Os dias se tornaram leves, estamos voltando a rotina de antes, já não tenho medo de sair na rua e as crianças transitam normalmente na escola.Os planos seria retomar o trabalho normal, mas Pedro decidiu que merecemos uma segunda lua de mel para "recomeçar do jeito certo" — Sem destinos internacionais, pelo amor de Deus! — Suplico abraçando-o.— Que tal Foz do Iguaçu? — Ele sugere e me dá um "beijo de esquimó".— Perfeito! E quando vamos? — Pergunto olhando-o nos olhos.Como ele é a imprevisão em pessoa, marcamos a viagem para a manhã do dia seguinte, cinco dias de passeio para revigorar energia e realinhar nossas almas.O roteiro é incrível, passeamos por vários pontos turísticos e posso garantir que as trilhas só não me mataram porque estou em uma fase bem atlética da minha vida.Entre um perrengue de turista e outro, Pedro ria dos meus desarranjos, nos jantares me trata como uma verdadeira princesa e na cama me surpreende cada vez mais.Tal qual nossa primeira viagem, aproveitamo
Pedro pega o telefone na minha mão e relê o conteúdo da mensagem em voz alta para ter certeza do que estamos lendo.— Oi! Gostosa, tá de boa? Aqui é o seu safadinho querendo gozar! — Pedro fala e olha-me confuso. — Que isso Thamires? — Ele pergunta e eu olho perplexa.— Não faço ideia! Eu nunca vi esse número e nem dei liberdade para que alguém fale assim comigo. — Explico-me já entrando em pânico.Por uma fração de segundo esqueci que o Pedro é completamente diferente do Lucas, mas logo ele me abraçou beijando meu cabelo.Levantamos voo e eu não consegui descansar absolutamente nada, minha mente ficou girando em torno daquela mensagem infeliz, esse número é novo poucas pessoas o tem, onde pegaram? Qual a finalidade disso? Quem mandou? Quem está por trás disso? Abano esses pensamentos e me concentro no presente.Desembarcamos e seguimos direto para casa, estamos morrendo de saudades das crianças, ela também devem estar ansiosas com o nosso retorno.Em casa corremos para um grande abra
Terminamos de jantar e eu coloco as crianças para dormir, corro até o escritório onde o Pedro já está me aguardando, suspiro ao vê-lo sentado com o PC aberto.— E então, o que há de tão misterioso que você saiu daquela forma? — Pergunto me juntando a ele de fronte a tela.— Fui falar com o Tavares, ele tem um amigo que cruza os dados para chegar a origem da chamada, ele ficou de passar as coordenadas por volta das 21:00h. — Pedro explica e eu fico ainda mais ansiosa.— Ele vai ligar? — Pergunto ainda confusa.— Não, ele vai compartilhar a tela comigo e então poderemos ver a origem desses contatos. — Ele explica e eu concentro-me.— Ótimo! — Afirmo e Pedro coloca-me sentada no seu colo.Olho o horário no canto inferior da tela e ainda falta algum tempo até o horário marcado, estou muito ansiosa e preciso canalizar essa energia antes que ela comece a fazer-me mal.Brinco num rebolado nas pernas do Pedro que corresponde colocando as mãos na minha cintura e encaixando-me no seu colo de fo
Entro em estado de choque, Pedro está transtornado e profere ameaças ao vento, ele nem sequer notou que estou acordada observando o que está se passando, as lágrimas molham o meu rosto e eu fico em posição fetal por alguns minutos.— Meu amor, você está acordada? Te assustei? — Pedro pergunta após alguns minutos — Perdoa-me! — Ele diz me puxando para o seu colo.Balanço a cabeça em silêncio e aconchego-me nos seus braços, por mais que eu tente não consigo falar nada. Ficamos assim até que eu finalmente acalmo e podemos conversar.— Está tudo bem, já passou! — Afirmo me ajeitando para dormir novamente.— Você está bem mesmo? Eu não quis assustar-te, eu sei que você não tem culpa, mas esse povo está ultrapassando limites e eu não tenho sangue de barata. — Ele explica com carinho.Por sorte o sono abraça-me de tal forma que nem vejo o restante da noite passar, descemos eu e o Pedro para tomar café, crianças já estão a mesa prontas para irem para a escola.— Querida, vou atender uma ligaç
Samantha se aproxima gargalhando, para na minha frente e abre uma folha de papel que traz nas suas mãos.— Late, pode latir a vontade! — Ela diz ironicamente e anda de um lado a outro.— O que você quer? O que eu lhe fiz para você me odiar tanto? — Pergunto sem forças.— Sabe, eu sempre quis acabar com você simplesmente por sua existência, mas o Lucas nunca permitiu afinal era "a mãe dos meus filhos", isso irritava-me de uma forma inimaginável. — Ouço atentamente e ela para me encarando nos olhos. — E veja só, defendeu-te tanto e nem preciso dizer quem o matou! — Ela grita estérica.— Isso não é verdade! — Respondo assustada e sinto a lágrima quente aquecer a minha bochecha.Outra vez Samantha abre o papel, batendo o em sua mão e me olha com maldade, um calafrio percorreu o meu corpo, porém mantenho os meus olhos fixos nos dela.— Vamos deixar essas lamentações para outra ocasião, tá vendo isso aqui? — Ela pergunta apontando o papel e eu aceno positivamente. — Isso aqui é um cronogram
O desespero toma conta de mim, corro sem parar, olho rapidamente para trás e vejo Jaddy se aproximar, tento acelerar, contudo, minhas pernas ameaçam falhar o passo.— Eu vou te matar sua piranha! — Ela fala e desfere um golpe com a faca contra as minhas costas.Senti um formigamento e tentei não parar de correr, estou cansada e uma sede infinita está me consumindo, olho de relance e a mocreia parou de corre, a faca ainda está fixa no meu corpo.Avisto um carro e corro na direção dele, me jogo na sua frente o forçando a parar, uma mulher está dirigindo, bato nos vidros e peço por ajuda, mas ela recusa-se e sai em alta velocidade. Não vejo mais as três malucas vindo atrás de mim, torço para terem desistido de vir atrás de mim, agora que parei de correr e o sangue está esfriando as dores estão mais intensas. — Encontra-me, Pedro! — Sussurro enquanto coloco a mão na faca cravada nas minhas costas.Respiro algumas vezes e puxo a faca de uma vez, nunca senti uma dor tão intensa como essa
PedroSaio do escritório, o meu telefone registra inúmeras chamadas da Thamires, retorno e vai direto para a caixa postal, atravesso a rua e vou direto para a sua sala.— A Thamires está ocupada? — Pergunto e a secretária me olha assustada.— Ela saiu já tem um tempo, disse que estava indo embora. — Ela avisa-me e eu saio apressado sem dizer nada mais.Apresso o meu passo e sou interrompido pelo rapaz que vende água aqui na calçada, ele traz um semblante preocupado e a voz tensa.— Seu Pedro, seu Pedro! — Ele grita correndo até mim. — A sua esposa foi levada a poucos minutos por um carro, eu acabei de vir do seu escritório.O meu mundo desaba em baixo dos meus pés, um milhão de pensamentos atormentam a minha mente, olho para o rapaz que ainda está parado e pergunto qual era o carro, descrição e afins, de posse das informações agradeço e saio.— Tavares, onde eu posso encontrar a Samantha? — Pergunto na ligação, a minha voz é puro desespero.— Eu não sei, aquela maluca está sumida faz
Me perco por alguns segundos, olho confuso para a mulher parada na minha frente, nunca a vi antes, como ela sabe o meu endereço e o meu nome? Ou melhor, como ela passou pelos seguranças? Por que ninguém a anunciou?— Sim, sou eu! Você quem é? — Pergunto resignado.— Amélia, sou psicóloga do hospital municipal e... — Ela começa a se apresentar e sem pensar duas vezes a interrompi e a convido para entrar.Sigo até o escritório e peço que ela se sente, sirvo uma água conforme ela pediu e observo cada gesto, já tive prova suficiente de que não devo confiar em qualquer pessoa, espero que não seja mais um aproveitador.Quando anunciamos sobre a recompensa para quem tivesse informações sobre o paradeiro de Thamires, mesmo que fosse apenas o corpo, o que mais apareceu foram pessoas ruins querendo tirar vantagem, suspendi todas as notícias e publicidade sobre a recompensa, contratei uma equipe para buscar o corpo e infelizmente ainda não encontramos.— Aqui podemos conversar melhor, Amélia. —