu que ele ainda não havia saído. Bateu suavemente na porta do banheiro. — Ângelo? Ainda não terminou? Homens geralmente não demoram tanto para tomar banho, mas já se passaram vinte minutos e ele ainda estava lá dentro. Será que ele havia desmaiado? — Ângelo? Consegue me ouvir?Sem obter resposta, Vitória se