SEDUCTION: Mortal passion
SEDUCTION: Mortal passion
Por: Isabella Felix
CAPÍTULO 1

ITÁLIA, SICILIA

10:13AM

DARLA VALENTINE

Desço os vidros da janela, sentindo o vento gelado bater em meu rosto enquanto percorro o olhar pela estrada. Ao virar meu rosto, encontro o olhar de meu irmão que por um segundo desvia da estrada para sorrir para mim de forma acolhedora.

— Não fique com está cara, eu volto em um mês.

— Sei que eu deveria estar acostumada com a sua ausência constante, você passou maior parte da minha vida me vendo três vezes no ano...só que agora...você sabe, eu não tenho mais ninguém. Então um mês longe de você é difícil de aguentar.

Ele puxa o ar e concorda com a cabeça. Sei que a morte dos nossos pais é um assunto delicado para ele, também é para mim, ainda mais por ser algo tão recente, porém não é algo que eu possa fugir de mencionar.

— Eu prometo que vou ligar todos os dias, mesmo que seja rápido. Estou te deixando em boas mãos...vai ficar tudo bem e quando se der conta, já estarei de volta.

— Eu preferia ficar em casa...- olho para a janela novamente.

— Eu sei, mas não me parece seguro e eu não ficaria em paz. Damian vai cuidar bem de você...

— E quem garante?

— Eu. Confio nele, e também confio na minha capacidade de matar ele se descumprir a promessa que me fez. Ele é meu melhor amigo, durante a vida toda...só tenho ele e você neste mundo para confiar. Não seja implicante. Não se lembra mesmo dele?

— Eu tinha só três anos quando vocês foram embora para estudar na Alemanha, como eu poderia lembrar?! - Balanço a cabeça, apoiando o queixo na mão.

— Tem razão. - ri. — Nem todos tem uma memória tão boa quanto a minha...

— Ele voltou há quanto tempo?

— Três semanas. E agora que eu sou o Don, ele vai ser o capô...mesmo que ele adorasse a Alemanha, não poderia continuar lá. O dever o chama...assim como me chamou.

— A tragédia te chamou até aqui. - Respondo de forma triste. É difícil para mim aceitar a morte dos meus pais, eles se foram muito cedo, não me viram entrar na faculdade, me formar, casar, ter filhos...

E nem Gianluca.

— As coisas são como são..- ele freia o carro no sinal vermelho e volta a me encarar. — O teria visto se tivesse saído do quarto nos últimos dias...ele foi na nossa casa duas vezes.

Dou de ombros.

— Espero que ele não seja controlador como você...

— Ele vai ter que ser bem pior, estou deixando a minha maior jóia com ele, a única coisa que eu tenho, ou ele cuida como se fosse a vida dele, ou perde a vida. - Diz ameaçador e eu abro um sorriso pequeno.

O cuidado dele comigo é excessivo mas, me faz sentir amada e importante, então não reclamo, mesmo que as vezes eu queira pular a janela. Eu sei que ele só quer o melhor para mim, que faria tudo por mim...e vai fazer tudo que nossos pais não puderam.

— Pede para ele me deixar sair ao menos algumas vezes na semana, nem que seja com os seguranças. - suspiro. — Eu estou de férias...ninguém merece ficar trancada em um quarto na casa de um estranho. Isso poderia ser chamado de cárcere privado.

— Tudo bem, vou falar com ele.

— Obrigada...você é o melhor irmão do mundo.- Solto meu sinto para me inclinar no banco e dar um beijo em seu rosto. — Eu te amo.

— Eu também te amo, Darla...- ele segura minha mão entre as suas com carinho enquanto me olha nos olhos ao exibir um sorriso genuíno. É difícil fazer GianLucca sorrir, e ter este poder me faz sentir orgulhosa.

[...]

Eu abro a porta de trás, arrumando minha necessaire e a mala de alças em meu ombro enquanto meu irmão fica na porta da mansão, falando com seu amigo. Ele com certeza deve estar me colocando centenas de restrições e fazendo ameaças a Damian.

Caminho pela trilha de pedras no meio do jardim que fazem um caminho até a entrada da casa por cima de uma pequena ponte onde um lago artificial corre em baixo. Não consigo ver a parte de dentro porque o altura de GianLucca tampa completamente minha visão, então ficando pendendo para os lados, em busca de ter alguma vista.

— Darla...este é Damian, Damian, minha irmã Darla...- nos apresentam, antes de dar um passo para o lado, liberando a minha vista  apresento. — Como não se lembram um do outro...

— Oi...- ergo o olhar da bolsa que pesava em meu ombro,  encontrando com os olhos azuis piscina do loiro, e no mesmo momento sinto meu corpo amolecer, um sorriso tentando brotar na lateral dos meus lábios que começa a ir e voltar, até se tornar completo.

— Muito prazer, Darla. - Digo indo até ela, sentindo um choque assim que encostamos nossas mãos mas o ignoro beijando as costas dela.

— O prazer é todo meu...- carrego demais a frase, me fazendo ficar corada, a pele de minhas bochechas ardendo assim como meu coração que golpeia meu peito com toda sua força.

Damian é tão alto quanto meu irmão, seus cabelos são dourados, algo que me questiono se são loiros ou ruivos, seu rosto coberto por uma pele macia é pontilhado por algumas sardas e seu queixo coberto por uma barba não muito grossa. Os lábios são pequenos e bem contornados, a carne rosada. Cílios longos da mesma cor que seus cabelos que ficam acima dos olhos mais lindo que já vi, translúcidos como uma lagoa.

Puxo o ar, mexendo os ombros até os deixar rígidos.

— Como eu dizia, se Darla der trabalho pode me avisar...- Volto a ouvir meu irmão dizer.

— Eu não sou uma criança, não se preocupe. Ele nem vai notar que estou aqui...- Deixo minha voz o mais suave possível sem tirar os olhos de Damian, que desde que me viu, não desviaram de mim por um só segundo. Ele está tão calado e pensativo quanto eu, analisando cada milímetro do meu rosto.

— Isso é impossível... - A voz rouca e grossa me faz arrepiar, ele é tão másculo, e imponente apenas estando assim, parado e calmo. —  E ela não vai dar trabalho, ela parece uma boa menina.

Vou ser mesmo...uma ótima menina.

— Nem sempre, ela gosta de dar algumas escapadas. Então sempre verifique se ela não fugiu pela madrugada...- Gian Lucca diz olhando para mim com suas mãos no bolso e eu deixo os ombros caírem.

Só fiz isso duas ou três vezes, quando tinha quinze anos, e isso foi dois anos atrás. Ele nunca superou...

Cerro os dentes, o fuzilando com o olhar.

A última coisa que eu quero é que Damian pense coisas erradas de mim.

— Veremos... - Damian diz carregado, dando uma leve inclinada na cabeça ao olhar para meu irmão pela primeira vez  para ele pela primeira vez. — Ja pode ir...

— Se comporte, e sempre me atenda. - aviso a olhando e beijando sua mão a qual seguro com carinho. — Qualquer problema pode me contar, mas tenho certeza que damian a ajudará no que precisar.

— Obrigada...eu te amo. Se cuide e tenha uma boa viagem. - beijo seu rosto e dou um breve abraço.— Eu te amo.

— Eu também te amo. - esfrega minhas costas e se separa, olhando para Damian. — Cuide dela como se fosse sua, como se sua vida dependesse disso, porque depende. - avisa de forma ameaçadora, o dando dois t***s nas costas em despedida ante de sair, e deixar-nos a sós no hall de entrada.

— Como se fosse minha... - Murmura mais para si do que para mim, suspirando enquanto me encara. — Então, Darla? Está com quantos anos mesmo? - Começamos a andar pelo hall, em direção ao que acredito sem a sala de estar principal, agora ele está bem mais próximo de mim. Não o suficiente, acho que nunca estará ao suficiente.

— Dezessete, faço dezoito em alguns meses.

— Muito jovem. - Fala baixo, novamente mais  para si do que para mim, e isso me causa um aperto no coração. Não quero que nossa diferença de idade seja impedindo, não vou deixar que seja. — Então quer dizer que gosta de fugir a noite?...- Parados no meio da sala de estar, ele começa a me rodear enquanto me enche de perguntas. — Para quê? Para ver seu namorado?

— Ah, não...- me encolho sorrindo sem mostrar os dentes, sem tirar o olhar dele enquanto me rodeia, olhando-o a minha frente e instantes depois por cima de meus ombros.— Eu não tenho um namorado.

Eu sou livre e intocada, livre e intocada para você, Damian.

— Que bom porque aqui existem regras rígidas. - Para atrás de mim, fazendo sua voz me atingir por trás e arrepiar os pelos da minha nuca, mesmo que ele não esteja tão próximo do meu corpo. — E quem não as cumpre é punido. - Sinto meu corpo incendiar ao ouvir sua aproximação por passos no piso de madeira, e logo sua presença está bem atrás de mim, os lábios perto de meu ouvido, sussurrando. — E você não vai querer ser punida por mim...

— Por que faria isso? - Fecho os olhos por um momento, apreciando a deliciosa sensação de sua proximidade, de seu cheiro masculino adocicado, como avelãs e baunilha, e sua voz rouca. — Eu me comporto muito bem, sou uma garota exemplar.

— Que ótimo... Gosto de boas garotas. Ouço ele puxar o ar com força próximo ao meu pescoço, aspirando minha fragrância. — Se quiser receber visitas me avise antes, não gosto de estranhos na minha casa.

— Tudo bem, eu aviso, mas dificilmente vai acontecer. Eu não tenho ninguém para me visitar. - suspiro e tomo a iniciativa de me virar, voltando a ficar de frente a ele. — Meu irmão é muito protetor e rígido, então eu não tenho amigos homens e minhas amigas têm datas e horários as quais posso vê-las com a permissão dele. E não acho adequado trazer estranhos aqui, já que minha estadia aqui é um favor...

— Espero que saiba ser grata... - Dois passos a frente, quebrando o espaço que havia se tornado entre nós.—  Bem vinda, Darla.

— Obrigada, Damian. Eu vou ser a pessoa mais grata do mundo por me acolher aqui...- sorrio olhando em seus olhos e quase posso me afogar na profundidade deles. Mesmo sendo tão cristalinas, parecendo tão rasos, se afundar nessas águas é obviamente muito profundo. E eu quero ir até o fim, mesmo que a pressão me sufoque.

— Agora suba. - Ordena duro e autoritário, causando algo desconhecido no meio de minhas pernas, aperto as coxas uma na outra Imediatamente. — Seu quarto já está pronto, suas malas chegam lá em poucos minutos. A minha governanta vai te mostrar o caminho..

— Certo...- Concordo com a cabeça. — A porta vai estar trancada porque eu estarei no banho...então pode mandar ela deixar as malas na minha porta. - Me afasto  lentamente e antes de estar completamente virada posso ver por cima dos meus ombros que sua mente o levou a uma cena proibida.

Eu sou obediente, sempre fui muito obediente por questões de sobrevivência.

Na máfia Von Valentine as mulheres sabem o lugar delas, e sabem o que fazer para ficarem vivas e seguras, o menos machucadas possíveis. Aqui, como em boa parte do planeta, o mundo é dos homens...e não nos resta nada além de acatar. Lutar pelos direitos não é uma opção, poucas tentaram...e tiveram o pior fim que um ser humano seria capaz de imaginar. Eu, Darla, prefiro jogar o jogo do diabo e vencer de acordo as regras...

Eu quero Damian, e pude ver nos olhos dele que me queria mais ainda, e eu não jogo para perder mesmo que esteja em desvantagem na posição do tabuleiro. Ele será meu...e eu serei completamente dele. 

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