— Srta. Vitória, já que estamos no meu território, não faz sentido você querer ficar em um hotel. E, além disso, você não trouxe nada, nem o seu documento de identidade. Como vai fazer para fazer o check-in?Esses eram apenas pretextos. Mesmo sem o documento, ela conseguiria se hospedar.— Fique tranquila! Eu não vou fazer nada de errado com você."Ficar tranquila?"O olhar daquele homem fazia com que ela se sentisse como se fosse devorada. Não havia como ficar tranquila nem por um segundo.— Eu prometo. Realmente.Vitória não queria nem conversar com ele.Ângelo saiu do carro, abriu o guarda-chuva e foi até o lado dela, abrindo a porta para ela.— Vamos! Tome um banho e descanse.Vitória saiu do carro. O tempo estava mais chuvoso agora, e só havia um guarda-chuva. Ângelo a envolveu em seus braços, protegendo-a da chuva. A temperatura tinha caído repentinamente, e ela estava com o corpo gelado. O abraço dele, por outro lado, era incrivelmente quente.Levando-a até a sala, Ângelo est
— O que você ainda quer fazer?? — Seu cabelo está molhado. Se dormir assim, vai acordar com dor de cabeça amanhã. — Disse ele, puxando-a suavemente para se sentar na cama. Então, foi até o banheiro, pegou uma toalha seca e voltou para ela, começando pacientemente a secar seus cabelos. Vitória estava sentada na cama, e ele, de pé à sua frente. Se ela abrisse os olhos, veria perfeitamente sua silhueta impecável. Depois de secar o cabelo até ficar quase seco, Ângelo jogou a toalha no sofá ao lado. — Quer dormir agora? Se preferir dormir, eu posso usar o secador para te ajudar.— Agora não quero dormir. — Não consegue dormir? Ou foi por causa do cochilo no carro? — Não, não quero dormir agora. Vai fazer o que? Não se preocupe comigo, estou bem sozinha.Ela se sentia tranquila, não teria problema nenhum em ficar sozinha. Ângelo estendeu a mão para ela. — Vem, vou te levar a um lugar.— Agora?Ainda estava chovendo forte lá fora. — Sim, agora mesmo.Ao vê-la parada, ele pe
O mordomo ficou com o rosto todo vermelho. O Sr. Ângelo sempre fora um homem que se mantinha afastado das mulheres. Era a primeira vez que o via tão fora de controle! Será que ele estava ficando velho? Então, era assim que os jovens se beijavam, com tanta intensidade e faíscas? Se a mãe do Sr. Ângelo soubesse que ele tinha uma namorada, provavelmente ficaria aliviada! O mordomo se retirou silenciosamente, prometendo a si mesmo não atrapalhar os jovens.Ângelo realmente queria jogar a mulher na cama naquele instante, mas se conteve. Não queria que Vitória pensasse que ele só a queria para a cama. Se fosse apenas isso, havia muitas outras mulheres correndo atrás dele. O que ele desejava era o consentimento genuíno de Vitória.Ele a soltou, pegou-a no colo e a levou diretamente para a cama. — Bom descanso. — Ele sussurrou suavemente em seu ouvido. Em seguida, virou-se e saiu do quarto principal, que naquela noite pertenceria apenas a ela.Ângelo era implacável com o
Ela parecia tão frágil naquele momento, mas só ele sabia o quanto ela era intensa e destemida por dentro. Havia algo contraditório em Vitória, algo que a tornava fascinante e irresistível, despertando nele o desejo de tê-la só para si. Ele queria, pouco a pouco, desvendar todos os segredos que ela escondia.Com a água já um pouco mais fria, Ângelo aproximou o copo dos lábios dela. — Cuidado, ainda está quente. — Eu posso beber sozinha.Ao longo dos anos, não importava o que fosse, ela sempre fazia tudo por conta própria. Vitória já estava acostumada com a independência. Não era mais a princesa mimada que todos protegiam.A água ainda estava quente, então Vitória soprou levemente e tomou um gole. Na verdade, ela preferia adicionar um pouco de água fria, mas sabia que ele provavelmente reclamaria. Então, decidiu não complicar.— Está com fome? O mordomo preparou um lanche noturno. Se quiser, podemos comer algo. — Eu não costumo comer à noite.Para ser sincera, nos últimos cinco
Vitória tomou alguns goles de leite, mas logo deixou o copo de lado. O café da manhã estava realmente delicioso, digno do padrão impecável de Ângelo. Depois de terminar, ela já se preparava para se despedir, mas Ângelo a interrompeu, entregando a ela uma sacola.— Vá se trocar, vou te levar a um lugar.— Para onde? — Ela o encarou, ciente de sua agenda apertada. — Ângelo, eu preciso voltar agora. Tenho muitas coisas para resolver na Cidade J.— Depois que formos, voltaremos juntos. Não se preocupe! Prometo que ainda hoje te levo de volta para a Cidade J.— Ângelo, não estou pedindo permissão. Eu realmente preciso ir agora. Ela não via razão para ser controlada por ele, não precisava obedecê-lo.Ângelo, porém, segurou sua mão com firmeza. — Vitória, por favor, confie em mim dessa vez, ok? — Ele a olhou com uma sinceridade tão pura que ela se sentiu tentada a ceder. — Prometo que não te farei mal.Diante do olhar dele, Vitória hesitou. — É melhor que você tenha um bom motivo para is
— Você demorou tanto para me visitar, será que esqueceu de mim? A Sra. Kayra estava folheando um livro de medicina. Ao vê-los entrar, ela deixou o livro de lado e olhou para a mulher ao lado de Ângelo. — Quem é essa?Ela nunca havia ouvido falar de mulher ao lado dele, e se ele a trouxe até ali, era claro que a relação deles não era simples. — Sra. Kayra, esta é a menina de quem eu gosto. Ela tem problemas estomacais, então pensei em trazê-la aqui para você dar uma olhada. — Ângelo falou sem rodeios. Se fosse para chamá-la de namorada... Bem, a mulher ainda não tinha aceitado, então ele não ousou dizer. A Sra. Kayra sorriu e disse: — Finalmente apareceu uma garota que você gosta. Cuide bem dela e boa sorte! Ela fez um gesto, convidando-os a se sentarem. — Vitória, essa é a Sra. Kayra. — Ângelo apresentou a senhora. Diante de uma pessoa tão simpática, Vitória se acalmou um pouco, relaxando a postura defensiva. — Prazer, Sra. Kayra, eu sou a Vitória. — Estenda a mão,
Fazer alguém que não acredita no amor se apaixonar por ele? Isso simplesmente não seria possível. Ângelo franziu a testa e olhou para Vitória. — Vitória, o que eu quero agora é só cuidar do seu estômago, o resto a gente vê depois.Ângelo tinha um jato particular, o que dava a ele liberdade para decidir os horários e rotas de voo sempre que quisesse. Ele a levou até o avião, com uma atitude tranquila. — Daqui em diante, qualquer lugar que você quiser ir, é só me falar. Posso mandar alguém te levar ou até mesmo te levar pessoalmente.Ele possuía licença de piloto, mas naquele dia não tinha a intenção de pilotar. Só queria sentar-se ao lado dela. — Bom dia, Sr. Ângelo. Quando a comissária viu Ângelo, seu sorriso ficou ainda mais radiante. Ângelo apenas assentiu com a cabeça e entrou com Vitória. A comissária, por sua vez, parecia um pouco desanimada. Sempre tivera uma grande admiração por Ângelo. Depois de terminar a faculdade, ela tinha diversas opções de trabalho, mas
O suco fresco parecia ter sido ligeiramente aquecido com água quente, deixando-o morno. Quando a comissária percebeu que Ângelo estava voltando, se retirou rapidamente, visivelmente nervosa. Ela nunca teria coragem de confessar seus sentimentos por ele, temia que isso custasse seu emprego, o que a impediria de até mesmo observá-lo de longe.Ângelo entregou o copo de suco a Vitória. Vitória tomou um gole do suco fresco, mas percebeu que estava morno. O suco, morno ao paladar, refletia a atenção cuidadosa desse homem. — Eu não tenho coração? Como você pode ter tanta certeza disso? Ele pensava consigo mesmo, sentindo que todo o seu cuidado não era dedicado a ela? Como ela podia dizer que ele não tinha coração? Vitória tomou outro gole de suco. — Eu também não tenho coração.No fundo, ele só queria conquistar o coração dela agora, não era? Ângelo soltou um riso frustrado. O que mais poderia fazer, se seu desejo atual era exatamente esse: ganhar o coração dela? O voo de duas