Alexandria assentiu, apontando com a cabeça para a própria bolsa. Era mais fácil que ela guardasse as camisinhas para os momentos de sexo no CT. Em menos de trinta segundos, Christian já estava em sua frente. Os olhos mel tinham um tom mais escuro, completamente dominados por seus instintos mais primitivos.Aquele não era o tipo comum de sexo que eles faziam no Centro de Treinamento. Era, geralmente, rápido, mas não com aquela pressa, muito menos com aquela agressividade. Ela não podia negar que a forma como ele apertava seus pulsos era extremamente sensual.A fotógrafa enfiou as mãos sob sua camisa depois que o aperto afrouxou, deixando marcas de unha que o fizeram grunhir e ignorando completamente o fato de que ele teria que trocar de roupa no vestiário quando sentiu o equatoriano entrar de uma vez em si. Foi a vez dele soltar um palavrão. Seus movimentos eram fortes e rápidos. Ele estava irritado, mais do que isso, ele estava furioso e aquela era uma forma perfeita de exteriorizar
As pernas de Alex ainda não estavam completamente estáveis e os olhos verdes do novo camisa 19 dos KRS pareciam muito focados no movimento leve de tremedeira, ela mal conseguia se manter focada, era como se os dedos do equatoriano ainda a tocassem, incendiando cada parte de si.— Sente falta da Bélgica? — Alexandria rompeu o silêncio no estúdio enquanto Lukas tinha dificuldade de mudar a expressão entre as fotos que já faziam há cerca de vinte minutos. Estava quase constrangida pela forma como não tirava o camisa 10 dos KRS da cabeça, mesmo estando diante de um perfeito cavalheiro. — Como sabe que eu sou de lá? — Jogava pelos Devil's de Bruxelas, e aí eu supus que morava lá. Vi no seu Instagram. Eu te stalkeei — falou como se não fosse muita coisa. — Eu duvido. Você não se interessou o suficiente em mim pra isso — ele finalmente sorriu para um dos cliques da câmera, um pouco constrangido, mas ainda assim, sorrindo.— Eu me interessei muito, Lukas Haus — sussurrou. Cole acabara
— Você é solteira, Alexandria Tapper — ela se virou para ela, os centímetros a mais pareciam muita coisa agora que sua voz soava mais alta que o normal — Tem vinte e quatro anos e é gata pra caralho. Quantos caras você beijou na vida? Três?— Quatro — ela corrigiu, como se fosse muita coisa.— Eu não conto — Keegan falou e a fotógrafa rolou os olhos. Cole se virou para eles. O cenho franzido do ruivo fez Alex levar a mão ao rosto, tímida. — É sério, Alex. Você tem que aproveitar a juventude. Ir a encontros, beijar, fazer sexo… Foda-se o Christian, se ele não quer nada sério, você não tem que ser leal a ele. — Eu não estava contando você. — Ela resmungou, deixando claro que ele era o número cinco, bastante orgulhosa da reação de surpresa que deixara nos olhos escuros do espanhol.— O carinha da escola primária, o seu ex babaca, o Chris, eu — ele contou nos dedos, encarando a melhor amiga — Quem foi o quinto, Tapper? Cole coçou a nuca, visivelmente envergonhado. Agarrou suas coisas e
Christian estava absolutamente puto. Não existia outra palavra que melhor definisse o equatoriano enquanto ele praguejava palavras em espanhol, baixo o suficiente para que Lukas Haus, há poucos metros de si, não o ouvisse, mas alto o bastante para ver Andrew rolando os olhos ao seu lado. Alex e Lukas iam sair juntos na porra de um encontro e isso estava o corroendo por dentro. Tinha ouvido o belga falar com Afonso e Thomas, empolgado sobre levá-la a um parque de diversões naquela noite, e ele não podia pensar em algo mais brega e ridículo que aquilo. Quantos anos ele tinha? Os parques eram infantis e ele gostava de pensar que Alexandria iria odiar a ideia. Christian já tinha usado a tática de malhar para esquecer a raiva, mas ali, na academia, bem em frente ao belga, não importava o peso que pusesse no supino, nada era o bastante para aliviar a vontade de socar aquela maçã protuberante na bochecha de Lukas. Tinha acabado de largar a barra em um dos suportes quando viu Alex passand
Alexandria passou a maior parte da sua tarde preparando posts para o Instagram dos KRS, apesar de ter deixado o CT mais cedo do que deveria. Havia passado na cafeteria para se reabastecer e tinha encontrado Lauren trabalhando em novos desenhos de croquis para a própria marca. Frank Hummel era dono de uma grande marca londrina de ternos e roupas sociais femininas, que gostava de se passar por feminista, mas nas horas vagas gastava toda sua energia tentando convencer sua própria filha de que mulheres não deveriam estar à frente de grandes nomes, afinal, não tinham a capacitação para gerir uma empresa.Perto das sete da noite, Alex finalizava a edição das fotos de Lukas quando seu telefone tocou. Ela se levantou em sobressalto, achou que tinha perdido o horário marcado com o jogador, mas quando viu o nome de Keegan no seu visor, suspirou aliviada. — O Christian deu um puta soco na parede de fora da academia — ignorou os bons modos, indo direto para o real objetivo da ligação. Ela não
Os olhos de Lukas brilharam quando Alexandria passou pela porta da casa dos Tapper. Ela era extremamente atraente, e ele não conseguia parar de encará-la com uma feição boba no rosto. Alex estava deslumbrante ao seu ver. Vestia um vestido preto de botões por toda a extensão, até pouco abaixo dos joelhos, a parte de cima dos cabelos escuros presos em duas tranças embutidas com a parte pintada caindo solta na altura da nuca. Na mão, ela carregava uma bolsa preta consideravelmente grande com detalhes geométricos em costura. Lukas sorriu, podia ver o tirante da câmera caindo ao lado da corrente tingida de preto que decorava a bolsa. Uma jaqueta de couro branca estava dobrada sobre o antebraço, provavelmente para combinar com a botinha de salto da mesma cor que usava. Alex olhou fixamente para ele e os olhos azuis reluziram sob a luz amarelada do poste vitoriano acima deles. — Você… — suspirou, incapaz de terminar a frase, sentindo uma vontade quase incontrolável de beijar a garota em
Pelos próximos vinte minutos que se seguiram, Lukas e Alexandria cantaram duetos, que eram originalmente cantados por uma só pessoa, vindos da conta do Spotify do jogador, trocaram indicações de livros e compartilharam suas polêmicas opiniões sobre o Oscar de 1999. Lukas acabara de parar o carro em um estacionamento gigantesco. Outras dezenas de carros parados ao seu lado e à frente. Estavam na segunda fileira de carros quando Alex percebeu a enorme estrutura montada com um telão em seu centro. Estavam em um drive-in, que ela sequer sabia da existência.— Eu tinha pensado em te levar pra um parque, mas… — ele passou os olhos pela roupa da fotógrafa — Você tá bonita demais para terminar a noite suja de ferrugem e graxa. — Lukas sorriu e Alex não conseguiu deixar de dar uma leve mordida na parte interna da bochecha para controlar o próprio sorriso ao ver o dele — Tive sorte do Afonso ser praticamente um guia turístico de Londres. — É estranho como ele parece conhecer cada rua e comé
Alexandria sentiu seu estômago revirar, a sensação era estranha, não sabia que isso era possível, mas sentia como se borboletas batessem asas em seu estômago enquanto encarava, pelo retrovisor, Lukas andar displicente. Não demorou mais do que cinco minutos e o belga estava de volta com uma bandeja equilibrada nas mãos e um sorriso amarelo de quem está preocupado em derrubar tudo. Alex se esticou, abrindo a porta para ele, que sorriu, dessa vez verdadeiramente, em agradecimento. — Acho que eles juntaram todos os brindes de combos que não venderam nos últimos… — ele pareceu considerar antes de continuar — provavelmente uns oito anos.Os olhos azuis da fotógrafa se arregalaram com a quantidade de comida e brindes antigos sobre a bandeja bege. Um balde de pipoca exibia a moto futurística de “Tron: O Legado” em toda sua extensão, dois copos de refrigerante eram marcados por um Nicolas Cage desgrenhado em “O Aprendiz de Feiticeiro”. Um pote enorme de nachos competia espaço com a tigela,