Vittorio Romano
Posso ser apenas uma criança, mas ser filho de meu pai, é triste…
Não suporto ter que passar por tudo o que tenho que ver.
Sei que ele me ama e que apenas está me treinando para não acontecer comigo o que aconteceu com a minha mãe. Tem quase dois anos que a nossa outra casa foi invadida por homens maus, por pouco não me machucaram, mas a minha mãe não teve a mesma sorte.
Meu tio Enrico me protegeu como pôde e por pouco ele também não se foi. Por isso hoje moramos na cidade e não mais na fazenda de uvas. Amo aquele lugar e faço de tudo para que papá nos leve de volta.
Estar longe de nossa casa de campo estar começando a me fazer perder as lembranças de minha mãe, já que essa casa ela esteve poucas vezes.
Ver todas as minhas babás querendo se exibir para o meu pai é algo que não suporto. Elas estão sempre me maltratando pelas costas de meu pai e tio, já tentei falar com eles, mas como nunca prestam atenção em mim, acabei me especializando em colocá-las para correr.
E com a última não foi diferente, sei que ela foi ao quarto do meu pai na noite anterior, mas para o seu azar meu pai precisou viajar para ir até nossa casa de campo. Por isso aprontei com ela embaixo da maceira.
Mas não esperava que fosse encontrar Laura e algo nela me trouxe a lembrança de minha mãe, não sei se foi como ela sorriu para mim ou a forma que tentou me defender.
Mas gostei dela.
— Tio a contrate, precisamos de alguém e gostei dela! — Digo enquanto a vemos se afastar.
— Vittorio seu pai não gostará, se ela estiver lá pode ter certeza que serei morto. — Reviro os olhos e saio andando em direção aonde ela ia.
Começo a gritar chamando, o que me irrita. Sempre quando chamo alguém todos me atendem. Percebo quando os soldados de casa começam a se aproximar de mim e a vejo entrar no ônibus.
— Parem… — Digo e corro em sua direção. — Eiii…
Sinto as mãos de meu tio me segurando de ir até onde ela estava, o vejo respirando fundo e sei que ele fará o que estou pedindo. Sorrio vitorioso por conseguir ter a babá que acabei de escolher, vejo dando ordem para que parem o ônibus.
Estava andando atrás de meu tio e percebo que quando o ônibus para a mulher mal consegue se segurar e a vemos cair no colo de outro homem. O que não gosto, fico incomodado ao vê-la naquela posição. Fico feliz quando vemos ela se erguer e vir em nossa direção irritada e não entendo os seus motivos.
Com tudo resolvido e com Laura em nossa casa, decidi dar realmente uma chance para mostrar que ela não é igual a todas as outras babás que sempre se jogam no colo de meu pai e meu tio.
Gosto quando ela parece desafiar meu pai e como me olha, parece que vai me proteger caso seja necessário, algo que nenhuma nunca fez.
Mas a sua postura me fez ficar com medo que meu pai não permitisse que ela se tornasse a minha babá.
— Então ela poderá ficar papá? — Pergunto de dedos cruzados.
Ouvir meu pai a recebendo em nossa casa me alegra. Meu tio dá espaço para que ela o siga e sorrio de mãos dadas com ela e já estava saindo.
— Vittorio Romano sedetevi! “Sente-se” — Ouço a voz grossa de meu pai
Olho para Laura que lança um olhar para meu pai e sorri para mim.
— Estarei na cozinha, vou arrumar o que sujou. — Ela diz e aperta a minha mão.
Vejo meu tio se afastando com um olhar triste em minha direção, quando as portas se fecham na minha frente viro em direção ao sofá do escritório e meu pai já estava puxando a poltrona para sentar.
Baixo a cabeça e caminho lentamente, me preparando para ouvir o sermão que levarei, sei que não gostou do que aprontei, com mais uma babá que foi embora.
— Sente-se meu filho, vamos ter uma conversa séria. — Ele diz e me acomodo no sofá com meus olhos presos no chão.
Amo meu pai e sei o quando ele me ama também, sei que nos últimos meses estou dando trabalho.
— Sabe que ela não poderia estar aqui, Vittorio, é perigoso para você e talvez até mesmo para ela. — Meu pai diz e senta na cadeira a minha frente. — Olhe para mim!
Suspiro e ergo os meus olhos para ele, meu pai havia retirado o terno sempre tão impecável em seu corpo e me olhava com o mesmo carinho de sempre.
— Por que tem lutando tanto com suas babás? Pense antes de me responde, sabe bem que não admito mentiras. — Mordo o lábio e me posiciono melhor no sofá.
— Todas as que estiveram aqui as vi tentando ocupar o lugar da minha mãe. — Digo sentindo a raiva de todas as outras babás.
Meus olhos começam a se se encher de lágrimas e não deixo que meu pai as veja cair. Não sou um fraco, sou Vittorio Romano e quando chegar o momento comandarei tudo o que meu pai diz sempre para mim.
— Vittorio, por que se importa se alguma dessas mulheres se interessar por mim e porque com essa mulher foi diferente? — Meu pai senta ao meu lado e sinto seu braço passar por trás de mim.
— Porque todas foram maus comigo e sempre que disse algo vocês nunca acreditaram em mim, quando vi Laura e disse que a babá foi má ela me colocou ao seu lado. — Suspiro e revelo ao meu pai.
— Filho, nunca nenhuma mulher ficará no lugar de sua mãe, se em algum momento houver uma mulher em nossa casa informarei a você. — Fixo o olhar em seu rosto e sei que meu pai não mentiu.
Steffano Romano não é um mentiroso, ele sempre dirá a verdade mesmo que ela possa doer e magoar, mas sempre dirá a verdade.
— Por que realmente gostou de Laura? — Pergunta.
— Não sei dizer. — Não vou dizer que é porque algo me fez lembrar de minha mãe.
Meu pai sabe que estou mentindo, ele estreita os olhos em meu rosto e suspira forte.
— Última chance Vittorio, se não der certo com ela te envio para a casa de campo e só aparecerei por lá uma vez por mês, estamos entendidos? — Confirmo com a cabeça.
— Desculpe papá, prometo que não irei mais aprontar…
Sorrio quando meu pai bagunça os meus cabelos e me puxa para mais perto de seu corpo.
— Você sabe que não podemos ter pessoas estranhas. — Ele insiste.
— Prometo que serei cuidadoso, não deixarei que ela perceba o que somos. — Prometo ao meu pai.
Rimos e fico feliz que ele não ficou realmente irritado com o que aconteceu. Deito a minha cabeça no peito de meu pai e o abraço.
— Sinto saudades… — revelo ao meu pai. — Saudades da mamãe, de nossa vida no campo, não gosto daqui.
O ouço suspirar e suas mãos vem para as minhas costas fazendo carinho. Brinco com seus botões e relaxo nesse nosso momento.
— Vá se arrumar para a escola, tenho certeza que Laura o levará. — sorrio e saio correndo do escritório e vou à procura de minha babá.
Corro em direção à cozinha, mas não os encontro, talvez meu tio esteja mostrando as dependências da mansão. Subo as escada e vou em direção ao meu quarto e também não os encontro. Olho para os lado e pelo corredor, o quarto ao lado é da minha babá, talvez estejam lá.
Acelero e vou para o meu quarto e vejo o meu tio mostrando os cômodos do quarto e noto que Laura não estava dando muita atenção a ele, ele parecia irritado.
Laura sorri em minha direção e caminho meio receoso, não quero que ela achei que farei algo para prejudicar. Quero que ela fique aqui, que cuide de mim.
— Tenho que ir para escola, pode me levar? — Peço com carinho.
— Claro que sim, querido. — Sinto o seu olhar mais meigo, diferente de todas as outras. — Preciso apenas trocar de roupas.
Ela diz e vejo quando o meu tio indica onde deve ir. Volto para o meu quarto e começo a me arrumar para a escola.
Assim que fico pronto, Laura surge na entrada do meu quarto usando uma das roupas que as empregadas de casa sempre usam.
— Estou pronto…
Pela primeira vez me sinto feliz em ir para a escola com minha babá.
Laura Miller Assim que saímos do escritório, Enrico me leva para conhecer a mansão, minha intenção era poder limpar a bagunça que provavelmente Vittorio deve ter deixado para trás. — Não precisa, as empregadas vão cuidar disso! — Ele exclama e me leva para o andar de cima. A mansão tinha uma configuração estranha, as escadas levavam para dois corredores distintos, no topo da escada espero por Enrico para me guiar pelo caminho certo. — A esquerda são o meu quarto e o de Steffano, ao lado direito está o de Vittorio, o seu é o quarto ao lado do dele. — Diz e olho na direção onde devo seguir. Meus sentidos estão todos em alerta, já que imagino que eles sejam os rivais da família Giorgio, uma máfia antiga. Pelo que pesquisei antes de vir até aqui, sei que eles estão lutando pelo poder de comandar o crime em Verona e adjacências. Sei que uma das duas famílias estão envolvidos com a morte de Angelina, preciso descobrir qual delas foi a responsável por aperta o gatilho e retirar a vida
Steffano RomanoLaura é uma linda mulher, o choque que recebi assim que passei pelas portas da cozinha e a vi em pé com Vittorio a sua frente com entusiasmo, chamou minha atenção. Não apenas por ela ser uma linda negra de cabelos afros, lábios cheios e um rosto afilado.Mas, porque meu filho estava realmente tranquilo ali com ela e isso é algo que faz algum tempo que não víamos. Vittorio vem causando traquinagem desde que comecei a contratar babás para ele e agora sei o motivo dele relutar tanto.Jamais colocaria outra mulher dentro de minha casa sem que agradasse ao meu filho, afinal ele é o que mais precisa de carinho e atenção. E realmente ele está certo, várias das mulheres que passaram por nossa casa tentaram alguma coisa ou comigo, ou com Enrico.Mas para o azar delas, nos satisfazemos no bordel que mantenho. Nada melhor que lavar dinheiro em um puteiro e o meu só perde para o Moulin Rouge. Deixamos meu filho na escola e percebo o quanto ele parece empolgado com Laura, acho que
Laura MillerSaio do escritório de Steffano com o cartão pesando quase dez quilos. A sensação de que ele esteja fazendo isso apenas para me sentir agradecida e vá para a cama com ele com mais facilidade.Mas ele não me conhece e quando me conhecer provavelmente será quando tirarei sangue dele, por tirar de mim uma parte do meu coração, a melhor parte de mim.Olho para a secretária que me lança um sorriso de pena, talvez por achar que não darei conta do pequeno menino que me abraçou e beijou em um momento que estava tão feliz que nem deve ter se tocado com o gesto que fez.Vittorio é um menininho lindo, seus olhos claros serão um charme e tanto nele quando alcançar a idade para suas conquistas e sabendo como funciona a vida de seu pai ele provavelmente terá que casar com uma mulher sem ser por amor, apenas para unificar e aumentar.— O motorista a aguarda no subsolo! — A secretária diz com o mesmo sorriso.Retribuo o sorriso e caminho em direção ao elevador que havia acabado de se abri
Steffano Romano Ir para casa deveria ser tranquilo, mas para piorar ainda mais a minha irritação depois daquela foda, descubro que Laura desceu do carro e foi até a escola de Vittorio sem segurança. Isso jamais deveria ter acontecido, não me importa que algo tenha acontecido e a hora da saída dele estava se aproximando. Preciso que Laura esteja em segurança e nem sei porque preciso tanto disso. Entro na garagem e já via Tommaso e os outros dois seguranças ali em prontidão, eles sabiam que a vida deles estavam por um fio, deixaram que meu filho e a sua bendita babá corressem algum perigo. Sai do carro feito um raio, Enrico corre e tenta me segurar, mas me esquivei dele que já havia percebido minha irritação, apenas não conseguia dizer a ele e nem explicar a mim mesmo porque toda essa irritação, afinal quantas vezes as babás se atrasaram para buscar o meu filho na escola. — Senhor, desculpa, mas a senhorita foi saindo do car… — O acerto no meio da cara. Estava furioso, não fui pie
Laura MillerSinto um certo remorso ao olhar para Tommaso e o ver tão machucado como ele estava. No fundo, sinto raiva do idiota que nem sequer se preocupou com o fato do único filho se sentir esquecido!Me questionei isso desde que entrei na cozinha e vi o pobre homem todo machucado. Para meu desgosto, olho para Steffano Romano que entra na cozinha e vejo o quanto estava alcoolizado, provavelmente deve ter bebido muito mais que suporta.Se não fosse toda a investigação que preciso fazer, com certeza tiraria uma casquinha desse pedaço de mal caminho. Sinto um pulsar dentro de mim que implora que ele arranque a minha roupa e me foda forte como imagino que ele deva fazer.O homem é bonito e sabe muito bem usar o charme dele até mesmo quando não percebe, ele estava com a camisa para fora da calça o que me deixou cheia de ideias. Já que hoje pela manhã aquela calça de alfaiataria deixou muito o que pensar.Deixo todos lá e subo para a sala de cinema que fica no final do corredor. Entro no
Steffano Romano Acordo sentindo um calor enorme, passo a mão pelo meu peito para retirar a camisa e não a sinto em meu corpo. Estranho porque tenho certeza que entrei no quarto e cai na cama com ela. Desço a mão até o meu pau que ainda estava duro depois do sonho erótico que tive com a babá. Me masturbo um pouco, sentindo o meu pau todo melado da gozada que devo ter tido durante a porra do sonho. E que sonho… Estávamos caminhando entre os vinhedos após ter deixado Vittorio com meu irmão e decidi levá-la para conhecer um pouco a propriedade sem meu filho ao nosso lado. Dispensei os soldados já que desejava ter um momento sozinho com a Laura. Segurava uma das garrafas mais antigas que há em minha vinícola, produzida antes mesmo de meu nascimento, observo Laura carregando a toalha quadriculada azul, as taças e a barra de chocolate que havia recebido de presente de meu filho. Me aproximo ainda mais ao ver os pelinhos de seu braço ficando arrepiado de frio, normalmente aqui não se fa
Laura MillerDroga!Começo a me xingar mentalmente por cair na tentação daquele pedaço de pecado, nunca havia me envolvido dessa forma com um homem, usar da sua incapacidade para conseguir prazer.Deito em minha cama ainda sentindo o cheiro pesado do seu perfume e do uísque que ele havia bebido durante o dia inteiro, suspiro ao tocar em meus seios que ainda estavam rígidos pelo tesão que senti por esse mafioso que provavelmente nem lembrará sobre o que acabamos de fazer.— Por que Enrico Romano teve que voltar para a mansão? — Murmuro saindo da cama.O pensamento expulsa todo o desejo que estava sentindo. Me ergo da cama já que não posso passar a noite com cheiro de sexo ou não conseguirei focar no que descobri ainda dentro daquele quarto pecaminoso.Estar em uma investigação mesmo não sendo mais uma agente de campo e praticamente estar sendo perseguida pela mesma corporação que deveria buscar a verdade e a justiça. Eles acreditam por algum motivo estou envolvida com aquele carregamen
Steffano RomanoQue porra foi essa que acabou de acontecer?É o que estou me perguntando há pelo menos cinco minutos enquanto espero a secretária de Vicenzo tenta encontrá-lo na hípica, a mulher parecia nervosa em me ver por ali e não é à toa.Só venho aqui para usar um espaço muito específico que Vicenzo mantém, até que possa arrumar um melhor para mim. Depois da invasão da minha casa há dois anos, me desfiz de muitas propriedades por não querer que Vittorio tivesse lembranças daquela noite.Mas sei que ele ainda tem pesadelos, suas babás sempre comentavam que ele às vezes acordava chorando as madrugadas. Olho novamente para o meu relógio e já estava a mais de vinte e cinco minutos ali esperando por ele.Me ergo do sofá e fecho o meu terno irritado, olho para a secretária que ainda parecia estar assustada com alguma coisa.— Assim que ele aparecer por aqui, avise que estarei à sua procura, estarei na arena observando o meu filho!Digo irritado, uma vez que ele está em meu território,