Olho mais uma vez para o meu reflexo no espelho. Estou de sete meses, e minha barriga está cada vez mais gigante e pesada. Descobrimos que estou grávida de um menino, e Adam não para de se gabar de que será pai de um garoto. Kim está na reta final da gravidez, e hoje decidimos ir ao shopping comprar algumas coisas para os bebês.Meu celular vibra, pego-o e vejo uma mensagem dela dizendo que está lá fora me esperando. Pego minha bolsa e saio de casa. Vejo um carro parado, com Kim sentada no banco de trás. Aproximo-me, e o motorista/segurança dela abre a porta para mim. Entro no carro.— Esse bebê está grande, hein! — ela diz assim que me vê. Faço um carinho em sua barriga, que parece uma bexiga prestes a explodir.— Você também! Ainda bem que não veio dirigindo, se não eu iria te matar!— Esse meninão está grande e pesado! E você acha que o Evam ia me deixar vir sozinha? Agora colocou um “armário” na minha cola — ela diz com uma expressão de tristeza, e eu sorrio.— Como tem passado? —
Olho mais uma vez para o senhor Zeles e seu advogado, que me encaram do outro lado da mesa.— Senhor Zeles, o departamento financeiro de uma empresa é o setor responsável pela administração dos recursos financeiros. Ou seja, tudo o que está relacionado com as finanças passa por essa área. Seu papel é garantir uma boa gestão de patrimônio, para a organização poder reduzir seus gastos e maximizar seus lucros. Caso contrário, irá à falência — digo, olhando novamente para os papéis e os números. Pelo que tudo indica, a empresa está à beira do colapso. — Na realidade, com base nesses documentos, a empresa entrou nesse beco sem saída já há algum tempo. Por que procurou um financeiro só agora?— Porque passamos do vermelho. Na verdade, achei que conseguiria cuidar das finanças, mas a empresa cresceu de uma forma que eu nunca imaginei. Para ser sincero, senhor Fiore, jamais pensei que minha empresa chegaria à magnitude que tem hoje! Algo que começou em uma garagem, onde eu queria ajudar os vi
Assim que entro, fico ainda mais assustada com o que vejo. Há fotos minhas por toda parte, capturadas em vários momentos diferentes.— Ele estava me seguindo! — murmuro para mim mesma, apavorada.Aproximo-me de uma parede onde estão algumas fotos minhas com Adam, mas o rosto dele está queimado, como se Romolo tivesse usado a ponta de um cigarro aceso para destruir a imagem. Outras fotos têm um grande “X” vermelho marcado sobre elas.Um susto percorre meu corpo quando Romolo aparece repentinamente e me puxa pelo braço, jogando-me sobre a cama. Tento cair de um jeito que proteja minha barriga para não me machucar.— Isso aí não era para estar dentro de você! Era para ser meu o bebê, e não daquele… — ele diz, interrompendo-se enquanto me encara e começa a andar de um lado para o outro.— Romolo, deixe-me ir embora. A Yasmim não vai gostar nada disso! Vi ela na sua casa aquele dia, e sei que está esperando um filho seu — digo, mesmo sabendo que não é verdade.Ele para de andar e seus olho
— Não vou esperar. Vamos realizar o procedimento agora. Sei que é seguro. Faremos uma cesariana de emergência, tiraremos esse “negócio” de você e então vamos embora daqui. Vou colocar meu bebê aí!Fico paralisada diante das palavras dele. Meu rosto queima, minha mente não consegue processar o que está acontecendo. Esse não é o Romolo que conheci na faculdade, esse homem não tem semelhança alguma com aquele que eu conhecia.— Ah, quase me esqueci! Antes de retirar isso de você, vou deixar algumas marcas. E sabe por quê? — ele diz, aproximando-se com um sorriso ameaçador.Fico em silêncio, completamente petrificada.— Eu te fiz uma pergunta! — ele grita, pegando meu maxilar com força. Tento afastar sua mão, mas sou incapaz de reagir. — Quando eu te perguntar algo, espero uma resposta!— Naã… não sei — consigo dizer, com grande dificuldade, quase sem ar.— Porque seu namoradinho quebrou meu nariz e três dentes meus. Aquela briga não vai ficar sem consequência. Vou descontar tudo em você,
Paramos o carro alguns quilômetros da casa e descemos. Dolsom me entrega um colete à prova de balas, e eu o coloco enquanto caminhamos junto com os policiais. Alguns cercam a casa, enquanto paramos perto da porta. Meu coração está aflito. Assim que Rick começa a dar ordens para invadir, ouvimos o barulho de dois tiros. Desespero-me e não consigo pensar em mais nada! Chuto a porta, arrombando-a, e entro. A casa está um pouco escura. Corro abrindo as portas até que vejo uma luz fraca no final do corredor, com a porta entreaberta. Entro correndo, e a cena que vejo me faz entrar em desespero.— Lunna! — grito, correndo em sua direção, e me ajoelho no chão sujo de poeira e sangue.— Chamem os paramédicos agora! — Ouço alguém dizer, e, mesmo sem poder, tiro Romolo de cima dela.Há tanto sangue que não sei se ela está machucada ou não! Os paramédicos entram, e Rick me puxa para sair de perto. Vejo-os examinarem Lunna e Romolo, que está com dois tiros no peito. Olho mais uma vez para Lunna, p
Após a recepcionista me entregar os documentos da Lunna, não sei quanto tempo se passou, mas estou muito impaciente. Ando de um lado para o outro tentando me controlar. Assim que resolvo mandar uma mensagem para o Evam perguntando sobre a Kim, ele me liga.— E aí, cara, como está minha irmã? E o meu sobrinho?— Estão bem. Ygor nasceu assim que ela chegou ao hospital. Seus pais não param de perguntar por que você e a Lunna não estão aqui, e a Kim quer saber se já a encontraram.— Inventa algo. Não quero alarmar ninguém sem saber se a Lunna e o meu filho estão bem.— Como assim? A Kim só me contou que a Lunna sumiu, mas depois não conseguiu me explicar direito.— Não conte nada para minha irmã, por favor! — digo, respirando profundamente. — O Romolo a sequestrou. Vi tudo pelas câmeras do shopping.— Meu Deus, Adam! Ela está bem?— Assim que chegamos, ouvimos tiros. Entrei desesperado na casa. A Lunna estava desacordada no chão, cheia de sangue, e o Romolo caído em cima dela. Não sei o q
Assim que saio do neonatal, encosto na parede, respiro fundo e limpo as lágrimas. Vou caminhando lentamente…— Senhor! — Ouço uma voz atrás de mim e, ao olhar, vejo um homem jovem, com cerca de 23 ou 24 anos. — Estava à sua espera. Prazer, sou o doutor Ivo Donovan — ele estende a mão, e eu a aperto antes de soltá-la.— Muito prazer, doutor. Meu nome é Adam Fiore.— O prazer é meu, senhor Fiore. Podemos ir até a sala do doutor Weber? Ele gostaria de falar com o senhor sobre sua noiva. A doutora Ballard mencionou que o encontraria por aqui — diz ele, sorrindo. — Vamos?— Claro! — respondo, indicando que ele vá à frente.Caminhamos por um longo corredor até uma sala. Ele bate na porta antes de abri-la.— Doutor, trouxe o senhor Fiore, familiar da senhorita Rivera — anuncia, abrindo a porta para que eu entre. Entro e ele fecha a porta atrás de nós. Vou até a poltrona indicada e me sento.— Muito prazer, senhor Fiore — diz o médico, estendendo a mão.— Como está minha noiva? — pergunto, an
Flashback on.Pego meu celular, respiro fundo e ligo para ela.— Oi, meu filho, tudo bem? — ela atende com sua voz acolhedora.— Oi, sogra. Como a senhora está? E o Lucca?— Estamos bem, ele está mais esperto a cada dia! O que houve com o celular da Lunna? Liguei, mandei mensagens e não obtive resposta.— É sobre isso que liguei… — suspiro, buscando coragem para contar.— O que aconteceu com a minha filha e com o meu neto, Adam?— Ela foi sequestrada pelo Romolo, mas eu a encontrei. Quando a achei, ela estava desacordada e a bolsa havia estourado. Assim que chegamos aqui, a levaram para a sala de cirurgia e fizeram uma cesariana de emergência. Nosso Vincenzo está bem e crescendo a cada dia. Mas a Lunna… — hesito, contendo as lágrimas — ela está em coma. Teve um traumatismo craniano e o cérebro está inchado. Por isso, o médico decidiu sedá-la para facilitar a recuperação.— Meu Deus, Adam! Por que não me contou antes?— Me perdoe… estou tão desesperado e sem saber o que fazer… — minha