Aina
— No fundo eu sabia que vocês só precisavam de um empurrãozinho. — Ivete comentou enquanto espalhava uma sombra prateada ao redor dos meus olhos. Eu estava em seu quarto e usava um roupão aveludado cinza enquanto aguardava que a mulher terminasse de fazer minha maquiagem. Já era noite e a música alta começou a tocar alguns minutos atrás.
Passei a maior parte do dia ao lado de Ivete, me preparando para a festa, enquanto Bruno e Yago se encarregaram de supervisionar a equipe que montaria os equipamentos de som. Eu me sentia animada. Da última vez que estive em uma festa eu ainda estava na faculdade. Tanta coisa aconteceu desde então.
— Aina, eu não tenho palavras para expressar o quanto est
AinaPisquei repetidas vezes para ter certeza de que eu não estava tendo uma alucinação.Isso é real? A ex-esposa de Bruno realmente está na minha frente? O que ela está fazendo aqui?Um terrível desconforto me atingiu e eu só percebi que estava caindo para trás quando Yumi segurou o meu braço, me mantendo no lugar.— Aina? Você está bem? — Saori apareceu em meu campo de visão com um olhar preocupado.Neguei com a cabeça e voltei a encarar a loira que estava parada em frente à cabine de DJ. Seus olhos azuis estavam fixos em Yago, que a encarava com o cenho franzido.<
Bruno— Bruno! — Aina gritou atrás de mim enquanto eu subia as escadas de casa em passos apressados. Ela e Yago me seguiram desde que me afastei da piscina. Não tive o trabalho de pedir que eles voltassem, eu sabia que os dois não desistiriam de falar comigo e, no fundo, estava grato pela preocupação de ambos.Segui meu caminho até o andar de cima e fui até o final do corredor. Abri a porta de vidro de correr que dava para a varanda dos fundos da casa e me debrucei em sua mureta de madeira, aproveitando o ar fresco da noite para colocar os pensamentos em ordem. Não demorou muito até que a minha namorada e o meu irmão me alcançassem. Suspirei quando ouvi seus passos se aproximando, mas não olhei para trás. Minha mente foi tomada p
AinaA manhã passou e o clima de tensão permaneceu na casa. Estávamos reunidos na cozinha, sentados ao redor da ilha de mármore, enquanto esperávamos notícias de Yumi e Saori. As duas estavam no último período de direito e se comprometeram em analisar o exame de DNA para ter certeza se era autêntico.Enquanto não recebemos nenhuma notícia das gêmeas, permanecemos em silêncio sem saber o que dizer. A mãe de Bruno exibia um olhar preocupado no rosto, embora fizesse o possível para não deixar que emoções a dominassem. Yago exibia um olhar zangado e Bruno parecia perdido em pensamentos. No meio disso tudo eu estava a ponto de surtar. Minhas m&at
AinaAcordei com o leve som de uma batida na porta do quarto. Meu corpo estava acomodado sobre o de Bruno, minha cabeça descansava em seu peito e minhas pernas estavam encaixadas entre as suas. Naquela posição eu podia sentir perfeitamente a rigidez do seu membro que pressionava contra a minha barriga. — Bruno estava adormecido, mas aquela parte do seu corpo não.Xinguei baixinho quando alguém bateu na porta outra vez. Eu não queria que o nosso pequeno momento de felicidade fosse interrompido, mas infelizmente não havia para onde fugir.— Bruno? Está acordado? — Era a voz de Yago e ele parecia sério.Levantei a cabeça com re
BrunoAina e eu estávamos sentados em um banco que havia próximo da piscina enquanto Yago andava de um lado para o outro de maneira impaciente. Yumi e Saori preferiram ficar em pé na sombra enquanto aguardavam a chegada de Helena.Depois que descobri o plano diabólico da mulher, liguei para ela e pedi que viesse até aqui para discutirmos sobre a situação. É claro que não mencionei sobre a acusação que faríamos quando ela chegasse, então precisei lutar para não deixar a raiva transparecer durante o telefonema.Não demorou muito até Helena aparecer. Meu sangue ferveu com ódio no instante em que avistei a vaca loira entrar no pátio externo d
Bruno— Comprei as passagens. Pegaremos o vôo amanhã — informei Aina, que estava sentada na beira da minha cama.— Tudo bem. — Ela suspirou e encolheu os ombros, enquanto observava as folhas das árvores através janela de vidro que havia em frente à cama.Aina parecia chateada com alguma coisa e eu temi que fosse por causa dos últimos acontecimentos com Helena. Me sentindo preocupado, caminhei até a cama e sentei ao seu lado, deixando minha mão correr em suas costas para confortá-la.— O que está te incomodando? — indaguei, enquanto fitava o rosto da mulher.Aina suspirou e voltou seu olhar at&e
AinaAcomodei minha cabeça na bolsa de praia que Ivete me emprestou e suspirei enquanto sentia o sol da tarde queimando as minhas costas. Ao meu redor havia areia, vendedores ambulantes e crianças correndo por todos os lados. A batida de um funk tocava em uma caixa de som Bluetooth que pertencia a um grupo de pessoas acomodadas sob um guarda-sol à nossa frente. Um oceano azul se estendia além do meu campo de visão e o cheio da maresia misturado com o camarão que estava sendo vendido próximo dali preenchia o meu nariz. Atrás de mim erguiam-se prédios e hotéis onde pessoas da classe alta e celebridades se hospedavam. No final da areia, seguindo na direção da pista onde os veículos transitavam, havia o famoso Calçad&ati
AinaQuando chegamos em casa, encontramos Yago e as gêmeas assistindo TV. Contei a eles sobre a tarde maravilhosa que passei com Bruno — é claro, tomando cuidado para omitir alguns detalhes obscenos — e Yago explodiu em risadas quando mencionei que quase tive o celular levado.— Estou dizendo, ele era idêntico a você — repeti, com a atenção voltada para o meu novo cunhado. Eu estava sentada na poltrona, no colo de Bruno, que sorria enquanto acompanhava a conversa.— Devia ser bonito — Saori deixou escapar, e pareceu envergonhada quando notou que ouvi o seu comentário. Yago realmente não era de se jogar fora, mas na minha opinião, o prêmio de "irmão nem guindaste" definitivamente pertencia ao