Desde o casamento, Maya corria de Danilo! Justin naquela manhã chamou sua atenção à mesa do café: — Mamãe, amanhã vou para o sítio passar o final de semana com a vovó Sophia. Você se lembra, né? Maya congelou! Isso queria dizer que não teria desculpas para Danilo voltar para o quarto deles! Ela não poderia permitir. Não só porque ele passou mais duas noites fora de casa, além da noite de núpcias deles, provavelmente se aliviando em Alícia. Mas também porque nao sabia se conseguiria se controlar dormindo na mesma cama que ele! Desde que o conheceu, ela tinha pensamentos sórdidos, lembrava dos beijos que ele deu nela, para disfarçar, mas ela não achou que tinha nada de técnico na língua dele invadindo a boca dela como se a estivesse fodendo. Ela sabia que ele a provocava, passava por ela só de roupão, com o pênis ereto provocando pensamentos alucinantes e lembranças daquele membro enorme, pronto pra entrar em Alícia. E ela queria ter raiva dele por estar fazendo isso, entrando em Alí
Danilo chegou com Maya chorosa, ela se trancou no banheiro, ele preparou roupas pra ela, deu ordens pra levar almoço no quarto, tomou banho e colocou uma bermuda e uma camiseta. Voltou para o quarto, ela estava secando o cabelo, já vestida. Olhou pra ela pelo espelho, pegou o secador e terminou de secar por ela. Gostava de olhar pra ela, de tocar em seus cabelos sedosos, gostava de que ela estivesse totalmente desarmada e receptiva pra ele. Mas não gostava que pra isso, ela tivesse abatida. Preferia a Maya que o desafiava, que levantava o queixo quando ele entrava, que às vezes ele flagrava olhando para os bíceps dele com cara de safada e ele sabia bem o que ela estava imaginando, depois ela lembrava que acha que não deveria estar fazendo aquilo e desviava o olhar, corada. Preferia a Maya que lutava contra a vontade de se entregar a ele, pois ele sabia que ela existia e estava se divertindo em quebrar suas barreiras pra conseguir vencer essa luta dela com ela mesma! Pensava se era
Danilo teve uma noite péssima, sentindo o corpo de Maya junto ao seu. Como não conseguia dormir, ficou pensando em tudo o que descobriu sobre Maya naquele dia. Não deve ter sido fácil pra ela tudo o que passou, e mesmo assim, era uma moça doce, gentil, parecia extrair sempre o melhor das pessoas. Ele pensava o que poderia fazer para tornar a vida dela mais suave. Ainda não tinha amanhecido por completo quando ele se levantou, foi até o escritório e ligou pra Samantha. — Demorou pra me ligar, Danilo. Eu esperava essa ligação uma semana atrás. — Como assim? — Já admitiu que se apaixonou por sua mulher e pelo seu filho? Que já não imagina uma vida sem eles? Que está em dúvida quanto a sua vingança descabida? — Como você sabe de tudo isso, mãe? — Porque eu te conheço, meu filho. Eu te vejo! Desista dessa porcaria toda e vá viver seu casamento. — E deixar os Dawson impunes pelo que nos fizeram? — Você já castigou John Lee demais, e na verdade ele nem é o maior culpado. — M
Maya ficou encantada com tudo o que viveu naquele dia. Trabalhou em todo o processo de fabricação de vinhos, embora tenha ficado extremamente decepcionada ao final do dia. Porque a primeira coisa que fizeram foi ir pra colheita. Maya e Danilo colheram as uvas e ela ajudou na seleção. Achou aquele processo cansativo, principalmente o tédio no uso do refratômetro (aparelho de medição de acidez e açúcar da uva). Ela acreditava que colheram poucas uvas pra fazer cerca de 200 garrafas, mas o enólogo responsável era Danilo, então ela o seguiu, ajudando a colocar as uvas na esteira para uma nova varredura no processo de qualidade. A cada passo, Danilo ia explicando tudo pra ela, que parou de olhar pra ele como um pegador safado e o vendo como um enólogo sério e competente. Depois do processo da esteira, ela achou que as uvas iriam pro tanque para ser processadas, mas Danilo a mandou para um lava pés enquanto ele foi colocando as uvas em um tonel gigante e ela não acreditou no que estava
— Espera! Você está dizendo que esses litros e litros de vinho estão maturando aqui há dez anos? — Ao longo de dez anos! Estão armazenados por ordem cronológica. Venha, vou te levar até os barris que vamos fazer o Bodas. Enquanto eu engarrafo, você imprime os rótulos. — Espera, Danilo. Porque você me deu acesso a seu tesouro? — Porque é nosso tesouro, Maya! Somos casados e não tenho mais nada que seja só meu. Além do mais, o que você vai fazer? Roubar o que é seu? Tenho quatro barris guardados para uma garrafa muito, muito especial! — Vamos criar um vinho de guarda? — Exato! — Uma garrafa de guarda pode custar até cem mil, como você teve a paciência pra produzir um vinho de guarda artesanal? — Muito simples, senhora Bukaiter. Você se lembra de como se sentiu fazendo a pisa? Pois então, eu tenho meus monstros, minhas lembranças onde preciso de alegria. As vezes pisava muito, acabava que ficava com vinho demais. Aí quando vim pra cá, decidi fazer o vinho de guarda com esse
A cirurgia de John Lee foi um sucesso, mas como o médico disse, era uma espécie de remendo. Ele entrou na fila do transplante e receberam instruções muito precisas do médico: — Entenda, senhora Bukaiter, vou dar uma situação de fácil compreensão pra vocês. Imagine que tenha uma parede com uma pequena rachadura em sua casa. Esta rachadura está umedecendo a parede, vocês vão lá e passam fita adesiva e percebem que a umidade parou de aumentar. Vocês resolveram o problema? Não. A água ainda está dentro da parede, o problema ainda está lá e vocês vão ter que esperar o material chegar pra derrubar a parede e construir outra, resolvendo o problema de vez! — Você está dizendo que o coração do meu pai está colado com fita adesiva? — Silver tape, que é um pouco mais forte e resistente. Está segurando a umidade, mas não pode haver grandes remessas de água, porque vai descolar. — Não entendi isso. Tem perigo do meu pai ter outro infarto? — Sempre existe, e um novo infarto no coração rem
A garrafa ouro Bodas foi um sucesso nos dois dias de lançamento em Napa, vendendo 78 das 150 garrafas que Danilo disponibilizou para a adega Saborosamente. No sábado ela seria lançada na Saborosa e Maya estava preocupada que fosse um fiasco. Afinal, para Napa, o aviso de lançamento foi para os clientes e colecionadores de Danilo, pessoas que já estão ansiosas pelos lançamentos da garrafa ouro dele! Para a Saborosa, além de serem os clientes de Maya, ele precificou a garrafa além do valor de Napa, em torno de 80 mil dólares! Maya sabia que tinha clientes importantes, pessoas poderosas e muito ricas, mas não ao ponto de pagar 80 mil dólares em uma garrafa, mesmo que seja de guarda, mesmo que seja ouro! Aliás, ela nem sabia se tinha público para as 150 garrafas que Danilo reservou para a Saborosa. No lançamento da Saborosa, ele providenciou um vestido vinho pra ela, com mangas, reto e as costas nuas, relativamente curto. Dessa vez era um par de sapatos fechados camurçado, um luxo só.
Maya ficou olhando pra ele, sem entender. Ele se aproximou dela, deu um selinho e disse: — Eu nunca pensei que uma mulher pudesse mudar o meu mundo e meu jeito de pensar. Mas naquele dia você me falou algumas verdades e eu queria te odiar, queria sentir raiva de você por destruir a imagem do meu pai. Mas não consegui, Maya. Eu só consigo me imaginar enterrado em você, não consigo parar de pensar em sua beleza, em seu carisma, na sua sedução. Você está me enlouquecendo, Maya Bukaiter. Danilo foi falando e tirando o arranjo do cabelo dela, que não conseguia esboçar reação. Quando se percebeu com a cascata de cabelo, com mechas de todos os tamanhos, soltos em volta do rosto, teve uma leve idéia de como deveria estar parecendo selvagem. O olhar de Danilo se transformou, escureceu e ela sabia que ele a desejava. Não tinha mais sanidade pra resistir ao marido, então se permitiu ser beijada com volúpia, até quase perder o fôlego. — Diga que também me quer, Maya. Eu preciso disso! Maya