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2 “Apenas uma única certeza...”

Como eu havia sido criado sozinho, descobri muitas coisas sem a ajuda de ninguém, ou com a ajuda das pessoas erradas, de amigos que gostavam imensamente de pornografia, apesar de gostar de coisas mais levezinhas, de vez em quando também via algumas cenas mais hardcore (mas não era exatamente o que eu gostava de assistir, dez caras comendo uma pobre e inocente garota indefesa) e sempre ficava imaginando como seria conhecer alguém como aquelas garotas loucas, que faziam coisas bizarras na cama, o que na minha cabeça jamais passou que fosse apenas por dinheiro.

     A vida seguiu, eu cresci, tive minhas primeiras experiências sexuais com pessoas diferentes, assim como eu, convencionais, e a vida seguia como se nada no mundo fosse mudar o seu curso natural, o que na grande maioria das pessoas realmente não mudam.

     Casar, ter filhos e trabalhar para cuidar dos filhos...

     É importante ressaltar que não sou contra a vida que levo, mas é importante dizer que é a vida que construí seguindo as situações naturalmente, nunca forcei nada, deixei sempre as portas abrirem e eu entrar como um convidado educado, é simples assim a vida que eu levo.

    

Seguimos conversando sobre o enredo da sua história hot, claro, sendo seguro e sem a ilusão que aquela garota extraordinariamente linda, jamais estaria dando bola para um caipira conservador e servidor da sociedade como eu era, afinal:

     O que teria eu para dar a ela algo que jamais teve com outra pessoa?

     Nunca me achei a pessoa mais linda do mundo (e realmente não sou, venhamos e convenhamos), não tinha uma condição financeira atrativa (longe disso), era casado, com filho, militar, um carro médio-porte e um escritor ainda pouco reconhecido, ou seja:

     Quem em sã consciência iria querer algo comigo sem ter nada em troca?

     Ainda mais no mundo de hoje.

     Eu descobri que sempre tem alguém que se encaixa em seus sonhos, mesmo aqueles secretos, repletos de coisas impuras para uma sociedade tradicional e preconceituosa.

    

— Tenho receio que você me interprete errado – disse ela.

     — Porque a interpretaria de forma errada? É só um livro, podemos fazer assim... vamos separar a amizade do livro, ok? Quando quiser falar sobre nós, falamos, quando formos falar sobre o livro jamais a julgarei.

     — Certo.

     — Qual a sua ideia para o livro?

     — Isso eu sei, mas quero que você descubra.

     Talvez ela não saiba, mas agora está sabendo, que para mim era muito fácil entrevistar as pessoas, não só por ser militar com experiência de campo, mas também por ser um estudioso frenético de Sócrates e Platão, que criaram a Maiêutica Socrática e Dialética Platônica, uma técnica que visava entrevistar a pessoa, extraindo dela as informações que você gostaria sem que ela perceba.

     — Ok... vamos lá.

     Me preparei mentalmente para aquilo.

     — Eles se conhecem pessoalmente?

     — Não!

      — Mas vão se conhecer?

     — Sim.

     — Eles moram perto um do outro?

     — Não!

     — Mas isso é algum impedimento para eles?

     — Nem um pouco.

     — Ela se sentiu atraída por ele logo de cara?

     — Pelo que ele fala, sim.

     — Ele é rico?

     — Não há qualquer interesse financeiro nela.

     — Qual o interesse dela?

     — Prazer com dor.

     — Então posso entender que ela vai querer tranquilamente sexo anal?

     — Não pode faltar, na verdade, ela adora.

     — Uns Tapas e puxões de cabelo?

     — Coisa fácil.

     — Cordas e algemas?

     — Imprescindível... e o que ele vai gostar que ela faça com ele?

     — Ele tem gostos mais simples que os dela.

     — Tipo

     — Gozar na boca dela.

     — Fácil demais, não tem nada de doloroso nisso, é até prazeroso demais.

     — Então ele fará qualquer coisa que ela quiser.

     — Tem certeza?

     — Mais do que absoluta...

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