Matteo foi embora, como sempre me deixando perturbada.Demorei uma vida para conseguir dormir e quando eu acordei de manhã a casa já estava na maior algazarra.- O que está havendo aqui? – eu gritei descendo as escadas, o vestido da minha mãe nas mãos de Beatrice me fez dar três passos para trás.- Oi Belinha, desce logo... vamos ajustar o vestido da Amélia para sua irmã! – disse minha avó vendo que eu realmente estava puta.- E quem disse que Beatrice pode usar o vestido da mamãe? – eu falei indignada.- Ah, não seja mimada! Depois você pode usar o vestido Isabella... – disse ela com um sorriso irritante nos lábios.- Eu jamais vou concordar com isso! Entendeu? O vestido da mamãe tem que ficar guardado, como era o nosso combinado!- Um desperdício de renda francesa! E você pode muito bem deixar sua irmã usar, logo será o seu casamento... Você poderá usar o vestido também!- O vestido da mãe vai ficar guardado! Entendeu?! Eu não quero você com ele, tem que ter respeito pela minha opin
O problema todo estava em mim e eu sabia, e ao sair do carro uma brisa leve bateu no meu rosto e eu fui atingida como um raio de desesperança quando na frente da droga da modista estava Matteo parado com seus seguranças com uma m*****a cara de quem ia matar alguém ali a qualquer momento. - O que faz aqui? – disse Beatrice um pouco surpresa, mas parecendo feliz pela “Atenção” que o seu noivo pretendia dar a ela, enfim, eu não podia dizer nada sobre isso, ele de fato teria que dar toda a atenção possível a ela. - Eu vim garantir que tudo sairá como o planejado, não deveria ter vindo? – disse ele olhando para mim, não sei por que, o cara simplesmente sempre dava um jeito de me impedir de respirar. - Dá má sorte ver a noiva antes do casamento! – disse ela um pouco sem graça. - Você verá que os planos vão mudar Beatrice, não se preocupe com isso! – disse ele misterioso, mas eu senti que o recado era para mim, ele não dava um maldito ponto sem nó. O celular da minha irmã explodiu em mil
Eu só soube chorar.E Beatrice não ficou atrás, ela estava arrasada.Um acordo foi feito, o meu casamento iria acontecer, eu apenas consegui mais duas semanas de anistia daquele martírio, já que tudo teria que ser repensado para que eu não tivesse o mesmo estilo de casamento da minha irmã que passou anos e anos planejando sua cerimônia perfeita.Eu não me interessei pelos preparativos, eu não ligava a mínima para o que iria ser feito ou não de tudo, e o olhar de ódio que minha irmã fazia vez ou outra me fazia querer ofegar e se deitar em posição fetal de tanto chorar.Número Desconhecido E então, tudo pronto? Nosso casamento acontece daqui a três dias!15:07 pmBellaEu odeio você, odeio esse casamento, odeio o olhar da minha irmã para mim por sua causa! Maldito!15:10 pmEu estava em uma maldita reunião de decisão sobre o sabor do maldito bolo, os docinhos que eu nem queria encostar e um bocado de assentos marcados com pessoas que eu nem ao menos conhecia.Mas era importante.Onde e
Ao chegar na modista um grupo de mulheres já se apinhava pelos corredores, os cumprimentos me incomodavam porque aquelas mulheres nem falariam comigo em circunstâncias normais.Porém, apesar da puxação de saco de sempre alguma coisa não estava bem no lugar, uma mulher morena me observava do outro lado da sala com um sorriso esticado no rosto e uma aura de puta de luxo que me dava nos nervos.- Desculpem, mas quem é? – apontei para ela, alguma fofoqueira bajuladora com certeza saberia o nome da mulher.- Eu sou Olívia... tudo Bem Isabella Lion? – disse ela se aproximando de mim – não pergunte a elas, fale comigo diretamente.- Eu só fiquei curiosa, você não parou de me olhar desde que entrei aqui! – eu disse insistindo em saber quem era, a postura dela era de despeito, mas ao mesmo tempo, um certo tipo de orgulho que só pessoas donas de alguma coisa que queremos tem estampado no rosto.- Meu nome é Olívia Mancini, muito prazer! Eu vim até aqui comprar um vestido para o seu casamento.-
Os dias passaram correndo, minha irmã evitava olhar na minha cara e a minha avó ia aos poucos aceitando o golpe que levamos, foi me perdoando por um pecado que eu quase cometi.E eu a cada dia que passava ficava encarando a minha janela e a varanda do meu quarto torcendo para que ele subisse para eu ter um pouco dele, mesmo que fosse um quase nada, mesmo que fosse algo que eu não estava preparada para sentir e nem ouvir.Mas ele não veio.As mensagens cessaram, e tudo o que eu tinha era uma garrafa de vinho e a tristeza da madrugada por ninguém da minha casa falar comigo direito.Foda.O que minha mãe estava achando de onde ela estava?E eu ainda fui capaz de prometer que eu iria ajudar a minha irmã a ficar com o meu futuro marido, seria uma desquitada andando por aí.Tentei me concentrar na possibilidade que eu tinha de ter uma liberdade nunca antes vista ou sonhada por ninguém.Tudo bem, parecia um preço pequeno a ser pago pela minha liberdade.O dia do casamento finalmente chegou,
Eu vi os olhos dele me devorando enquanto eu entrava orgulhosa pelo corredor, não pelo casamento em si, mas pelo vestido da minha mãe ter entrado em mim sem nenhum tipo de ajuste, como teria que ser feito com Beatrice. Eu sentia que ela estava presente. Enquanto eu caminhava pelo longo corredor vi tantas pessoas estranhas, minha mente estava confusa o suficiente para eu não reconhecer direito os rostos. Mas um especificamente me chamou a atenção. Tinha um véu cobrindo o rosto no meio de todas os rostos descobertos, bem no canto da igreja ao lado de uma santa que também ne encarava. Os cabelos extremamente dourados me chamaram a atenção, os olhos azuis que pareciam até me cegar e uma expressão que pela minha idade eu conseguia me lembrar só um pouco. Todas as fotos estampadas pelas paredes da minha casa e a saudade que meu pai nunca deixava de lado, já que ele cultuava a minha mãe como uma divindade. Mas assim como a imagem chegou aos meus olhos ela sumiu, e eu só não acreditei q
Eu entrei naquela tenta cheia de pessoas torcendo para ser invisível mesmo sendo impossível, eu era a noiva afinal, e as pessoas me notariam mesmo que fosse a quilômetros e quilômetros de distância.- Fica calma Isabella, só vamos entrar lá.... Sua mão está toda gelada! – ele me disse sem olhar nos meus olhos- Sério, não me diz o que fazer, eu estou bem demais! - eu menti.Assim que eu entrei aquele monte de pessoas me olhando me causaram a porra de uma vertigem, mas ele segurou a minha e de repente tudo ficou com um pouquinho mais de paz.Aplausos e um montão de tempo depois eu notei a presença da moça do ateliê, me olhando com sua tacinha de vinho e rindo pra caramba para mim, como se eu fosse alguma atração de circo.Quando eu estava chegando nela minha irmã me interrompeu.- Belo casamento Belinha – disse ela com uma cara que não condizia com o que saía de sua boca.- Eu não estou achando a sua cara muito boa não Beatrice! – eu confidenciei me escondendo em minha própria casca.
Nem toda a ameixa do mundo foi capaz de matar o meu inimigo mortal que havia se casado comigo, e eu estava me segurando para não olhar tanto nos olhos dele, porque se eu olhasse muito eu ia me deixar seduzir pela forma que ele mexia as pálpebras sempre tão sérias e sempre tão misteriosas me tiravam a concentração.- Vamos Isabella, hora de ir para casa! – ele disse me segurando novamente no meu braço.- Sou obrigada a ir com você? nem me despedi dos meus familiares!Para mim aquele casamento tinha passado como em um vácuo temporal, se me perguntassem de verdade o que eu havia vivido nem eu mesma saberia o que era.- Sim você é obrigada a ir comigo! Não entendeu o que significa o sentido de propriedade? – ele disse se deliciando com cada palavra.Os capangas todos em volta, com seus ternos pretos e óculos escuros me encarando como se fossem atirar em mim se eu saísse correndo de verdade.- Você vai me pagar por isso! – falei com a boca cheia de orgulho.Ele apenas riu enquanto eu entra