Padre Roberto, acordou muito cedo, como era de seu costume. A agenda de seu dia estava abarrotada de coisas a serem realizadas. Dentre essas atividades, incluía-se o funeral de Justine, onde ele iria conduzir a cerimônia. Outra tarefa sua, a mais difícil do dia, seria conversar com Rodolfo, mas não ia mais prolongar esse assunto. Seria executado após o sepultamento da mulher.
O sacerdote realizou seu desjejum e em seguida, fora alimentar seu fiel companheiro, seu feioso cachorro. Estranhou o fato do mesmo não estar parado atrás da porta, abanando sua cauda com toda sua felicidade costumeira, para dar bom dia ao seu amigo.
—Feioso! Ei, garoto, onde você está? Venha tomar seu café da manhã.
Nenhum sinal do animalzinho. O pároco começou a ficar preocupado, o cachorro e
Ciro estava em sua casa, o funeral havia sido muito longo e cansativo. Preparava-se emocionalmente para no dia seguinte bem cedo conversarem com Rodolfo, que por sua vez, não arredava seus pés de dentro de sua casa. O padre optou por adiar por mais um dia aquela conversa, estava ainda muito abalado com a morte de seu cachorrinho.O jovem Ciro tentava conjecturar uma resposta para entender as palavras de Morian. Lia e relia os textos de padre Rudi, buscava encaixar todas as peças. Pense Ciro, pense! Não seja tão burro. Batia as mãos na cabeça. Logo estava sonhando acordado com Pilar novamente, suspirando e relembrando seu último encontro com a moça. Decidiu, então dormir pois percebeu que não ia conseguir concentrar-se outra vez.No dia seguinte, após uma breve organizaç&atil
Arnaldo nem ao menos esperou a tristeza familiar passar pela morte de sua mãe, sem demora tomou posse de todos os bens da mesma. Suas lojas, sua nova mansão, seus carros. Só não fez questão da velha casa onde moravam o restante de sua parentela, pois a mesma já estava envelhecida e não queria ter trabalho algum com ela. Reunia-se frequentemente com seu bando no intuito de encontrarem uma forma de acabar de vez com a concorrência em seus negócios. Não queria mais ter nenhuma baixa em suas operações ilegais. Ele e seu grupo muniram-se de armamento pesado.Os conluiados dos demônios não reuniam-se mais, agora era cada um por si. Justine já estava morta, Ernesto doente, tentando conciliar seu tratamento com a direção da empresa, por sorte tinha Catarina ao seu lado para facilitar tudo. Rodolfo
Era uma manhã chuvosa e fria, muitas rajadas de vento cortavam a cidade. Um dia típico para não se sair de casa. Porém era dia de celebração no templo, embora o clima na região não fosse para celebrar-se. Naquela cerimônia, em especial seriam realizadas homenagens às almas de Justine e Ernesto.O templo não estava tão cheio como de costume devido ao clima ruim, no entanto os parentes e amigos dos homenageados fizeram questão de comparecer. Rodolfo não tinha a mínima vontade de participar da honraria aos mesmos, não comparecia mais ao santuário nem mesmo como convidado. Ao contrário de seus pais que continuavam a seguir sua religiosidade. Sentiam-se desapontados com o filho, todavia não insistiam e nem o pressionavam como quando ele era uma criança. Rodolfo já e
Depois de um final de semana com enormes cargas d'água, deu-se início a uma nova semana inundada de muito sol e calor. Sequer assemelhava-se ao dia anterior, quando a tormenta parecia anunciar ao epílogo da vida no firmamento. O fluxo de pessoas nas ruas era o habitual, o vaivém de carros, crianças que iam as escolas, homens e mulheres que compareciam aos seus empregos ou simplesmente caminhavam sem destino certo. O comércio ganhava vida assim como tudo na cidade.Tanto Rose quanto Romualdo, não eram diferentes, cumpriam seus rituais e obrigações como a qualquer outro cidadão de Roania. A diferença é que a noite deles seria especial. A professora convidou seu novo amigo para um jantar em sua casa. Ela mesma quem preparou o cardápio. Macarrão ao molho de espinafre e uma salada de folhas variadas. Comprou o me
Ciro havia passado o dia matutando sobre o recado de Morian. Ficou intrigado com as palavras do mesmo. Logo percebeu que realmente ele já sabia o que fazer. As duas vezes em que o anjo se fez presente foram exatamente da mesma forma. Ciro só teve que pedir. Será possível? Tão simples assim? Pensou. Empolgado com sua possível descoberta, apressou-se em levar sua hipótese ao conhecimento do clérigo. Ambos tinham esperanças que essa ideia fosse factível.—Bem, eu só precisei pedir por eles. Nada mais que isso. —Ciro tinha um sorriso que ia de uma orelha a outra. —Talvez se eu quiser conversar com o anjo, eu só precise suplicar.—Espero que esteja certo, Ciro.—Além do mais, eu preciso pedir que ele me ajude a esclarecer algumas coisas
Arnaldo estava cada vez mais enrolado com suas empreitadas. Além de estar entrando em desacordo há um tempo com outros bandidos de seu mesmo nível, a polícia também estava atenta a seus movimentos. Totalmente ao contrário de suas convicções, ele não estava inatingível, assim como sua mãe e Ernesto também não estavam.O cerco estava fechando-se para ele. Estava ficando difícil fugir pela tangente. Ele apresentava-se a cada dia mais estressado e furioso. A todo instante perdia a paciência com Maiityh e Merônia que pouco importavam-se com suas frustrações. Elas somente aguardavam o momento em que ele fosse fazer parte da coleção de almas pertencentes a elas.Nesse ínterim, a notícia dos demônios estarem espalhados pela cidade, j&
As irmãs estavam deliciando-se em sua liberdade entre os humanos. Esbórnias e crueldades sem fim recheavam seus dias na cidade. Apreciavam o quão tolos eram aqueles que as seguiam. Pessoas dignas de pena, fracas e manipuláveis. Seduziam qualquer um que realmente elas desejassem conhecer o sabor. Homens e mulheres que chamavam a atenção das irmãs, logo cediam ao aliciamento delas. No entanto, apenas um parecia imune a toda essa lascívia, Rodolfo.Merônia não importava-se tanto com o rapaz, já Maiityh desejava-o ardentemente. Conforme o tempo passava-se, sua vontade em possuir Rodolfo, intensificava-se. Talvez sua obsessão por ele estivesse relacionada ao fato da não correspondência do mesmo por ela. Era um martírio para um ser como ela não conseguir imperar-se sobre um reles humano. Seu poder de s
Ciro já constatava que seu cérebro estava afadigado por estar laborando tanto esses últimos dias. Seu foco atual era implementar uma forma de atrair os demônios às montanhas para ceifá-los de uma vez por todas. Se eu não fosse tão burro, não estaria assim tão cansado mentalmente. Analisou a sua situação.Estava em seu quarto, sentado em sua cadeira giratória. Fazendo os movimentos circulares com a mesma por um longo período, enquanto tentava fazer com que a massa dentro de seu crânio reluzisse com alguma concepção eficaz. Todavia, a única coisa que conseguia sentir era fome.Parou por um instante com aquele movimento rotatório e fitou por um breve momento o pequeno mimo em cima de sua escrivaninha, o qual havia ganhado de sua doce Pilar. Restav