— Ai, meu Deus! — Deixei escapar entre um gemido e outro. Ele subiu o olhar perverso na minha direção e sorriu, depois, sacana como era, me lambeu com mais lentidão, esfregando sua língua na minha boceta. Eu não devia chamar por Deus naquele momento, mas céus, isso era tão bom! Quando parou de me chupar, Leonard subiu beijando todo o meu corpo. Apertou meus peitos com as duas mãos e abocanhou um deles com fúria; chupou e enfiou o máximo que podia para dentro da boca, me marcando com seus dentes. Nem mesmo meus mamilos duros e arrepiados foram poupados das suas mordidas. Ele agarrou minha nuca e puxou meus cabelos, me erguendo na cama. Me sentei na beirada e Leonard saiu dela, parando de pé na minha frente. Ele não precisou dizer uma só palavra. Seu olhar intercalando entre meu rosto e o seu pau, deixou subentendido. Não sabia como fazer aquilo, então deixei meus instintos me guiarem. Segurei seu pau com uma das mãos e aproximei a boca, fechando os olhos. — Olha pra mim! —
Capítulo cinco. Astryd Anghel. Os raios solares estavam fortes naquela manhã, frustrando os meus planos de terminar de ler o meu livro no banco de madeira em frente ao lago. Okay... Devo admitir que não foi somente pelo sol. A presença de Izevel era incômoda, ainda que não estivesse na sua forma humana. Seus olhos amarelos e raivosos estavam fixos em mim, ela não fez questão de disfarçar a sua presença no galho daquela árvore. Suspirei e me levantei, voltando para o castelo, mas o carro da polícia parado em frente à porta de entrada do hall fez meu coração acelerar. Por que a polícia está aqui? Diminuí meus passos quando o detetive Paul saiu de dentro do escritório com Leonard ao seu lado. — Bom dia, senhorita Anghel. — Cumprimentou Paul. — Bom dia, detetive. Posso ajudar? — Indaguei, tentando disfarçar a insegurança na minha voz. — Na verdade, acho que sim, senhorita. Estou investigando o desaparecimento de Seth Dimitri. Ele foi visto pela última vez no Clube Devil
Astryd Anghel. Flashback. Clube Deville, dias atrás. O sangue começou a jorrar do rosto de Seth e ele berrou alto. Tive medo de que alguém nos ouvisse e pedi para que ele se calasse, mas o idiota não me obedeceu. Senti-me extremamente furiosa por ele não me obedecer e desejei com todo o meu ser que sua voz sumisse para sempre. E então, ele se calou. Não por vontade própria, suponho. Seth abriu a boca para berrar, mas não saiu um único som da sua garganta. Em contrapartida, saía uma fumaça negra dos meus dedos. Como fiz isso? Engoli em seco e dei passos para trás, esbarrando nos meus próprios pés. Encostei na parede, olhando o sangue escorrer abundante dos cortes que fiz em Seth. Minhas mãos também estavam ensanguentadas. Apesar de não ouvir um único som sair dele, era capaz de ler seus lábios soltando os mais diversos xingamentos machistas que ele conhecia. Encarei os meus dedos sujos e soltei a faca no chão. Eu podia fazer magia, mas como? Eu queria acabar com aquilo, ma
Astryd Anghel. Pisquei algumas vezes, sentindo as pálpebras pesadas. Quando finalmente despertei, me assustei com a presença de Izevel. A mulher assustadora estava no canto da parede, com seus olhos amarelos fixos em mim. — Bom dia, bela adormecida. — Ela disse com deboche, desencostando da parede. Izevel caminhou para a luz, exibindo um sorriso de escárnio. — A garota está acordada! — Gritou estridente, sua voz ecoou por todo o castelo. Somente quando tentei me levantar, que me dei conta de que minhas mãos estavam algemadas e os meus tornozelos presos com correntes firmes na parede, impossibilitando minha fuga. Eu estava numa cela? Meu coração se acelerou quando consegui enxergar Leonard atrás das grades. Tentei ficar de pé, mas não consegui dar muitos passos para me aproximar dele. — O que significa isso? — Minha voz tremeu. Tive de segurar o choro preso na garganta. — Eu te avisei, Anghel. — Leonard quebrou o silêncio e atravessou as grades de ferro. — Isso não é just
Scorpius. Os portões do inferno eram protegidos por guardiões similares a Erubus, mas com olhos de fogo. Suas capas pretas cobriam da cabeça aos pés, e a única coisa visível, eram as espadas afiadas se cruzando na entrada. Pouco mais a frente, estava a mulher de vestido vermelho. Por cima das várias camadas de tecido, haviam crânios humanos, costurados como adereços. Seu rosto não tinha olhos ou boca, mas ainda era possível sentir quando estava em seu radar. O calor da sua presença também era intenso, como uma febre. A floresta sombria era a camada mais densa do inferno, a moradia dos príncipes e de Lucifer. Ele costumava ficar em seu trono no topo da escada sangrenta, cercado por demônios desfigurados cujos pés não tocavam o chão. O sangue que escorria abundante por ela pertencia aos condenados. Os poucos, que irritavam pessoalmente os príncipes, eram devorados até o esqueleto e jogados lá para agonizar pela eternidade, ou até que sua consciência evapore e a existência se torne
Romênia. 1920. Astryd entra no bar acompanhada de seu noivo, Seth Dimitri, encantada com o ambiente que a cerca. Seu vestido longo e branco, cheio de franjas e um decote elegante — que parece exagerado pelos seios fartos —, quase escondem a inocência que os olhos esverdeados transbordam. As luvas longas da cor do vestido e a tiara de joias na cabeça, entregam a riqueza herdada por gerações.A garota de cabelos negros segue seu noivo até uma das mesas do bar para assistir ao show da cantora da noite, a sensual e devassa, Eleanor. A apresentação é acompanhada por uma banda com alguns músicos, mesmo que ela seja a atração — e o prato — principal da maioria dos demônios e almas condenadas do bar.Eu sei que Astryd não costuma frequentar bares como esse. Daemonum não é um ambiente adequado para jovens garotas da alta sociedade, principalmente as noivas, que têm um futuro afortunado pela frente. A sua reputação intacta é quase tão preciosa quanto as joias que usa.Tenho a minha atenção pre
— Então... — Ela pigarra, limpando a garganta. — Que tipo de negócios você faz com o meu noivo? — É explícita sua tentativa de quebrar o clima que surge em meio ao silêncio quase erótico. Pude notar que fingia interesse na resposta.— Apenas contratos e coisas entediantes de homens. Você não quer realmente saber sobre isso, não é?! — Questiono sincero e ela concorda, rindo. Sua risada é agradável. — Tem razão, não me importo. — Admite e leva a taça até a boca, bebericando o seu martini. O olhar de Astryd não desgruda do meu em nenhum momento.— Você é realmente um duque? — Insiste.— É como diz o título, não é? — Respondo com indiferença e pego uma das taças que o garçom coloca na nossa frente.Astryd dá outra risadinha, agora parece desconfiada.— Qual é o seu castelo então, duque? — desafia.— Castelo de Dante. Gostaria de conhecê-lo, Anghel? — Oferto com segundas intenções. Talvez terceiras, quartas...— Talvez um dia. — Ela balança os ombros outra vez e leva a taça até a boca sem
Noto o choque em seu rosto quando nosso olhar se cruza. Não preciso invadir sua mente para saber que ele se pergunta o que eu faço ao lado de sua noiva e, claro, se contei para ela que o vi trepar com a cantora entre as cortinas.— Olha quem resolveu aparecer. — Astryd disse sem muita empolgação quando Seth se aproxima da mesa. Então ele intercala o olhar desconfiado entre a garota e eu. — O duque me fez companhia na sua ausência. — Explica, apontando para mim.— Muito gentil da sua parte. — Ele responde com incômodo aparente e cerra os dentes, evitando a todo custo o meu olhar.O mais irônico é que Seth não costuma evitar o meu olhar quando visita o meu castelo e participa das várias orgias para reprodução das energias infernais com os meus demônios. Via a luxúria transbordá-lo, constantemente aguardando que eu me juntasse também.— Darei um baile no meu castelo e adoraria a sua presença, senhorita Anghel. — Invento para a garota, segurando a mão de Astryd para me despedir. Eu poderia