Ao chegar na modista um grupo de mulheres já se apinhava pelos corredores, os cumprimentos me incomodavam porque aquelas mulheres nem falariam comigo em circunstâncias normais.Porém, apesar da puxação de saco de sempre alguma coisa não estava bem no lugar, uma mulher morena me observava do outro lado da sala com um sorriso esticado no rosto e uma aura de puta de luxo que me dava nos nervos.- Desculpem, mas quem é? – apontei para ela, alguma fofoqueira bajuladora com certeza saberia o nome da mulher.- Eu sou Olívia... tudo Bem Isabella Lion? – disse ela se aproximando de mim – não pergunte a elas, fale comigo diretamente.- Eu só fiquei curiosa, você não parou de me olhar desde que entrei aqui! – eu disse insistindo em saber quem era, a postura dela era de despeito, mas ao mesmo tempo, um certo tipo de orgulho que só pessoas donas de alguma coisa que queremos tem estampado no rosto.- Meu nome é Olívia Mancini, muito prazer! Eu vim até aqui comprar um vestido para o seu casamento.-
Os dias passaram correndo, minha irmã evitava olhar na minha cara e a minha avó ia aos poucos aceitando o golpe que levamos, foi me perdoando por um pecado que eu quase cometi.E eu a cada dia que passava ficava encarando a minha janela e a varanda do meu quarto torcendo para que ele subisse para eu ter um pouco dele, mesmo que fosse um quase nada, mesmo que fosse algo que eu não estava preparada para sentir e nem ouvir.Mas ele não veio.As mensagens cessaram, e tudo o que eu tinha era uma garrafa de vinho e a tristeza da madrugada por ninguém da minha casa falar comigo direito.Foda.O que minha mãe estava achando de onde ela estava?E eu ainda fui capaz de prometer que eu iria ajudar a minha irmã a ficar com o meu futuro marido, seria uma desquitada andando por aí.Tentei me concentrar na possibilidade que eu tinha de ter uma liberdade nunca antes vista ou sonhada por ninguém.Tudo bem, parecia um preço pequeno a ser pago pela minha liberdade.O dia do casamento finalmente chegou,
Eu vi os olhos dele me devorando enquanto eu entrava orgulhosa pelo corredor, não pelo casamento em si, mas pelo vestido da minha mãe ter entrado em mim sem nenhum tipo de ajuste, como teria que ser feito com Beatrice. Eu sentia que ela estava presente. Enquanto eu caminhava pelo longo corredor vi tantas pessoas estranhas, minha mente estava confusa o suficiente para eu não reconhecer direito os rostos. Mas um especificamente me chamou a atenção. Tinha um véu cobrindo o rosto no meio de todas os rostos descobertos, bem no canto da igreja ao lado de uma santa que também ne encarava. Os cabelos extremamente dourados me chamaram a atenção, os olhos azuis que pareciam até me cegar e uma expressão que pela minha idade eu conseguia me lembrar só um pouco. Todas as fotos estampadas pelas paredes da minha casa e a saudade que meu pai nunca deixava de lado, já que ele cultuava a minha mãe como uma divindade. Mas assim como a imagem chegou aos meus olhos ela sumiu, e eu só não acreditei q
Eu entrei naquela tenta cheia de pessoas torcendo para ser invisível mesmo sendo impossível, eu era a noiva afinal, e as pessoas me notariam mesmo que fosse a quilômetros e quilômetros de distância.- Fica calma Isabella, só vamos entrar lá.... Sua mão está toda gelada! – ele me disse sem olhar nos meus olhos- Sério, não me diz o que fazer, eu estou bem demais! - eu menti.Assim que eu entrei aquele monte de pessoas me olhando me causaram a porra de uma vertigem, mas ele segurou a minha e de repente tudo ficou com um pouquinho mais de paz.Aplausos e um montão de tempo depois eu notei a presença da moça do ateliê, me olhando com sua tacinha de vinho e rindo pra caramba para mim, como se eu fosse alguma atração de circo.Quando eu estava chegando nela minha irmã me interrompeu.- Belo casamento Belinha – disse ela com uma cara que não condizia com o que saía de sua boca.- Eu não estou achando a sua cara muito boa não Beatrice! – eu confidenciei me escondendo em minha própria casca.
Nem toda a ameixa do mundo foi capaz de matar o meu inimigo mortal que havia se casado comigo, e eu estava me segurando para não olhar tanto nos olhos dele, porque se eu olhasse muito eu ia me deixar seduzir pela forma que ele mexia as pálpebras sempre tão sérias e sempre tão misteriosas me tiravam a concentração.- Vamos Isabella, hora de ir para casa! – ele disse me segurando novamente no meu braço.- Sou obrigada a ir com você? nem me despedi dos meus familiares!Para mim aquele casamento tinha passado como em um vácuo temporal, se me perguntassem de verdade o que eu havia vivido nem eu mesma saberia o que era.- Sim você é obrigada a ir comigo! Não entendeu o que significa o sentido de propriedade? – ele disse se deliciando com cada palavra.Os capangas todos em volta, com seus ternos pretos e óculos escuros me encarando como se fossem atirar em mim se eu saísse correndo de verdade.- Você vai me pagar por isso! – falei com a boca cheia de orgulho.Ele apenas riu enquanto eu entra
Desculpem a demora na atualização, elas serão diárias a partir de agora... Aproveitem :) Ele realmente me enxergava ou apenas estava tirando uma com a minha cara? Confiar em Matteo era como tentar confiar em um lobo querendo comer um cordeiro. Eu sentia que ele acabaria me ferrando em algum momento, e eu tinha medo. Por mais que ele me deixasse mole, por mais que eu sentisse vontade de morrer perto dele de tantos suspirar e recuperar a minha sanidade o medo estava falando mais alto do que tudo. - Eu sei que você está mentindo Matteo... Só não entendo o motivo pelo qual você mente para mim! – eu disse sem encará-lo. Ele passou a mão pelos meus ombros devagar e me encarou pelo espelho. Eu estava evitando olhar para ele, ele me causava frenesis inexplicáveis por todo o meu corpo. - Eu não estou mentindo para você Isabella, é só você olhar nos meus olhos, sentir o jeito que eu estou apertando a sua cintura... Sentir a minha ereção.... – ele suspirou no meu ouvido e me deu uma leve mord
Eu desci as escadas com os meus sentimentos ainda um pouco confusos dentro de mim, como ele conseguia mexer com os meus sentimentos pelo telefone e me tirar do meu próprio eixo? Como ele conseguiu que eu descesse do nada para um escritório apenas falando comigo pelo telefone?Eu estava insana.Eu andei pelo corredor com o meu coração na mão e quanto entrei na sala que cheirava a carvalho e pós barba o coração quase que pulou das minhas mãos de novo, eu estava fora de controle.Ele estava sentado em uma cadeira enorme atrás de uma mesa cheia de papéis e quando eu o olhei finalmente ele já estava sorrindo com uma dose de uísque nas mãos.- E então, gostou do escritório? – ele me olhou com a mesma cara de diabo de sempre. Aquela cara que eu mal conseguir resistir se eu olhasse por mais de dois segundos, portanto, me conhecendo, eu desviei o olhar no mesmo segundo.- É um bom escritório... O que eu vim fazer aqui na verdade? – eu disse ofegando.- Quer beber alguma coisa? – disse ele se l
Eu prometi que não teria amor, eu prometi que não teria paixão e eu prometi a mim mesma que eu não ia me deixar levar pelo olhar dele e muito menos pelo jeito como ele conseguia me levar no bico sem nenhum esforço.Matteo tinha que ser um caso encerrado, eu tinha que conseguir esquecer totalmente o que aconteceu. Eu tinha que enterrar de todo jeito o meu desejo por aquele crápula insensível.Eu olhei minuciosamente o quarto ao lado ao que eu entrei primeiro, e sim, erro de principiante, aquele deveria ser mesmo o quarto principal.Ele era três vezes maior do que o quarto anterior e como ele mesmo disse, impossível ter alguma câmera.O telefone tocou, atendi sem surpresa nenhuma.- O que é Matteo? – eu disse ainda com raiva- Como não te vi entrar no quarto... Você está agora no quarto certo? - falou o desgraçado rindo como um idiota.- Acredito que sim! Agora se você não se importa... Eu vou dormir!- Isabella... de qualquer forma eu vou subir e dormir aí no quarto, eu estou te avisa