(04.01.2023) É cientificamente comprovado que dormir abraçado com alguém, na famigerada posição de conchinha, diminui os níveis de cortisol, o hormônio vinculado ao estresse, da corrente sanguínea. Talvez tenha sido por isso que Alexandria acordou com um pequeno sorriso nos lábios, enquanto o braço de Christian rodeava sua cintura e a respiração dele tocava sutilmente sua nuca. Ou talvez tenha sido pelo sonho que teve naquela noite com um certo belga de olhos incrivelmente verdes. O sorriso sumiu tão rápido quanto apareceu. As palavras de Keegan reverberaram em sua cabeça, martelando com força. Talvez ele estivesse certo, ela merecia mais, não era justo aceitar algo menos do que era digna só para agradar o equatoriano. Alex sabia melhor do que ninguém que relacionamentos de mão única não acabavam bem, longe disso.Christian grunhiu ao seu lado, como se a luz vinda da janela o estivesse incomodando. O despertador não havia tocado ainda. Ela levantou com cuidado, tirando a mão dele
— Vente pa cá — ele levantou, esticando uma das mãos para a fotógrafa, com uma expressão distante do outro lado da mesa — Vente, cariño. Ela hesitou por um momento, o azul em seus olhos era gélido, como sempre ficava quando ela fingia estar bem. Quando ela finalmente levantou, indo até si, os dedos do equatoriano se entrelaçaram aos dela. Ele sorriu e se pôs imediatamente a cantarolar, usando a mão livre para levantar o rosto de Alex para encarar o dele. Christian sentiu a própria respiração se tornar mais leve quando Alexandria sorriu para ele. Ela ainda usava a mesma roupa da noite anterior, um pouco amassada depois de dormir com ela, não sabia bem a razão, mas Alex sempre se recusou a usar uma das camisas dele, sempre ficava tensa quando sugeria, mas ainda assim, a fotógrafa era assustadoramente atraente dentro do seu abraço, ouvindo ele murmurar uma música que acreditava ser de um dos filmes do High School Music. Aparentemente, o tema Disney ainda estava fresco na mente dele.—
Andrew não estava se dando ao trabalho de escutar Jaden desde que o inglês começara a falar dos mais variados assuntos há mais de vinte ininterruptos minutos. Seus olhos focados do outro lado do refeitório desviavam vez ou outra quando Harry Zhao parecia perceber que estava sendo observado.O egípcio girou a tampa da garrafa de água na mesa em sua frente enquanto mantinha um diálogo aparentemente pacato com Keegan. Os lábios finos tocaram a boca do vaso plástico, virando o líquido transparente na boca.— Às vezes tudo que eu queria era ser uma garrafa d'água — a frase saiu automaticamente, fazendo Jaden finalmente parar de falar e o encarar com o cenho franzido. — Para poder espirrar na sua cara e te fazer calar a boca — gaguejou minimamente a desculpa mais esfarrapada que seu cérebro conseguiu pensar, e agradeceu a Deus por inteligência não ser a maior virtude do lateral esquerdo sentado próximo a si. Jaden rolou os olhos, irritado, mas não o suficiente para manter o silêncio que no
Alexandria tinha algumas horas livres antes do ensaio fotográfico que tinha que fazer com Lukas Haus naquela manhã. Sentada atrás da mesa, ela movia, freneticamente, os dedos pelo touchpad do MacBook branco em sua frente, ajustando os mínimos detalhes das fotos que seriam usadas nas redes sociais do time durante o ano. As montagens de felicitações pelos aniversários, as falsas comemorações que seriam usadas para marcar o placar no fim de um jogo vencido. O pequeno escritório era completamente azul, como a maior parte do Centro de Treinamento, com exceção dos móveis cinzas que compunham a parede e a mesa de trabalho de Alex. Suas melhores fotos ocupavam a estante atrás de si: Keegan pulando para defesa de uma bola no ângulo superior esquerdo, Christian arrastando os joelhos pelo gramado até a bandeira do escanteio enquanto vibrava arduamente por um gol marcado, Andrew subindo mais do que marcadores do time adversário para cabecear uma bola para o fundo da rede e algumas outras que esc
Alexandria assentiu, apontando com a cabeça para a própria bolsa. Era mais fácil que ela guardasse as camisinhas para os momentos de sexo no CT. Em menos de trinta segundos, Christian já estava em sua frente. Os olhos mel tinham um tom mais escuro, completamente dominados por seus instintos mais primitivos.Aquele não era o tipo comum de sexo que eles faziam no Centro de Treinamento. Era, geralmente, rápido, mas não com aquela pressa, muito menos com aquela agressividade. Ela não podia negar que a forma como ele apertava seus pulsos era extremamente sensual.A fotógrafa enfiou as mãos sob sua camisa depois que o aperto afrouxou, deixando marcas de unha que o fizeram grunhir e ignorando completamente o fato de que ele teria que trocar de roupa no vestiário quando sentiu o equatoriano entrar de uma vez em si. Foi a vez dele soltar um palavrão. Seus movimentos eram fortes e rápidos. Ele estava irritado, mais do que isso, ele estava furioso e aquela era uma forma perfeita de exteriorizar
As pernas de Alex ainda não estavam completamente estáveis e os olhos verdes do novo camisa 19 dos KRS pareciam muito focados no movimento leve de tremedeira, ela mal conseguia se manter focada, era como se os dedos do equatoriano ainda a tocassem, incendiando cada parte de si.— Sente falta da Bélgica? — Alexandria rompeu o silêncio no estúdio enquanto Lukas tinha dificuldade de mudar a expressão entre as fotos que já faziam há cerca de vinte minutos. Estava quase constrangida pela forma como não tirava o camisa 10 dos KRS da cabeça, mesmo estando diante de um perfeito cavalheiro. — Como sabe que eu sou de lá? — Jogava pelos Devil's de Bruxelas, e aí eu supus que morava lá. Vi no seu Instagram. Eu te stalkeei — falou como se não fosse muita coisa. — Eu duvido. Você não se interessou o suficiente em mim pra isso — ele finalmente sorriu para um dos cliques da câmera, um pouco constrangido, mas ainda assim, sorrindo.— Eu me interessei muito, Lukas Haus — sussurrou. Cole acabara
— Você é solteira, Alexandria Tapper — ela se virou para ela, os centímetros a mais pareciam muita coisa agora que sua voz soava mais alta que o normal — Tem vinte e quatro anos e é gata pra caralho. Quantos caras você beijou na vida? Três?— Quatro — ela corrigiu, como se fosse muita coisa.— Eu não conto — Keegan falou e a fotógrafa rolou os olhos. Cole se virou para eles. O cenho franzido do ruivo fez Alex levar a mão ao rosto, tímida. — É sério, Alex. Você tem que aproveitar a juventude. Ir a encontros, beijar, fazer sexo… Foda-se o Christian, se ele não quer nada sério, você não tem que ser leal a ele. — Eu não estava contando você. — Ela resmungou, deixando claro que ele era o número cinco, bastante orgulhosa da reação de surpresa que deixara nos olhos escuros do espanhol.— O carinha da escola primária, o seu ex babaca, o Chris, eu — ele contou nos dedos, encarando a melhor amiga — Quem foi o quinto, Tapper? Cole coçou a nuca, visivelmente envergonhado. Agarrou suas coisas e
Christian estava absolutamente puto. Não existia outra palavra que melhor definisse o equatoriano enquanto ele praguejava palavras em espanhol, baixo o suficiente para que Lukas Haus, há poucos metros de si, não o ouvisse, mas alto o bastante para ver Andrew rolando os olhos ao seu lado. Alex e Lukas iam sair juntos na porra de um encontro e isso estava o corroendo por dentro. Tinha ouvido o belga falar com Afonso e Thomas, empolgado sobre levá-la a um parque de diversões naquela noite, e ele não podia pensar em algo mais brega e ridículo que aquilo. Quantos anos ele tinha? Os parques eram infantis e ele gostava de pensar que Alexandria iria odiar a ideia. Christian já tinha usado a tática de malhar para esquecer a raiva, mas ali, na academia, bem em frente ao belga, não importava o peso que pusesse no supino, nada era o bastante para aliviar a vontade de socar aquela maçã protuberante na bochecha de Lukas. Tinha acabado de largar a barra em um dos suportes quando viu Alex passand