Amanheceu e foram para a escola, o dia estava ensolarado. Marcelo não conseguiu dormir direito, teve vários pesadelos, inclusive com as garotas da noite passada. Lucas dormiu como uma pedra, dizia ele que não lembrava realmente de nada, só de ter seguido Marcelo ao campo no escuro e acordado lá depois, sentia por não poder ajudar o amigo. Marcelo não tomou o remédio, fez de propósito, há muito tempo queria ter a oportunidade de fugir das reações que ele proporciona, mas como sua mãe ficava olhando para ver se ele engolia, nunca teve a chance de não tomar. Era uma chance também de mostrar aos seus pais que talvez nem precisasse mais desse remédio como eles pensavam.
— Bom dia, meninas. Bom dia, oncinha. — Chegando no estádio avistou as meninas saindo do vestiá
Flávia seguia Amanda de volta para a festa, agora já perto de onde as outras amigas estavam ela precisava ficar sozinha para pensar sobre tudo que acabara de lhe acontecer.— Mandi, por favor, espere um pouco. — E puxou a amiga. — Você tem razão, não me sinto bem. Vou embora, tá bem?— Como assim? Não posso deixar você ir sozinha depois de me dizer que viu luzes e não está bem. — Amanda colocava a mão na testa de Flávia como para aferir sua temperatura.— E se eu prometer que pego o táxi e vou mandar mensagem de quinze minutos até chegar em casa? — fez um beicinho e um olhar que derreteu o coração da amiga.— Só porque estou com a Agnes e Sofia que desta vez não vou ficar com você, mas tem que prometer q
Por um instante Marcelo viu ao seu redor todos congelarem exatamente como estavam na quadra, nas arquibancadas e até onde se podia ver na estrada do ginásio. Não havia vozes, música, nenhum barulho sequer. Ele ficou perplexo por um momento, passou a mão diante dos olhos de L.M que o acompanhava e ele nem piscou.— Isso incomoda você, que tal assim? — disse um dos garotos do time Teen Blood enquanto descia a arquibancada em direção ao jovem. Depois de falar isso, fez um gesto com uma das mãos levando ela de um lado para o outro e em segundos todos sumiram.— Como isso é possível? Onde estão todos?— Onde nós estamos, meu velho amigo. — Neste instante o garoto alcançou a quadra vazia. — Se escondeu bem desta vez, devo admitir. Mas estive te observando, b
Eram 10:00am no anfiteatro da escola, a equipe do comitê escolar estava reunida inclusive Flávia, e o que todos duvidavam que um dia pudesse acontecer, aconteceu... Amanda não estava.— Já ligou pra ela, Flavinha? — Cristina, que era uma das participantes, perguntava com meio sorriso nos lábios.Flávia não se deu ao trabalho de responder, a preocupação era muito maior que uma inveja boba de adolescentes.— Vamos começar sem ela por enquanto, tenho certeza que logo entrará em contato. — Deu início a reunião o vice-presidente do comitê.Flávia ia tentar ligar pela vigésima vez para a amiga quando chegou a mensagem:Amanda diz: "Ví, estou chegando, fala pro Luciano começar a reunião pra mim, não consigo falar com ele.”Flávia diz: “Não se preocupe, ele j&aacut
— Alô, Maurício?— Sim, quem fala?— Lucas, amigo de Samanta. Queria saber…— Peraí cara, que Samanta?— Sua irmã.— Quem está falando mesmo?— Sou Lucas, ou melhor LM, você corta a grama lá em casa de vez em quando — falava apressadamente pois queria saber notícias da amiga. — Minha mãe é a senhora Iris Pereira.— Ah, claro! E aí cara, vai precisar essa semana de corte?— Na verdade não sei, vou falar com minha mãe, estou ligando para saber da sua irmã, Samanta.— Olha cara, acho que se enganou, não tenho nenhuma irmã chamada assim, tenho duas irmãs mais novas, Samira e Selina.LM estava sem jeito, tinha certeza que ligou certo, pois os nomes das irmãs de Samanta eram exatamente estes.
— Mandi, gostou da lasanha? Eu que fiz. — Flávia soltou uma risada.— Ví, até eu sei colocar uma lasanha semi pronta de caixinha no micro-ondas. — E riu junto com a amiga. — Mas estava uma delícia. Apesar de você dizer que estava cansada de fast food.— Mas olha o que tem de sobremesa que lá na escola não teria.Amanda fez uma cara de felicidade e passou a língua pela boca antes mesmo de responder.— Pavê de chocolate? Por favor Ví, diz que é. — e um biquinho com a boca e juntando as mãos no sentido de implorar algo.— Sim!!! E com calda de morango que minha mãe fez antes de viajar.— Sua mãe é uma santa. Me dá! Me dá!!!As garotas comeram e, satisfeitas, ficaram relaxadas no sof&aacut
Marcelo, ao entrar no quarto viu que tinham duas camas de solteiro e um sofá. E em cima de cada cama, deitadas imóveis, suas amigas Samanta e Maia, no sofá o garoto amigo de Lino, Cristiam. Seu coração disparou e ele correu para socorrer. Primeiro se aproximou de Samanta, ela estava completamente sem cor, sua pele fria e rígida. Marcelo ainda tentou sentir a pulsação da garota, mas não sentia nada. Virou-se para Maia, esta estava irreconhecível, além da pele branca também estava seca, grudada aos ossos, como se não tivesse mais líquido, sempre foi magra, mas estava cadavérica. Viu que tinham marcas, como mordidas em seu pescoço e nos pulsos. Suas lágrimas começaram a brotar de rosto e a dor no peito aumentou, sentia-se tonto. Amava aquelas meninas como suas próprias irmãs, lembrou do sonho de Samanta de ser uma grande fotógrafa e trabalha
Gaia olhava para o quarto de Jéssica tentando entender quem era aquela moça que tinha a mesma energia do irmão. Via uma estante com diversos livros, bichinhos fofos de pelúcia e porta-retratos, inclusive o que chamou mais atenção era a fotografia do lindo casal. Olhou como seu irmão havia crescido e tinha se tornado um rapaz muito belo, forte e estava feliz.— Venha aqui querida, deixe-me ver um pouco do meu irmão na sua vida.As duas sentaram lado a lado na cama e Gaia começou a sua visão em um quarto olhando para uma cama de solteiro com desenhos de carros e bolas de futebol, nas paredes posters de cantores gospel. Uma estante com vários CD’s embaixo de um aparelho de som. Mais ao canto uma mesa de estudo com livros e cadernos jogados, várias canetas e materiais escolares. A garota foi até uma janela e olhando para ela ficou imaginando que seria uma benç&atil
Uma voz feminina, muito suave e doce, cantava uma canção. A melodia vinha de um jardim, com belas árvores pequenas e frondosas, muitas plantas de várias espécies, plantadas em vasos ou diretamente no chão. Elas eram dispostas formando caminhos com pedras achatadas de duas a duas até chegar em um lugar mais aberto, cheio de roseiras de várias cores. Lá estava a dona da linda voz. Sentada ao chão, usava um grande chapéu para lhe proteger do sol e com uma pequena pá, mexia na terra em volta das roseiras.— “A renda de tua saiaVale bem cinco mil réisArrasta mulata a saiaQue eu te dou cinco e não dezIsso é bom isso é bom isso é bom que dóiIsso é bom isso é bom isso é bom que dói…”— Bu!!! — Um homem veio por trás dela e a surpreendeu.<