Depois de instalados em Napa novamente, só com a necessidade de viajar uma vez por mês, os dois tentaram retomar a vida, mas Justin não quis ir morar com eles. — Mamãe, não é maldade e nem rejeição. Você acredita em mim? — Acredito, sim, Justin. Eu sei que você reconhece tudo o que fiz e o que aconteceu! — Você é a melhor mãe do mundo, Maya Bukaiter! Você lutou por mim quando qualquer outra teria feito um aborto, você dançou com velho safado te olhando pra não deixar me faltar o pão, me ensinou valores, sempre foi minha amiga além de minha mãe! Fez uma grande besteira indo se encontrar com a Hanna, achando que minha irmãzinha estava segura ainda dentro da sua barriga, mas em sua defesa, mamãe, eu te digo que eu faria o mesmo, porque a senhora confiou que a Hanna estava mudada, traumatizada com tudo o que estava acontecendo e teria chances de ser outra pessoa sem a influência da Jenny. Eu também acreditava. Das vezes que fui pra casa dela, eu sempre achei que ela estava diferente me
— Você quer saber a partir de quando? — Quem é você e como acabou metida nisso? — Meu nome é Stephanie Stiller Kennedy. Eu engravidei e fiquei sem apoio de ninguém. Minha mãe falou que não iria sustentar mais uma boca e me mandou embora da casa dela. O pai do bebê não quis me assumir e meu patrão me cedeu um cômodo nos fundos da lanchonete, a esposa dele me ajudava. Me instruíram a fazer uma doação gestacional e eu achei que deveria sim fazer isso, eu não teria condições de criar uma criança. Me registrei e comecei procurar uma família que daria mais do que eu podia dar ao bebê, mas nenhuma me agradava. Conforme os meses passavam, eu entendi que eu não queria abrir mão dele. Quando aceitei que deveria me esforçar por cria-lo, mesmo sem apoio ou ajuda de ninguém, apareceu uma família muito boa, que eu sabia que se recusasse, seria meu fim e o dele. Então aceitei e começamos a fazer os trâmites para a adoção. Na ultrassonografia morfológica, descobrimos que o bebê tinha HCD. Hérnia de
Maya, Danilo, Jhon Lee e Samanta viajaram para a cidade em que Danilo nasceu. Deixaram vovó Sophia e Justin aos cuidados de Denny e Alícia. Durante todo o tempo, depois que descobriu o paradeiro de Hanna, Maya pensava na cara de pau dela e em como ninguém pensou nisso. Claro que ninguém imaginária que Hanna iria sim para uma cidade em que Samantha foi muito humilhada ao tomar um golpe por anos. Julius e a esposa ainda estavam presos, os filhos venderam a casa e foram embora da cidade de vergonha pelo o que os pais fizeram. Imagina se Samantha teria a ousadia de voltar pra lá! Danilo já não voltava antes do casamento, visitava a mãe pouquíssimas vezes , então não teria nenhum motivo para ir até lá! Ainda mais que a cidade já tinha perdido todo o encanto desde que seu pai morreu! Era claro que a cobra, que tem na cabeça uma fábrica de idéias monstruosas, iria para um lugar onde não poderia ser encontrada ou reconhecida! Quando chegaram na cidade, Danilo e Samantha começaram a procura
Depois que Maya contou a proposta que Hanna fez, Danilo disse que faria e se encaminhou a doar a medula. — Espere, Dan! Pare de loucura! — Como assim, Maya? É minha Florisbela que vou ter de volta! Se é uma coleta dolorida de sangue que me separa dela, então quanto mais rápido eu fizer, mais rápido eu consigo! — Não é assim tão simples, Danilo! Estamos lidando com Hanna, uma mulher louca acostumada a ter tudo o que quer e traiçoeira a ponto de esconder nossa filha! Você já imaginou se a gente não a encontrasse e ela tivesse morrido? Você sabe a que nossa filha está sujeita e com quem? Você não pode simplesmente salvar a vida dela sem garantias de que ela vai nos devolver a nossa filha, Danilo! Danilo pensou muito no que Maya disse. Preferiu conversar com a mãe antes de fazer besteira. Maya estava certa, Hanna não era de confiança! Se ele tivesse certeza que seria apenas a troca, faria sem problemas. Jamais se negaria salvar uma vida, mesmo que fosse a da irmã traiçoeira e ordinári
Danilo entrou naquele quarto para dar a notícia pra Hanna, completamente emocionado. Ele estava esgotado. Sua cabeça era pura emoção de tudo. Todos os acontecimentos marcantes da sua vida se misturavam na sua cabeça. Teve pesadelos naquela noite, assustadores! Começou sonhando com uma bebezinha correndo pra ele, quando ela chegava perto, era Hanna em miniatura. Depois que passava a surpresa, ele a abraçava e ela tinha uma faca escondida que enfiava nas costas dele. Com muita dor, ele olhava em volta e estavam em uma praia. Seu pai Joseph chegava e arrancava a faca das costas dele, sem falar nada. Ele se sentava na beira da praia e Hanna miniatura ficava rindo de frente pra ele, enquanto ele ensanguentado, via seu pai entrando no mar. A menininha gritava: Justin, vai buscar o vovô! E logo Justin aparecia, entrando no mar atrás de Joseph. Danilo ficava sentado, olhando e depois de muito tempo, Hanninha falava: — Menos um. Nossa família está fadada a ser pequena, papai. Quando um chega
— Porque você quem veio negociar comigo? Maya não tem coragem de encarar os ferimentos que me causou? — Eu te peço desculpas pelo que ela fez, Hanna. Ela perdeu o controle. — Eu não quero falar com você. Quero falar com minha irmã. — Eu sou seu irmão, Hanna. — Não. Aquele resultado de DNA diz que não somos irmãos. — Hanna, pare! Você sabe que manipulou aquele resultado. Trocou pelo resultado do Justin com Denny. — Não sei do que você está falando.— Hanna, é sério que você não pensou que eu faria outro exame de DNA? — Então vocês sabiam? E mesmo assim me deixaram convivendo com Justin? — Não, confiamos Justin a você. Queríamos que você tivesse a experiência de ser responsável por uma criança. — Não importa. Não quero conversar com você, já disse. Maya é a irmã que eu reconheço. Quero negociar com ela.— Olha Hanna, eu estou te dando o benefício da dúvida. Achei que você tivesse percebido que Maya só quer arrancar seus olhos na unha. Minha mulher não é mais a sonsa que você se
Quando Danilo saiu, Hanna pegou seu celular e começou a pesquisar. Por mais que ela achasse que ele montou aquele programa de televisão, não acreditava que pudesse ter sido em todos os países que ela pesquisou. Claro que mandou traduzir, porque só falava inglês e um pouco de português agora, mas ainda assim, muito poucas palavras. Sempre achou que se um dia resolvesse aprender outras línguas, evitaria japonês e árabe, por acreditar que pareciam muito difíceis. Mas quando conheceu Murilo, descobriu que o português era a língua mais difícil do mundo! Eles complicam tudo, tem um monte de variações para uma palavra só, palavras que não podem ser traduzidas para nenhuma outra língua! Era muito complicada aquela língua! Jogou a pesquisa em grandes jornais brasileiros, e encontrou uma notícia de última hora. A palavra "morte" chamou sua atenção. Lembrava de sua época de escola, que tinham espanhol. O português se parecia bastante com essa língua e se tivesse o mesmo significado, ela não sa
— Não! Não. Não! Eu não aceito, Danilo! O que você fez pra ela? — Eu não fiz nada, Maya! Eu fiz a doação da medula. O próprio doutor Mayer coletou. Ele pediu que eu contasse nosso problema com Hanna pra me distrair. Depois da coleta continuou comigo durante a recuperação. Também não lembro de ter terminado a história, porque acabei pegando no sono. Talvez os analgésicos que ele me deu para a dor. Quando acordei, você estava lá pra me buscar. Não fiz nada, ou então o doutor não teria me tratado tão bem, você não acha? — Eu não sei, Danilo! — Maya desabou a chorar, inconsolável! — Filha, vamos fazer um plano, vai ter outro jeito! — Que jeito, Samantha? Eu quero ir embora. Quero ir pra minha casa, abraçar meu filho. — Isso é muito bom, Maya. Justin vai ser sua cura da batalha perdida. Assim que seu pai resolver tudo por aqui, podemos voltar e nos recuperar. Depois começamos tudo de novo. — Não! Eu quero ir embora agora. Preciso do meu filho. Vou arrumar minhas coisas e vou embora.