Eu estava na varanda vendo pai e filho brincarem nos campos, algumas semanas haviam se passado desde que Rick acordou, ele permaneceu alguns dias em observação no hospital, fazendo inúmeros exames de todos os tipos, afinal ele havia acordado de um coma de cinco anos sem sequelas aparentes, os médicos estavam impressionados, seus avós estavam radiantes por ter o neto de volta, todos os dias estavam sendo como uma festa pela volta dele, aos poucos fomos contando a ele tudo que havia acontecido com sua família durante esses anos, seu pai assassino sentenciado a perpétua, sua mãe que trocou de nome e foi para outro país com um homem, e seu irmão que havia se matado na prisão, eu lhe contei sobre a carta que ele me deixou, cada palavra que ele havia dito nela, ele apenas assentiu e nesses primeiros dias mesmo que ele dissesse estar feliz conosco eu sabia que ele estava triste por todas essas coisas mas não o pressionei para me contar n
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TRECHO — Ninguém aqui interessa a você então. — presumi. — Eu não disse isso. — Você não está dizendo nada, na verdade. — É porque eu quero ouvir. — murmurou. — Sabe Rick, eu pensei que teria minha primeira vez essa noite nessa barraca. — falei sem receios, o álcool me tirava todas as minhas reservas. Rick me olhou surpreso. — Há quanto tempo vocês namoravam? — perguntou. — Dois anos. — E vocês nunca...? Balancei a cabeça que não. Um silêncio constrangedor se instalou entre nós. Depois de alguns segundos ele quebrou o silêncio. — Fico feliz que interrompi vocês ontem, imagine só lembrar dele pelo resto da sua vida como seu primeiro. — Minha mãe sempre diz que o último é mais importante que o primeiro. — murmurei. Ele me encarou parecendo refletir nas minhas palavras. Depois sorriu e disse. — Suponho que sua mãe esteja certa, ainda assim fico muito feliz de ter chegado no meio da noite. Sorri daquilo. Há algumas horas eu sentia uma certa antipatia por
— Rick! — exclamou Scott por cima dos meus gritos histéricos para o homem idêntico a ele parado na sala.— Manda ela parar de gritar, vai acordar os vizinhos, Scott. — anunciou o tal de Rick.Scott veio na minha direção ainda segurando a cartela com camisinhas sabor cereja, ele segurou nos meus ombros carinhosamente.— Mia, meu amor para de gritar, é meu irmão Rick. — disse suas mãos agora em meu rosto enquanto eu apertava o lençol ao redor do meu corpo. — Não precisa ficar assustada. — acrescentou ele.Eu o empurrei para longe me sentindo furiosa demais.— Assustada? Porque eu ficaria assustada afinal?! Só namoramos a dois ANOS e você nunca nem se quer mencionou ter um irmão, quanto mais GÊMEO! — esbravejei.— Nós não fomos criados juntos Mia, Rick cresceu com nossos avós, pensei que você nunca o veria.— Ah você achou Scott?! — Comecei a caminhar pela sala procurando minhas peças de roupas e avistei minha calcinha de renda vermelha
— O que você disse? — questionou Scott o irmão ao dizer que me confundiu com uma prostituta.Lia riu alto enquanto se enroscava ainda mais em Rick.— Você confundiu minha prima com uma prostituta? Por quê? — questionou Lia.— Porque Rick? — indagou Scott e eu o belisquei.Lia não sabia de nada da noite passada e nem deveria saber!— É uma história bem interessante Lia...— murmurou Rick seu olhar cínico.— Chega de historinhas, Scott vamos logo á praia! — interrompi.Scott encarou Rick desconfiado e depois voltou seu olhar para mim, claramente exigindo respostas de modo silencioso, mas atendeu ao meu pedido e iniciamos a viagem a praia.O restante do caminho foi extremamente desconfortável, Scott em intervalos regulares me olhava de esguelha e eu passei após um tempo a fingir não notar isso, me concentrei na vista da janela, o cenário da estrada com todos os carros correndo, as árvores e a vista gradualmente mudando.<
Lia me encarou quando me ouviu falar o quanto eu estava pronta para o sexo, depois de alguns segundos de silêncio ela riu.— Credo, você está falando como se estivesse no cio Mia. — murmurou ela e eu me recostei na cadeira de praia bebendo minha cerveja.— Só estou dizendo não haver motivos para esperar mais, eu amo o Scott e logo vamos morar juntos. — anunciei para ela.— Ele disse isso? — sua expressão estava estranha.— Sim, estamos planejando isso.Antes que Lia dissesse algo nós duas encaramos Rick saindo do mar reluzente, da maneira mais clichê possível.Ele veio caminhando em nossa direção sacudindo os cabelos removendo o excesso da água salgada.Ele caminhando pela areia parecia um super modelo, fazendo aqueles comerciais na praia, por onde ele passava os olhares femininos o seguiam, mas em parte suspeitei porque como eu ninguém sabia que Scott tinha um irmão gêmeo.Quando Scott viu o irmão logo o puxou para apresenta
— Emily ele é como qualquer outro garoto. — falei e me sentei em uma cadeira.O som das ondas e das conversas me fazia ficar a vontade para conversar, Rick se cansou de nos encarar e finalizou o trabalho com a barraca.Emily sentou ao meu lado em uma cadeira.Lia estava sentada com Natalie e suas amigas, bebendo e fumando cigarro.Eu não conseguia entender porque ela havia começado com isso, cigarro fedia.— Você diz que ele é como qualquer outro garoto, mas tem um igualzinho a ele como namorado.— brincou ela.— E afinal você não está com raiva dele por não ter te contado ter um irmão gêmeo?Pensei sobre aquilo, sim, eu ficara com ódio dele, quando descobri, mas sentir raiva de Scott a longo prazo era algo que eu não conseguia, por mais que tentasse.Era ele piscar aqueles olhos verdes que eu amolecia.— Já nos entendemos. — respondi.— Sabe o que acho Mia?— Diga.— Que você tem muita paciên
— Pode passar a toalha? — perguntou ele e olhou para o chão, segui seu olhar e vi a toalha verde a poucos metros de mim, avancei e peguei a toalha, evitando seu olhar e me concentrando em seus pés descalços na água estendi o pano e me virei de costas.Pude ouvir Lia se levantando do chão, ela passou por mim feito um raio esbarrando propositalmente.Ouvi o chuveiro ser desligado e quando avancei para a saída fui impedida por uma mão que segurou meu braço.— Mia?Me virei para Rick, estava com a toalha na cintura e seu cabelo escuro caía sobre sua fronte, seus olhos verdes me encaravam.Passado o instante de surpresa por ele me puxar daquela forma eu recuei para longe dele, afinal estávamos sozinhos no banheiro e só uma toalha o cobria.Não parecia apropriado e nem mesmo certo estar assim aqui com ele.— Foi um acidente, estávamos conversando e ela escorregou e caiu. — Menti e tentei me concentrar em seu rosto, apesar de ser um pouco
Lia veio correndo pela praia aos prantos, seu rosto marcado por lágrimas, sua perna sangrava.— Scott! — gritou ela e quando olhei para o lado ele já não estava mais.Scott a segurou nos braços de modo protetor enquanto ela praticamente desvanecia em seus braços, todos se aproximaram preocupados, se perguntando o que havia acontecido.Um burburinho de vozes se iniciou, todos confusos, a voz de Scott soou alta quando pediu para todos se afastarem, ele ergueu Lia nos braços e revelou a perna de Lia, o rubro do sangue fez com que todos falassem ainda mais alto.— Saiam! Ela foi mordida por uma cobra! Vou levar ela para o hospital! — exclamou Scott passando por todos.— Scott vou com você, espera! — gritei enquanto corria atrás dele pela praia.— Não! Pode ficar, eu a trouxe. Posso cuidar disso. — respondeu.Lia escolheu esse momento para gemer de dor e se agarrou mais a ele, vi a tensão no olhar dele aumentar enquanto caminhava com ela, ele
Rick assentiu ao meu comentário sobre a noite está boa para beber, ele se sentou e me estendeu uma lata de cerveja.Eu a peguei e bebi.— Estão falando de mim lá fora? — perguntei.Rick bebeu sua própria cerveja lentamente antes de me responder.— Isso importa? — me questionou.Olhei para ele, seu rosto estava em uma meia luz e o verde intenso de seus olhos não era muito visível, lamentei um pouco por isso.— Importa. — respondi.Ele assentiu.— Estão, na verdade, Emily queria vir aqui, mas Peter a impediu.— Todos eles sabiam. — constatei ressentida.— Desconfiavam é a palavra mais adequada Mia.Bebi o restante da cerveja e peguei mais uma.— Sei...— Você acredita realmente que seus amigos enganaram você? Até mesmo a Emily? — agora ele estava me pressionando.