Vitória tomou alguns goles de leite, mas logo deixou o copo de lado. O café da manhã estava realmente delicioso, digno do padrão impecável de Ângelo. Depois de terminar, ela já se preparava para se despedir, mas Ângelo a interrompeu, entregando a ela uma sacola.— Vá se trocar, vou te levar a um lugar.— Para onde? — Ela o encarou, ciente de sua agenda apertada. — Ângelo, eu preciso voltar agora. Tenho muitas coisas para resolver na Cidade J.— Depois que formos, voltaremos juntos. Não se preocupe! Prometo que ainda hoje te levo de volta para a Cidade J.— Ângelo, não estou pedindo permissão. Eu realmente preciso ir agora. Ela não via razão para ser controlada por ele, não precisava obedecê-lo.Ângelo, porém, segurou sua mão com firmeza. — Vitória, por favor, confie em mim dessa vez, ok? — Ele a olhou com uma sinceridade tão pura que ela se sentiu tentada a ceder. — Prometo que não te farei mal.Diante do olhar dele, Vitória hesitou. — É melhor que você tenha um bom motivo para is
— Você demorou tanto para me visitar, será que esqueceu de mim? A Sra. Kayra estava folheando um livro de medicina. Ao vê-los entrar, ela deixou o livro de lado e olhou para a mulher ao lado de Ângelo. — Quem é essa?Ela nunca havia ouvido falar de mulher ao lado dele, e se ele a trouxe até ali, era claro que a relação deles não era simples. — Sra. Kayra, esta é a menina de quem eu gosto. Ela tem problemas estomacais, então pensei em trazê-la aqui para você dar uma olhada. — Ângelo falou sem rodeios. Se fosse para chamá-la de namorada... Bem, a mulher ainda não tinha aceitado, então ele não ousou dizer. A Sra. Kayra sorriu e disse: — Finalmente apareceu uma garota que você gosta. Cuide bem dela e boa sorte! Ela fez um gesto, convidando-os a se sentarem. — Vitória, essa é a Sra. Kayra. — Ângelo apresentou a senhora. Diante de uma pessoa tão simpática, Vitória se acalmou um pouco, relaxando a postura defensiva. — Prazer, Sra. Kayra, eu sou a Vitória. — Estenda a mão,
Fazer alguém que não acredita no amor se apaixonar por ele? Isso simplesmente não seria possível. Ângelo franziu a testa e olhou para Vitória. — Vitória, o que eu quero agora é só cuidar do seu estômago, o resto a gente vê depois.Ângelo tinha um jato particular, o que dava a ele liberdade para decidir os horários e rotas de voo sempre que quisesse. Ele a levou até o avião, com uma atitude tranquila. — Daqui em diante, qualquer lugar que você quiser ir, é só me falar. Posso mandar alguém te levar ou até mesmo te levar pessoalmente.Ele possuía licença de piloto, mas naquele dia não tinha a intenção de pilotar. Só queria sentar-se ao lado dela. — Bom dia, Sr. Ângelo. Quando a comissária viu Ângelo, seu sorriso ficou ainda mais radiante. Ângelo apenas assentiu com a cabeça e entrou com Vitória. A comissária, por sua vez, parecia um pouco desanimada. Sempre tivera uma grande admiração por Ângelo. Depois de terminar a faculdade, ela tinha diversas opções de trabalho, mas
O suco fresco parecia ter sido ligeiramente aquecido com água quente, deixando-o morno. Quando a comissária percebeu que Ângelo estava voltando, se retirou rapidamente, visivelmente nervosa. Ela nunca teria coragem de confessar seus sentimentos por ele, temia que isso custasse seu emprego, o que a impediria de até mesmo observá-lo de longe.Ângelo entregou o copo de suco a Vitória. Vitória tomou um gole do suco fresco, mas percebeu que estava morno. O suco, morno ao paladar, refletia a atenção cuidadosa desse homem. — Eu não tenho coração? Como você pode ter tanta certeza disso? Ele pensava consigo mesmo, sentindo que todo o seu cuidado não era dedicado a ela? Como ela podia dizer que ele não tinha coração? Vitória tomou outro gole de suco. — Eu também não tenho coração.No fundo, ele só queria conquistar o coração dela agora, não era? Ângelo soltou um riso frustrado. O que mais poderia fazer, se seu desejo atual era exatamente esse: ganhar o coração dela? O voo de duas
Era como os pais, não importava a idade dos filhos, a preocupação com eles nunca diminuía.— Não precisa.Vitória realmente acreditava que não havia necessidade alguma de ajuda. Ela só voltou quando sentiu que já tinha a habilidade necessária. Nunca quis depender de ninguém, sempre desejou conquistar tudo por si mesma, com seu próprio esforço. Ângelo a levou pessoalmente até o Grupo GY e, depois, seguiu para a Mansão Kam Fai. Pouco depois, Gabriel trouxe tudo o que ele havia pedido. — Ângelo, você está se sentindo mal? Quer que eu chame um médico para te examinar? Por que comprou até um caldeirão de ervas?— Eu não estou doente. Estou muito bem. — Então, por que comprou essas coisas? E essas ervas na mesa, o que significa tudo isso? Ângelo nunca fora fã de remédios fitoterápicos, afinal, o cheiro não era nada agradável. — É para a sua cunhada. Ela tem problemas no estômago. Durante a viagem para a Cidade A, pedi para a Sra. Kayra dar uma olhada nela.— Deixe que a empregada
No beco escuro na fronteira do País M.— Corram, não deixem ela escapar!No beco deslumbrante de depravação, onde, mesmo após a meia-noite, as luzes continuam a brilhar intensamente, criando um espetáculo de cores e brilhos.Naquele momento, um grupo de dez homens vestidos de preto estava perseguindo uma jovem de corpo esbelto.— Malditos, querem morrer? Ao perceber que estava sendo implacavelmente perseguida, a jovem parou e levantou um bastão de ferro com mais de um metro de comprimento.— Entregue o que você pegou.Em um piscar de olhos, os homens com expressões ferozes cercaram-na por todos os lados.— Querem? Venham pegar!A jovem usava o capuz de seu moletom preto, escondendo suas expressões faciais, mas sua voz causava calafrios.O sangue escorria pelo braço, ela havia levado um tiro no braço e precisava resolver a situação rapidamente.— Você, vá revistá-la.O homem com cicatriz no rosto, que parecia ser o líder, deu a ordem ao rapaz de cabelo amarelo que estava ao lado.O rap
Ele já havia mandado o gerente expulsar a mulher que havia colocado a droga em sua bebida.Não sentia mais nenhum resquício de compaixão. No entanto, ele não podia mais se conter. Aquela mulher realmente o atraía. Só de segurar sua cintura delicada, ele já não conseguia mais se controlar. — Não importa quem você é, eu quero você.No escuro, Vitória não pôde deixar de revirar os olhos. — Duvido que você consiga pagar por isso.Mesmo exausta, Vitória não se renderia facilmente. No momento seguinte, o homem pressionou a ferida dela com força.— Ah! — Vitória gritou de dor.Aquele homem estava pressionando a sua ferida de propósito. O corpo forte e quente do homem se apertou contra o dela.— Eu te dei a chance de ir embora, foi você que escolheu ficar. Agora, não me culpe.— Você quer morrer?Vitória estava furiosa, querendo arrancar aquele homem de cima dela, mas ele não deu a ela a mínima oportunidade de recusar. Ele pressionava o torso contra o dela, reagindo ao estímul
A expressão de Francine estava terrivelmente pálida, ela nunca imaginou que a Vitória, que uma vez foi tão submissa, tornaria-se tão difícil de lidar. — Desculpe. — Para preservar a reputação da família Laporta, Francine pediu relutantemente. — Não estou ouvindo.— Você… Ninguém ousou tratá-la daquela forma em toda cidade J.Francine estava tão furiosa que suas lágrimas estavam prestes a transbordar. Havia muitas pessoas ao redor, mas nenhuma delas se manifestou em sua defesa. — Desculpe, eu errei. — Sra. Francine, da próxima vez que me encontrar, lembre-se de me saudar com respeito, ou as consequências serão por sua conta!Francine estava quase enlouquecendo de raiva. Aquela maldita tinha a ousadia de ameaçá-la! No entanto, ela não teria motivos para se sentir triunfante por muito tempo. Em breve, ela descobriria as consequências de ofender a filha da família Laporta. Arrastando sua mala até a saída do Terminal 2, Francine encontrou sua amiga Nilda Castro, que já estava e