Andrew não estava se dando ao trabalho de escutar Jaden desde que o inglês começara a falar dos mais variados assuntos há mais de vinte ininterruptos minutos. Seus olhos focados do outro lado do refeitório desviavam vez ou outra quando Harry Zhao parecia perceber que estava sendo observado.O egípcio girou a tampa da garrafa de água na mesa em sua frente enquanto mantinha um diálogo aparentemente pacato com Keegan. Os lábios finos tocaram a boca do vaso plástico, virando o líquido transparente na boca.— Às vezes tudo que eu queria era ser uma garrafa d'água — a frase saiu automaticamente, fazendo Jaden finalmente parar de falar e o encarar com o cenho franzido. — Para poder espirrar na sua cara e te fazer calar a boca — gaguejou minimamente a desculpa mais esfarrapada que seu cérebro conseguiu pensar, e agradeceu a Deus por inteligência não ser a maior virtude do lateral esquerdo sentado próximo a si. Jaden rolou os olhos, irritado, mas não o suficiente para manter o silêncio que no
Alexandria tinha algumas horas livres antes do ensaio fotográfico que tinha que fazer com Lukas Haus naquela manhã. Sentada atrás da mesa, ela movia, freneticamente, os dedos pelo touchpad do MacBook branco em sua frente, ajustando os mínimos detalhes das fotos que seriam usadas nas redes sociais do time durante o ano. As montagens de felicitações pelos aniversários, as falsas comemorações que seriam usadas para marcar o placar no fim de um jogo vencido. O pequeno escritório era completamente azul, como a maior parte do Centro de Treinamento, com exceção dos móveis cinzas que compunham a parede e a mesa de trabalho de Alex. Suas melhores fotos ocupavam a estante atrás de si: Keegan pulando para defesa de uma bola no ângulo superior esquerdo, Christian arrastando os joelhos pelo gramado até a bandeira do escanteio enquanto vibrava arduamente por um gol marcado, Andrew subindo mais do que marcadores do time adversário para cabecear uma bola para o fundo da rede e algumas outras que esc
Alexandria assentiu, apontando com a cabeça para a própria bolsa. Era mais fácil que ela guardasse as camisinhas para os momentos de sexo no CT. Em menos de trinta segundos, Christian já estava em sua frente. Os olhos mel tinham um tom mais escuro, completamente dominados por seus instintos mais primitivos.Aquele não era o tipo comum de sexo que eles faziam no Centro de Treinamento. Era, geralmente, rápido, mas não com aquela pressa, muito menos com aquela agressividade. Ela não podia negar que a forma como ele apertava seus pulsos era extremamente sensual.A fotógrafa enfiou as mãos sob sua camisa depois que o aperto afrouxou, deixando marcas de unha que o fizeram grunhir e ignorando completamente o fato de que ele teria que trocar de roupa no vestiário quando sentiu o equatoriano entrar de uma vez em si. Foi a vez dele soltar um palavrão. Seus movimentos eram fortes e rápidos. Ele estava irritado, mais do que isso, ele estava furioso e aquela era uma forma perfeita de exteriorizar
As pernas de Alex ainda não estavam completamente estáveis e os olhos verdes do novo camisa 19 dos KRS pareciam muito focados no movimento leve de tremedeira, ela mal conseguia se manter focada, era como se os dedos do equatoriano ainda a tocassem, incendiando cada parte de si.— Sente falta da Bélgica? — Alexandria rompeu o silêncio no estúdio enquanto Lukas tinha dificuldade de mudar a expressão entre as fotos que já faziam há cerca de vinte minutos. Estava quase constrangida pela forma como não tirava o camisa 10 dos KRS da cabeça, mesmo estando diante de um perfeito cavalheiro. — Como sabe que eu sou de lá? — Jogava pelos Devil's de Bruxelas, e aí eu supus que morava lá. Vi no seu Instagram. Eu te stalkeei — falou como se não fosse muita coisa. — Eu duvido. Você não se interessou o suficiente em mim pra isso — ele finalmente sorriu para um dos cliques da câmera, um pouco constrangido, mas ainda assim, sorrindo.— Eu me interessei muito, Lukas Haus — sussurrou. Cole acabara
— Você é solteira, Alexandria Tapper — ela se virou para ela, os centímetros a mais pareciam muita coisa agora que sua voz soava mais alta que o normal — Tem vinte e quatro anos e é gata pra caralho. Quantos caras você beijou na vida? Três?— Quatro — ela corrigiu, como se fosse muita coisa.— Eu não conto — Keegan falou e a fotógrafa rolou os olhos. Cole se virou para eles. O cenho franzido do ruivo fez Alex levar a mão ao rosto, tímida. — É sério, Alex. Você tem que aproveitar a juventude. Ir a encontros, beijar, fazer sexo… Foda-se o Christian, se ele não quer nada sério, você não tem que ser leal a ele. — Eu não estava contando você. — Ela resmungou, deixando claro que ele era o número cinco, bastante orgulhosa da reação de surpresa que deixara nos olhos escuros do espanhol.— O carinha da escola primária, o seu ex babaca, o Chris, eu — ele contou nos dedos, encarando a melhor amiga — Quem foi o quinto, Tapper? Cole coçou a nuca, visivelmente envergonhado. Agarrou suas coisas e
Christian estava absolutamente puto. Não existia outra palavra que melhor definisse o equatoriano enquanto ele praguejava palavras em espanhol, baixo o suficiente para que Lukas Haus, há poucos metros de si, não o ouvisse, mas alto o bastante para ver Andrew rolando os olhos ao seu lado. Alex e Lukas iam sair juntos na porra de um encontro e isso estava o corroendo por dentro. Tinha ouvido o belga falar com Afonso e Thomas, empolgado sobre levá-la a um parque de diversões naquela noite, e ele não podia pensar em algo mais brega e ridículo que aquilo. Quantos anos ele tinha? Os parques eram infantis e ele gostava de pensar que Alexandria iria odiar a ideia. Christian já tinha usado a tática de malhar para esquecer a raiva, mas ali, na academia, bem em frente ao belga, não importava o peso que pusesse no supino, nada era o bastante para aliviar a vontade de socar aquela maçã protuberante na bochecha de Lukas. Tinha acabado de largar a barra em um dos suportes quando viu Alex passand
Alexandria passou a maior parte da sua tarde preparando posts para o Instagram dos KRS, apesar de ter deixado o CT mais cedo do que deveria. Havia passado na cafeteria para se reabastecer e tinha encontrado Lauren trabalhando em novos desenhos de croquis para a própria marca. Frank Hummel era dono de uma grande marca londrina de ternos e roupas sociais femininas, que gostava de se passar por feminista, mas nas horas vagas gastava toda sua energia tentando convencer sua própria filha de que mulheres não deveriam estar à frente de grandes nomes, afinal, não tinham a capacitação para gerir uma empresa.Perto das sete da noite, Alex finalizava a edição das fotos de Lukas quando seu telefone tocou. Ela se levantou em sobressalto, achou que tinha perdido o horário marcado com o jogador, mas quando viu o nome de Keegan no seu visor, suspirou aliviada. — O Christian deu um puta soco na parede de fora da academia — ignorou os bons modos, indo direto para o real objetivo da ligação. Ela não
Os olhos de Lukas brilharam quando Alexandria passou pela porta da casa dos Tapper. Ela era extremamente atraente, e ele não conseguia parar de encará-la com uma feição boba no rosto. Alex estava deslumbrante ao seu ver. Vestia um vestido preto de botões por toda a extensão, até pouco abaixo dos joelhos, a parte de cima dos cabelos escuros presos em duas tranças embutidas com a parte pintada caindo solta na altura da nuca. Na mão, ela carregava uma bolsa preta consideravelmente grande com detalhes geométricos em costura. Lukas sorriu, podia ver o tirante da câmera caindo ao lado da corrente tingida de preto que decorava a bolsa. Uma jaqueta de couro branca estava dobrada sobre o antebraço, provavelmente para combinar com a botinha de salto da mesma cor que usava. Alex olhou fixamente para ele e os olhos azuis reluziram sob a luz amarelada do poste vitoriano acima deles. — Você… — suspirou, incapaz de terminar a frase, sentindo uma vontade quase incontrolável de beijar a garota em