A vida fluía perfeitamente bem aos conluiados dos demônios. Estavam todos contentes a exceção de Rose. No entanto o mais feliz de todos era Rodolfo, que apesar de não ter exigido bens materiais, ter Kátia ao seu lado era para ele, enorme riqueza.
Kátia, por sua vez, não era mais a mesma pessoa. Antes, uma garota gentil, tímida e amigável. Agora portava-se de maneira áspera, desinibida e transbordava vaidade. Dentro de casa, não colaborava com os afazeres domésticos como antes, tampouco habilitava— se em ajudar Akemi na lojinha. Preocupava-se apenas com frivolidades ou em passar seu tempo ao lado de Rodolfo.
Akemi andava muito chateada com sua irmã, muitas vezes acabavam por discutir. O senhor Alcebíades estava ainda mais desolado. Logo sentiram que o namoro da garota com Ro
Arnaldo estava cada vez mais chafurdado em negócios obscuros. Tinha ao seu lado de todos os tipos de pessoas de índole duvidosa. Cada dia uma mulher diferente estava com ele ou até mesmo várias mulheres ao mesmo tempo, exatamente como ele queria. Havia noites em que ficava incalculavelmente bêbado. Sua vida resumia-se a esbórnia. Acabava de comprar um carro magnífico que custou-lhe uma razoável fortuna. Sua vida estava perfeita em sua opinião.O sujeito investia em noites de orgias extremas, não importava-se nem um pouco com a sua moral. Por vezes, ele até deleitava-seem farras desatinadas com Maiityh e Merônia. Os seres mundanos divertiam-se com a perversão humana. Ele praticava sexo deliberadamente com as sucubus, por vezes até com as duas ao mesmo tempo.O problema de Arnaldo, é
Pilar estava em seu lindo quarto que se assemelhava a uma casa de bonecas, deitada por sobre sua cama adornada de um lençol cor de rosa e inúmeros bichos de pelúcia. Ficou o dia inteiro trancada em seu aposento. Estava ainda tentando assimilar toda a fantasia que acabara de presenciar. Seus pensamentos estavam divididos em contar ou não a Ciro. Tentava livrar-se do sentimento negativo que nutriu por ele quando o mesmo declarou seu amor por ela. Um sentimento de gratidão começava a brotar em seu íntimo. Sabia que no fundo, ele era um bom rapaz. Como pude pensar tão mal de Ciro? Definitivamente ele não queria se aproveitar de mim, eu é quem sou a pessoa mais burra do planeta.Grande ímpeto dominou seu coração, levantou-se de sua cama, abandonando um pequeno urso encardido ao qual estava abraçada. Opto
Rose não estava mais aguentando o conflito de sua consciência. Além de frequentemente deparar-se com os demônios que faziam questão de sempre estarem por perto de seus discípulos. A professora não queria mais vê-los, ouvi-los ou senti-los.Estava prostrada, precisando de qualquer suporte. Resolveu ir ao templo de Cirana, talvez rezar um pouco e pedir perdão pelos seus erros. Quem sabe isso fizesse-lhe bem, foi o que pensou. Aproveitou o horário em que não haveria movimentação de pessoas por lá, pegou seu velho carro e dirigiu-se até lá. Sentiu um certo alívio ao adentrar no local. Estavam o padre, Ciro e o professor de artes marciais e ex-segurança da urna, Romualdo conversando.Rose apenas acenou com as mãos ao rapazes e sentou-se em um banco adjunto a
Justine já estava praticamente recuperada do incidente que ocorreu em sua bomboniere. Cinco pontos em sua perna e um braço engessado foi o que restou. Seus hematomas praticamente não eram mais visíveis. Estava pronta para enfrentar novas adversidades.A primeira atitude da mulher foi comprar uma nova casa para ela, iria morar sozinha. Deixou sua família na antiga casa e comprou uma residência enorme e luxuosa para si. Acercou-se de muitos funcionários, inclusive um motorista particular. Além de ter a privacidade que tanto almejava, seria uma forma de protegê-los se algo viesse a dar errado nas empreitadas dela e de seu filho.A mãe de Arnaldo, estava tornando-se uma das mais ricas empresárias da cidade. Já havia expandido seus negócios em mais três bairros de Roania. Em menos de uma seman
Rodolfo havia tomado uma decisão, não ia mais ao templo. Não via mais sentido algum ir até lá e continuar exercendo as tarefas que considerava um tanto enfadonhas. Ele somente exerceu essa função a pedido de seus pais que tinham muito apreço pelo templo e achavam a religião algo muito importante na vida de um cidadão de bem. Desde pequeno Rodolfo era levado por seus pais a fazer coisas das quais não compartilhava verdadeira vocação. Além de tudo, seus progenitores sempre exigiam que ele desse o melhor de si em tudo.Na escola, teria que tirar sempre as melhores notas. Nos esportes, tinha que se destacar-se incessantemente, trazendo medalhas ou troféus. Nas peças teatrais infantis, ocupava costumeiramente um lugar de destaque no palco, pois esforçava-se ao máximo para isso, fazendo
Padre Roberto, acordou muito cedo, como era de seu costume. A agenda de seu dia estava abarrotada de coisas a serem realizadas. Dentre essas atividades, incluía-se o funeral de Justine, onde ele iria conduzir a cerimônia. Outra tarefa sua, a mais difícil do dia, seria conversar com Rodolfo, mas não ia mais prolongar esse assunto. Seria executado após o sepultamento da mulher.O sacerdote realizou seu desjejum e em seguida, fora alimentar seu fiel companheiro, seu feioso cachorro. Estranhou o fato do mesmo não estar parado atrás da porta, abanando sua cauda com toda sua felicidade costumeira, para dar bom dia ao seu amigo.—Feioso! Ei, garoto, onde você está? Venha tomar seu café da manhã.Nenhum sinal do animalzinho. O pároco começou a ficar preocupado, o cachorro e
Ciro estava em sua casa, o funeral havia sido muito longo e cansativo. Preparava-se emocionalmente para no dia seguinte bem cedo conversarem com Rodolfo, que por sua vez, não arredava seus pés de dentro de sua casa. O padre optou por adiar por mais um dia aquela conversa, estava ainda muito abalado com a morte de seu cachorrinho.O jovem Ciro tentava conjecturar uma resposta para entender as palavras de Morian. Lia e relia os textos de padre Rudi, buscava encaixar todas as peças. Pense Ciro, pense! Não seja tão burro. Batia as mãos na cabeça. Logo estava sonhando acordado com Pilar novamente, suspirando e relembrando seu último encontro com a moça. Decidiu, então dormir pois percebeu que não ia conseguir concentrar-se outra vez.No dia seguinte, após uma breve organizaç&atil
Arnaldo nem ao menos esperou a tristeza familiar passar pela morte de sua mãe, sem demora tomou posse de todos os bens da mesma. Suas lojas, sua nova mansão, seus carros. Só não fez questão da velha casa onde moravam o restante de sua parentela, pois a mesma já estava envelhecida e não queria ter trabalho algum com ela. Reunia-se frequentemente com seu bando no intuito de encontrarem uma forma de acabar de vez com a concorrência em seus negócios. Não queria mais ter nenhuma baixa em suas operações ilegais. Ele e seu grupo muniram-se de armamento pesado.Os conluiados dos demônios não reuniam-se mais, agora era cada um por si. Justine já estava morta, Ernesto doente, tentando conciliar seu tratamento com a direção da empresa, por sorte tinha Catarina ao seu lado para facilitar tudo. Rodolfo