Terminamos de jantar e eu coloco as crianças para dormir, corro até o escritório onde o Pedro já está me aguardando, suspiro ao vê-lo sentado com o PC aberto.— E então, o que há de tão misterioso que você saiu daquela forma? — Pergunto me juntando a ele de fronte a tela.— Fui falar com o Tavares, ele tem um amigo que cruza os dados para chegar a origem da chamada, ele ficou de passar as coordenadas por volta das 21:00h. — Pedro explica e eu fico ainda mais ansiosa.— Ele vai ligar? — Pergunto ainda confusa.— Não, ele vai compartilhar a tela comigo e então poderemos ver a origem desses contatos. — Ele explica e eu concentro-me.— Ótimo! — Afirmo e Pedro coloca-me sentada no seu colo.Olho o horário no canto inferior da tela e ainda falta algum tempo até o horário marcado, estou muito ansiosa e preciso canalizar essa energia antes que ela comece a fazer-me mal.Brinco num rebolado nas pernas do Pedro que corresponde colocando as mãos na minha cintura e encaixando-me no seu colo de fo
Entro em estado de choque, Pedro está transtornado e profere ameaças ao vento, ele nem sequer notou que estou acordada observando o que está se passando, as lágrimas molham o meu rosto e eu fico em posição fetal por alguns minutos.— Meu amor, você está acordada? Te assustei? — Pedro pergunta após alguns minutos — Perdoa-me! — Ele diz me puxando para o seu colo.Balanço a cabeça em silêncio e aconchego-me nos seus braços, por mais que eu tente não consigo falar nada. Ficamos assim até que eu finalmente acalmo e podemos conversar.— Está tudo bem, já passou! — Afirmo me ajeitando para dormir novamente.— Você está bem mesmo? Eu não quis assustar-te, eu sei que você não tem culpa, mas esse povo está ultrapassando limites e eu não tenho sangue de barata. — Ele explica com carinho.Por sorte o sono abraça-me de tal forma que nem vejo o restante da noite passar, descemos eu e o Pedro para tomar café, crianças já estão a mesa prontas para irem para a escola.— Querida, vou atender uma ligaç
Samantha se aproxima gargalhando, para na minha frente e abre uma folha de papel que traz nas suas mãos.— Late, pode latir a vontade! — Ela diz ironicamente e anda de um lado a outro.— O que você quer? O que eu lhe fiz para você me odiar tanto? — Pergunto sem forças.— Sabe, eu sempre quis acabar com você simplesmente por sua existência, mas o Lucas nunca permitiu afinal era "a mãe dos meus filhos", isso irritava-me de uma forma inimaginável. — Ouço atentamente e ela para me encarando nos olhos. — E veja só, defendeu-te tanto e nem preciso dizer quem o matou! — Ela grita estérica.— Isso não é verdade! — Respondo assustada e sinto a lágrima quente aquecer a minha bochecha.Outra vez Samantha abre o papel, batendo o em sua mão e me olha com maldade, um calafrio percorreu o meu corpo, porém mantenho os meus olhos fixos nos dela.— Vamos deixar essas lamentações para outra ocasião, tá vendo isso aqui? — Ela pergunta apontando o papel e eu aceno positivamente. — Isso aqui é um cronogram
O desespero toma conta de mim, corro sem parar, olho rapidamente para trás e vejo Jaddy se aproximar, tento acelerar, contudo, minhas pernas ameaçam falhar o passo.— Eu vou te matar sua piranha! — Ela fala e desfere um golpe com a faca contra as minhas costas.Senti um formigamento e tentei não parar de correr, estou cansada e uma sede infinita está me consumindo, olho de relance e a mocreia parou de corre, a faca ainda está fixa no meu corpo.Avisto um carro e corro na direção dele, me jogo na sua frente o forçando a parar, uma mulher está dirigindo, bato nos vidros e peço por ajuda, mas ela recusa-se e sai em alta velocidade. Não vejo mais as três malucas vindo atrás de mim, torço para terem desistido de vir atrás de mim, agora que parei de correr e o sangue está esfriando as dores estão mais intensas. — Encontra-me, Pedro! — Sussurro enquanto coloco a mão na faca cravada nas minhas costas.Respiro algumas vezes e puxo a faca de uma vez, nunca senti uma dor tão intensa como essa
PedroSaio do escritório, o meu telefone registra inúmeras chamadas da Thamires, retorno e vai direto para a caixa postal, atravesso a rua e vou direto para a sua sala.— A Thamires está ocupada? — Pergunto e a secretária me olha assustada.— Ela saiu já tem um tempo, disse que estava indo embora. — Ela avisa-me e eu saio apressado sem dizer nada mais.Apresso o meu passo e sou interrompido pelo rapaz que vende água aqui na calçada, ele traz um semblante preocupado e a voz tensa.— Seu Pedro, seu Pedro! — Ele grita correndo até mim. — A sua esposa foi levada a poucos minutos por um carro, eu acabei de vir do seu escritório.O meu mundo desaba em baixo dos meus pés, um milhão de pensamentos atormentam a minha mente, olho para o rapaz que ainda está parado e pergunto qual era o carro, descrição e afins, de posse das informações agradeço e saio.— Tavares, onde eu posso encontrar a Samantha? — Pergunto na ligação, a minha voz é puro desespero.— Eu não sei, aquela maluca está sumida faz
Me perco por alguns segundos, olho confuso para a mulher parada na minha frente, nunca a vi antes, como ela sabe o meu endereço e o meu nome? Ou melhor, como ela passou pelos seguranças? Por que ninguém a anunciou?— Sim, sou eu! Você quem é? — Pergunto resignado.— Amélia, sou psicóloga do hospital municipal e... — Ela começa a se apresentar e sem pensar duas vezes a interrompi e a convido para entrar.Sigo até o escritório e peço que ela se sente, sirvo uma água conforme ela pediu e observo cada gesto, já tive prova suficiente de que não devo confiar em qualquer pessoa, espero que não seja mais um aproveitador.Quando anunciamos sobre a recompensa para quem tivesse informações sobre o paradeiro de Thamires, mesmo que fosse apenas o corpo, o que mais apareceu foram pessoas ruins querendo tirar vantagem, suspendi todas as notícias e publicidade sobre a recompensa, contratei uma equipe para buscar o corpo e infelizmente ainda não encontramos.— Aqui podemos conversar melhor, Amélia. —
Thamires,Abrir os olhos e ver a minha mãe e o meu marido parados ao meu lado foi a melhor sensação que eu tive nas últimas semanas. Observo o Pedro, continua lindo, mas está magro e abatido.Quero saber de tudo, por que demoraram tanto para vir, o que aconteceu com as criminosas que tentaram matar-me e o principal, quando vou para casa.Pedro como sempre é um amor comigo e faz de tudo para me ver bem, falou das crianças, da minha empresa e do escritório.— Assim que o médico te liberar para viagens, nós vamos para a Disney, precisamos de férias em família. — Sorrio e confirmo num gesto.Estou tentando falar alguma palavra, mas não sai, isso está me incomodando, o fantasma do que me aconteceu está me perseguindo, preciso reagir a isso urgente.Não sei precisar quanto tempo nos deixaram a sós, mas foi o suficiente para acalentar os nossos corações. O médico chega e pede para conversar com o Pedro e a minha mãe fora do quarto.— Obrigada! — Falo a Amélia que sorri feliz com o meu avanço
Ultrapassei os meus próprios limites e recai nas dores do trauma, mas o Pedro está cuidando de mim, mesmo que eu queira ele já avisou que não vai falar desse assunto, eu entendo sua preocupação duas semanas atrás eu entrei em choque só de começarmos, mas eu preciso para tirar esse peso do meu coração.Procuro por reportagens, mas Pedro cuidou para que nada disso se tornasse um escândalo e deixasse as crianças ainda mais expostas, uma decisão dele em comunhão com minha mãe, o único problema disso é que eu demorei a ser localizada, mas esta tudo bem agora e isso é o que importa.— Amor, eu preciso saber como elas estão! O que estão fazendo? — Peço com lágrimas nos olhos.— Olha Thamires, eu não quero falar disso, eu me senti um fracassado quando você sumiu, não adiantou seguranças, dinheiro, status. Nada foi suficiente para impedir que o pior lhe acontecesse, eu não quero falar disso para não te ver mal, mas já que é algo importante pra você, vou falar. As três forma presas no mesmo di