A chegada ao Brasil tem um gosto diferente de quando sai, eu e o Pedro já estamos em um nível mais elevado de intimidade e cumplicidade, de mãos dadas saímos do aeroporto e antes de qualquer lugar eu busco meus filhos na casa da minha mãe, a saudade é maior que o cansaço.— Mamãe, tio Pedro? — Ele vem gritando de bracinhos abertos em nossa direção.— Meus amores, mamãe estava morrendo de saudade! — Respondo abraçando e beijado-os.Pedro cumprimenta mamãe e volta e nos abraça com carinho.— Ficam para o almoço?— Mamãe convida, mas eu preciso ir para casa.— Outro dia marcamos, preciso descansar um pouco e o Pedro tem uma audiência amanhã, precisa se preparar. — Respondo abraçando-a me despedindo.O trajeto até em casa é de pura festa, as crianças estão encantadas com os presentes que trouxemos, abrindo-os no carro mesmo.— Obrigada tio Pedro! — Eles agradecem com muita alegria na voz.Em casa, subimos com as crianças para o quarto e colocamos todos os presentes no lugar, descendo em se
Tavares deixa o escritório após algumas taças de vinho e eu já estou levemente entorpecida pelo álcool, me aproximo de Pedro ainda em clima de lua de mel e o beijo apaixonada. — Eu te amo! — Pedro fala baixinho em meu ouvido deslizando sua mão por minha cintura. — Prova, tranque a porta e me mostra o tamanho do seu amor por mim! — Provoco dando uma mordida sutil em sua orelha. — Seu desejo é uma ordem! — Ele responde se afastando e trancando a porta. Ainda parado ao lado do trinco, Pedro me olha com desejo e eu faço um sinal com a mão para que ele permaneça onde está. Pego meu telefone e coloco uma música dançante e sensual. Minhas mãos correm meu corpo em uma dança envolvente, guio Pedro até sua cadeira e o coloco sentado, danço em seu colo provocando-lhe os sentidos. Com sensualidade abro meu vestido deixando-o cair aos meus pés ficando apenas de lingerie e salto alto, caminho até a cadeira em frente sua mesa e apoio meus joelhos no assento, deslizando meu corpo com a mão, Ped
A vida tem seguido o curso natural, os dias são leves, mesmo com a burocracia brasileira para se abrir um negócio, nada tira o meu ânimo e o meu foco.Eu e o Pedro estamos muito felizes e apaixonados, vivendo o típico cenário clichê dos filmes e livros, onde os recém-casados curtem ao máximo todo o amor que estão sentindo.Tudo é festa e sexo, ou melhor, amor, tudo é movido pela magia da paixão e temperado no calor do desejo, uma combinação perfeita que nós faz arrepiar.A satisfação não é apenas minha, meus filhos e a minha mãe estão radiantes, eu também, afinal encontrei o amor, o companheirismo, a amizade e a proteção tudo numa única pessoa.Como em um combo de perfeição e boa sorte, a vida afetiva nunca esteve tão bem e a profissional tem decolado, em poucos dias inauguro a minha agência de viagens.— Como está a ansiedade? Estou com as emoções afloradas de tanto orgulho que estou de você! — Pedro fala bebericando um gole do seu café da manhã.— Muita, mas tô medicada! — Falo com
Eu e o Pedro conversamos sobre tudo que anda acontecendo, principalmente em relação a segurança das crianças, chegando à conclusão de que é melhor que fiquem no interior com a minha mãe, ao menos até que o Lucas se conforme com essa nova realidade.Como as crianças não estão em casa, dou folga aos funcionários, ficando apenas os seguranças, assim teremos a casa só para nós, consequentemente uma extensão da nossa lua de mel. Por que não unir o útil ao agradável, né?Amanhã é o coquetel de lançamento da minha agência de viagens, estou com a ansiedade nas alturas e para melhorar não há nada melhor que uma noite de amor.Encomendo sais de banho e flores, decoro eu mesma o quarto em uma explosão de sentimentos que invadiu o meu coração.Preparo uma massa ao molho bolonhesa, eu chamo de macarrão espaguete com extrato de tomate e carne moída, mas vamos deixar o ar chique e romântico dominar o momento, separo uma garrafa de vinho tinto suave, não sei se este combina, mas para mim só existem q
Extasiada de emoção, começo a me preparar para o meu grande dia, que aliás, iniciou muito bem. Pedro coloca um terno finíssimo, sapatos elegantes e eu o acompanho no padrão.— Espere! — Ele fala quando começo a colocar os acessórios.— Não gosta desse? — Pergunto sem jeito devolvendo a peça para a caixinha de veludo na penteadeira.— Este é lindo, mas minha mãe te mandou este em homenagem a este grande dia, meu pai dei-lhe de presente quando ela abriu sua primeira loja. — Pedro anuncia exibindo um porta jóias aveludado.As peças em minha frente são extremamente lindas, ornadas em ouro branco e pedras azuis, designer único, além do preço que deve ser absurdo, o valor sentimental torna esse kit ainda mais especial.— Não posso aceitar, olha isso, são lindas! — Digo realmente admirada — E caras, não posso!— Já tivemos essa conversa, mamãe não vai aceitar uma desfeita dessas com bons olhos! — Ele fala me puxando com delicadeza para perto dele e virando-me para por o cordão em meu pescoço
Minha visão esta turva, em um estalar de dedos o mundo se encolheu ao desespero que sinto. Grito em alto, aflita e desorientada, o timbre faz com que o Lucas levante a cabeça assustado.Nunca senti tanto ódio dele como nesse momento, tudo o que ele me fez no passado não se compara a dor de ver o Pedro envolto a uma poça de sangue.Em um lapso de coragem, corro até a arma que está caída próximo ao Pedro, fixo meu olhar no Lucas com ódio nos olhos, um filme corre em meus pensamentos, relembro o quanto ele me infernizou todos esses anos.Ao ver que não estou brincando, Lucas se levanta e começa a dar passos para trás sem tirar sua atenção de mim, aponto a arma em sua direção decidida a acabar de uma vez por todas com todo esse sofrimento.— Thamires, não faça isso meu amor! — Pedro fala com dificuldade.Perco o foco no Lucas e volto toda a minha atenção para o Pedro que está tentando se levantar.— Fica quietinho você não pode se mexer. — Aconselho desesperada — Vou ligar para a emerg
Não penso duas vezes em descer pelas escadas, em meu peito o coração até erra as batidas de tanto pavor que estou sentindo, ainda que o ambiente seja climatizado, meu corpo transpira incessante.Tavares corre ao meu lado, ele não percebeu o que esta acontecendo, mas certamente está confinado no meu instinto.— Thamires! — Ele grita enquanto desce os degraus correndo.— Não tenho temp de explicar agora, só me acompanha! — Grito de volta, desço o mais rápido que consigo.Chegamos, a porta do elevador está aberta, as pessoas estão entrando e tento ver onde estão, mas não consigo, fracasso novamente.Com o corpo desacelerado, os nervos começam a tremer e uma fraqueza toma conta de todo o meu corpo me fazendo soar frio.— Deus, não tira de mim a única coisa boa da minha vida! — Suplico em voz alta com lágrimas descendo pelo rostoTento mover-me, correr em alguma direção ou mesmo falar algo, mas permaneço estática, com o olhar perdido no nada e a mente turva."Reage Thamires!” Grito interna
O tempo era de lua de mel, amor, paixão e muita alegria, mas transformou-se em dor, sofrimento, medo, angústia e traumas, incrível como mesmo após morto o Lucas ainda conseguiu atormentar-me.Oito meses de terapias, não só Lara mim como para o Pedro e as crianças, foram tantas as sequelas, além do físico, o emocional também foi dilacerado pela maldade.Meses que se tornaram infindáveis, praticamente moramos na clínica, não o bastante ainda vieram os problemas judiciais, um tempo difícil para todos.Por muitas vezes fraquejei, quis desistir de mim, desistir de tudo, da vida! Eu sou uma abençoada por Deus, meu marido ainda que debilitado me deu todo apoio que precisei, não só ele como tod sua família.O fardo é grande, mas aos poucos me recuperei, saber que o preço da minha liberdade foi a morte do Lucas deixou-me mal, contudo adaptei-me e aceitei, se alguém devia morrer para o outro viver, que fosse ele.Não era assim que eu desejava o futuro Lara o pai dos meus filhos, não era assim