O tempo era de lua de mel, amor, paixão e muita alegria, mas transformou-se em dor, sofrimento, medo, angústia e traumas, incrível como mesmo após morto o Lucas ainda conseguiu atormentar-me.Oito meses de terapias, não só Lara mim como para o Pedro e as crianças, foram tantas as sequelas, além do físico, o emocional também foi dilacerado pela maldade.Meses que se tornaram infindáveis, praticamente moramos na clínica, não o bastante ainda vieram os problemas judiciais, um tempo difícil para todos.Por muitas vezes fraquejei, quis desistir de mim, desistir de tudo, da vida! Eu sou uma abençoada por Deus, meu marido ainda que debilitado me deu todo apoio que precisei, não só ele como tod sua família.O fardo é grande, mas aos poucos me recuperei, saber que o preço da minha liberdade foi a morte do Lucas deixou-me mal, contudo adaptei-me e aceitei, se alguém devia morrer para o outro viver, que fosse ele.Não era assim que eu desejava o futuro Lara o pai dos meus filhos, não era assim
Os dias se tornaram leves, estamos voltando a rotina de antes, já não tenho medo de sair na rua e as crianças transitam normalmente na escola.Os planos seria retomar o trabalho normal, mas Pedro decidiu que merecemos uma segunda lua de mel para "recomeçar do jeito certo" — Sem destinos internacionais, pelo amor de Deus! — Suplico abraçando-o.— Que tal Foz do Iguaçu? — Ele sugere e me dá um "beijo de esquimó".— Perfeito! E quando vamos? — Pergunto olhando-o nos olhos.Como ele é a imprevisão em pessoa, marcamos a viagem para a manhã do dia seguinte, cinco dias de passeio para revigorar energia e realinhar nossas almas.O roteiro é incrível, passeamos por vários pontos turísticos e posso garantir que as trilhas só não me mataram porque estou em uma fase bem atlética da minha vida.Entre um perrengue de turista e outro, Pedro ria dos meus desarranjos, nos jantares me trata como uma verdadeira princesa e na cama me surpreende cada vez mais.Tal qual nossa primeira viagem, aproveitamo
Pedro pega o telefone na minha mão e relê o conteúdo da mensagem em voz alta para ter certeza do que estamos lendo.— Oi! Gostosa, tá de boa? Aqui é o seu safadinho querendo gozar! — Pedro fala e olha-me confuso. — Que isso Thamires? — Ele pergunta e eu olho perplexa.— Não faço ideia! Eu nunca vi esse número e nem dei liberdade para que alguém fale assim comigo. — Explico-me já entrando em pânico.Por uma fração de segundo esqueci que o Pedro é completamente diferente do Lucas, mas logo ele me abraçou beijando meu cabelo.Levantamos voo e eu não consegui descansar absolutamente nada, minha mente ficou girando em torno daquela mensagem infeliz, esse número é novo poucas pessoas o tem, onde pegaram? Qual a finalidade disso? Quem mandou? Quem está por trás disso? Abano esses pensamentos e me concentro no presente.Desembarcamos e seguimos direto para casa, estamos morrendo de saudades das crianças, ela também devem estar ansiosas com o nosso retorno.Em casa corremos para um grande abra
Terminamos de jantar e eu coloco as crianças para dormir, corro até o escritório onde o Pedro já está me aguardando, suspiro ao vê-lo sentado com o PC aberto.— E então, o que há de tão misterioso que você saiu daquela forma? — Pergunto me juntando a ele de fronte a tela.— Fui falar com o Tavares, ele tem um amigo que cruza os dados para chegar a origem da chamada, ele ficou de passar as coordenadas por volta das 21:00h. — Pedro explica e eu fico ainda mais ansiosa.— Ele vai ligar? — Pergunto ainda confusa.— Não, ele vai compartilhar a tela comigo e então poderemos ver a origem desses contatos. — Ele explica e eu concentro-me.— Ótimo! — Afirmo e Pedro coloca-me sentada no seu colo.Olho o horário no canto inferior da tela e ainda falta algum tempo até o horário marcado, estou muito ansiosa e preciso canalizar essa energia antes que ela comece a fazer-me mal.Brinco num rebolado nas pernas do Pedro que corresponde colocando as mãos na minha cintura e encaixando-me no seu colo de fo
Entro em estado de choque, Pedro está transtornado e profere ameaças ao vento, ele nem sequer notou que estou acordada observando o que está se passando, as lágrimas molham o meu rosto e eu fico em posição fetal por alguns minutos.— Meu amor, você está acordada? Te assustei? — Pedro pergunta após alguns minutos — Perdoa-me! — Ele diz me puxando para o seu colo.Balanço a cabeça em silêncio e aconchego-me nos seus braços, por mais que eu tente não consigo falar nada. Ficamos assim até que eu finalmente acalmo e podemos conversar.— Está tudo bem, já passou! — Afirmo me ajeitando para dormir novamente.— Você está bem mesmo? Eu não quis assustar-te, eu sei que você não tem culpa, mas esse povo está ultrapassando limites e eu não tenho sangue de barata. — Ele explica com carinho.Por sorte o sono abraça-me de tal forma que nem vejo o restante da noite passar, descemos eu e o Pedro para tomar café, crianças já estão a mesa prontas para irem para a escola.— Querida, vou atender uma ligaç
Samantha se aproxima gargalhando, para na minha frente e abre uma folha de papel que traz nas suas mãos.— Late, pode latir a vontade! — Ela diz ironicamente e anda de um lado a outro.— O que você quer? O que eu lhe fiz para você me odiar tanto? — Pergunto sem forças.— Sabe, eu sempre quis acabar com você simplesmente por sua existência, mas o Lucas nunca permitiu afinal era "a mãe dos meus filhos", isso irritava-me de uma forma inimaginável. — Ouço atentamente e ela para me encarando nos olhos. — E veja só, defendeu-te tanto e nem preciso dizer quem o matou! — Ela grita estérica.— Isso não é verdade! — Respondo assustada e sinto a lágrima quente aquecer a minha bochecha.Outra vez Samantha abre o papel, batendo o em sua mão e me olha com maldade, um calafrio percorreu o meu corpo, porém mantenho os meus olhos fixos nos dela.— Vamos deixar essas lamentações para outra ocasião, tá vendo isso aqui? — Ela pergunta apontando o papel e eu aceno positivamente. — Isso aqui é um cronogram
O desespero toma conta de mim, corro sem parar, olho rapidamente para trás e vejo Jaddy se aproximar, tento acelerar, contudo, minhas pernas ameaçam falhar o passo.— Eu vou te matar sua piranha! — Ela fala e desfere um golpe com a faca contra as minhas costas.Senti um formigamento e tentei não parar de correr, estou cansada e uma sede infinita está me consumindo, olho de relance e a mocreia parou de corre, a faca ainda está fixa no meu corpo.Avisto um carro e corro na direção dele, me jogo na sua frente o forçando a parar, uma mulher está dirigindo, bato nos vidros e peço por ajuda, mas ela recusa-se e sai em alta velocidade. Não vejo mais as três malucas vindo atrás de mim, torço para terem desistido de vir atrás de mim, agora que parei de correr e o sangue está esfriando as dores estão mais intensas. — Encontra-me, Pedro! — Sussurro enquanto coloco a mão na faca cravada nas minhas costas.Respiro algumas vezes e puxo a faca de uma vez, nunca senti uma dor tão intensa como essa
PedroSaio do escritório, o meu telefone registra inúmeras chamadas da Thamires, retorno e vai direto para a caixa postal, atravesso a rua e vou direto para a sua sala.— A Thamires está ocupada? — Pergunto e a secretária me olha assustada.— Ela saiu já tem um tempo, disse que estava indo embora. — Ela avisa-me e eu saio apressado sem dizer nada mais.Apresso o meu passo e sou interrompido pelo rapaz que vende água aqui na calçada, ele traz um semblante preocupado e a voz tensa.— Seu Pedro, seu Pedro! — Ele grita correndo até mim. — A sua esposa foi levada a poucos minutos por um carro, eu acabei de vir do seu escritório.O meu mundo desaba em baixo dos meus pés, um milhão de pensamentos atormentam a minha mente, olho para o rapaz que ainda está parado e pergunto qual era o carro, descrição e afins, de posse das informações agradeço e saio.— Tavares, onde eu posso encontrar a Samantha? — Pergunto na ligação, a minha voz é puro desespero.— Eu não sei, aquela maluca está sumida faz