SEDUÇÃO EM VERONA
SEDUÇÃO EM VERONA
Por: Anne Vaz
Prólogo

Bianca Collins

— Eles devem estar do outro lado, Angelina. — Digo para minha parceira e irmã.

Olhávamos a movimentação em um velho hangar aeronáutico, de longe camufladas no meio da neve que caia sem parar, avistávamos que a inteligência da SISU estava certa, eles estavam vendendo armas, faltava apenas saber quem eram eles.

Minha irmã é a oficial superior nessa missão, ela decide se arrastar no meio da neve e tentar fazer um melhor reconhecimento, não tínhamos ordens de interferir nas negociações, apenas deveríamos investigar quem são os responsáveis pela venda e a compra desse carregamento.

Nossa missão era apenas reconhecimento, mas se depender de Angelina, ela vai acabar entregando o carregamento para o nosso comando, um diretor da SISU que não me passa tanta confiança assim. Com a visão noturna monitoro os principais alvos que poderiam ver a minha irmã se aproximando deles se prestassem um pouco mais de atenção.

Por mais que sejamos altamente treinadas desde a infância quando fomos recrutadas em um orfanato da Sicília. Estou em pânico que algo aconteça a minha única parente, sei que não devemos demonstrar qualquer tipo de emoção em uma missão. Mas minha irmã é meu ponto fraco, sem ela desmorono e estaria sem chão.

— Angel, alvo se aproximando pela sua esquerda. — Digo em meu comunicador.

Sinto uma aflição ao notar que um homem em um casaco pesado de frio estava a menos de cinquenta metros de minha irmã.

“Se esconda”

Ouço o comunicador ficando no mudo, mantenho os olhos atentos a cena que se desenrolava a dada distância, minha irmã coberta com um pouco de neve atrás de um pequeno arbusto, observo o homem abrir o zíper e mirar no arbusto para mijar, saco a minha pistola e o silenciador, miro em sua cabeça caso seja necessário proteger a minha irmã.

Minha respiração se acelera observando enquanto ele olhava com desconfiança para o monte de neve que cobria o corpo de minha irmã, respiro fundo quando a atenção daquele homem muda e ele olha na direção oposta. Surge outro idiota do hangar e se aproxima.

Não consigo ouvir o que eles estavam falando, mas relaxo ao perceber que ele começavam a se afastar.

Deito a cabeça na neve e respiro aliviada, minha irmã estava segura.

Mas o som oco, me assusta e vejo a fumaça saindo do cano da pistola, observo o corpo inerte no meio da neve, a raiva e o desespero começam a me assolar, sinto o desejo ardente de ir até onde estavam e matar cada um por matarem a minha irmã.

Não posso deixar a dor de ver Angel sem vida tumultuar a minha mente, preciso sair daqui antes que seja pega e morta, tenho que levar as informações para nossos superiores. Pelo binóculo via que eles estava olhando para todos os lados procurando mais alguém, por sorte eles não olharam em minha direção.

Pela movimentação deles e direção ao hangar deveriam estar saindo dali, não consigo ter uma visão boa do assassino de Angel, mas tenho certeza que o encontrarei e o matarei sem piedade.

— Te prometo Angel. — Digo olhando para o seu corpo sem vida no meio da poça de sangue que manchava a neve.

Era apenas mais uma missão para a Sisu, mas ao retornar para a Escócia, onde fica um pequeno anexo da verdadeira identidade da SISU e me apresentar aos nossos superiores, houve divergências nas informações que coletamos e o que eles haviam criptografado. Houve desconfiança e muitos questionamentos sobre as motivações de minha irmã se aproximar dos alvos. Já que aquela não era a nossa missão.

— Precisa se apresentar em Moscou, senhor Saveli exigiu a sua presença. — Meu superior diz me olhando com desdém.

Via no olhar de cada um deles dentro daquela sala de interrogatório que não acreditavam em nada do que havia dito. Então o pensamento que Angel sempre externou veio em minha mente enquanto entregava as minhas credenciais.

“Serviremos apenas até quando formos convenientes a eles, depois seremos descartadas como lixo que precisa ser destruído”

Recordo e entrego a minha pistola para o superior que tinha ar de deboche, o que me deixou ainda mais intrigada com tudo aquilo.

Sabia que assim que colocasse meus pés para fora daquele prédio seria um alvo. Que me caçaram por ter me aproximado de algo que não deveria, a sensação que tenho é que meus superiores sabiam muito bem o que estava acontecendo na Rússia naquela noite.

E para a minha tristeza, minha irmã quis mostrar o porquê ela era muito competente e sempre era a escolhida para as várias missões que fazia. Angela queria entregar bons resultados para o comando, infelizmente ela perdeu a sua vida com isso.

Sair daquele prédio foi praticamente um prelúdio do que seria a minha vida se não colocasse em prática tudo o que aprendi com eles nos vinte anos que vivo nos muros da SISU sendo treinada para ser uma arma mortal.

Assim que escapo de um atropelamento, deixo o nome Bianca Collins para trás, com a ajuda de um amigo que ajudei algum tempo e me tornei Laura Miller, uma mulher desempregada fugindo de um ex-companheiro violento.

Foram várias tentativas de me matar e por destreza e sagacidade consegui escapar de todos os que me perseguiram.

“Laura consegui uma informação para você!”

Um dos meus informantes mais confiável ligou para o telefone descartável que tinha.

— Diga! — Falo olhando para a paisagem em Bruxelas.

A neve caia salpicando o chão deixando um ar romântico pela cidade.

“Encontrei uma informação sobre um possível comprador daquela noite”

Ele diz e me afasto da janela para prestar atenção ao que ele falava.

“Verona, Itália, peguei apenas isso, mas acho que seja o Don daquela região que estava lá naquela noite”

— Obrigado Jon, fico te devendo essa!

O telefone é desligado tão rápido quanto jogo o que estava em minha mão no chão e o destruo para evitar que seja encontrada. Tenho uma ideia em mente, chegou a hora de enfrentar aqueles que estavam no hangar naquela noite. 

  Não sei ainda, do que me aproximei, mas descobrirei e vigarei a morte de minha irmã.

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