Eram 10:00am no anfiteatro da escola, a equipe do comitê escolar estava reunida inclusive Flávia, e o que todos duvidavam que um dia pudesse acontecer, aconteceu... Amanda não estava.
— Já ligou pra ela, Flavinha? — Cristina, que era uma das participantes, perguntava com meio sorriso nos lábios.
Flávia não se deu ao trabalho de responder, a preocupação era muito maior que uma inveja boba de adolescentes.
— Vamos começar sem ela por enquanto, tenho certeza que logo entrará em contato. — Deu início a reunião o vice-presidente do comitê.
Flávia ia tentar ligar pela vigésima vez para a amiga quando chegou a mensagem:
Amanda diz: "Ví, estou chegando, fala pro Luciano começar a reunião pra mim, não consigo falar com ele.”
Flávia diz: “Não se preocupe, ele j&aacut
— Alô, Maurício?— Sim, quem fala?— Lucas, amigo de Samanta. Queria saber…— Peraí cara, que Samanta?— Sua irmã.— Quem está falando mesmo?— Sou Lucas, ou melhor LM, você corta a grama lá em casa de vez em quando — falava apressadamente pois queria saber notícias da amiga. — Minha mãe é a senhora Iris Pereira.— Ah, claro! E aí cara, vai precisar essa semana de corte?— Na verdade não sei, vou falar com minha mãe, estou ligando para saber da sua irmã, Samanta.— Olha cara, acho que se enganou, não tenho nenhuma irmã chamada assim, tenho duas irmãs mais novas, Samira e Selina.LM estava sem jeito, tinha certeza que ligou certo, pois os nomes das irmãs de Samanta eram exatamente estes.
— Mandi, gostou da lasanha? Eu que fiz. — Flávia soltou uma risada.— Ví, até eu sei colocar uma lasanha semi pronta de caixinha no micro-ondas. — E riu junto com a amiga. — Mas estava uma delícia. Apesar de você dizer que estava cansada de fast food.— Mas olha o que tem de sobremesa que lá na escola não teria.Amanda fez uma cara de felicidade e passou a língua pela boca antes mesmo de responder.— Pavê de chocolate? Por favor Ví, diz que é. — e um biquinho com a boca e juntando as mãos no sentido de implorar algo.— Sim!!! E com calda de morango que minha mãe fez antes de viajar.— Sua mãe é uma santa. Me dá! Me dá!!!As garotas comeram e, satisfeitas, ficaram relaxadas no sof&aacut
Marcelo, ao entrar no quarto viu que tinham duas camas de solteiro e um sofá. E em cima de cada cama, deitadas imóveis, suas amigas Samanta e Maia, no sofá o garoto amigo de Lino, Cristiam. Seu coração disparou e ele correu para socorrer. Primeiro se aproximou de Samanta, ela estava completamente sem cor, sua pele fria e rígida. Marcelo ainda tentou sentir a pulsação da garota, mas não sentia nada. Virou-se para Maia, esta estava irreconhecível, além da pele branca também estava seca, grudada aos ossos, como se não tivesse mais líquido, sempre foi magra, mas estava cadavérica. Viu que tinham marcas, como mordidas em seu pescoço e nos pulsos. Suas lágrimas começaram a brotar de rosto e a dor no peito aumentou, sentia-se tonto. Amava aquelas meninas como suas próprias irmãs, lembrou do sonho de Samanta de ser uma grande fotógrafa e trabalha
Gaia olhava para o quarto de Jéssica tentando entender quem era aquela moça que tinha a mesma energia do irmão. Via uma estante com diversos livros, bichinhos fofos de pelúcia e porta-retratos, inclusive o que chamou mais atenção era a fotografia do lindo casal. Olhou como seu irmão havia crescido e tinha se tornado um rapaz muito belo, forte e estava feliz.— Venha aqui querida, deixe-me ver um pouco do meu irmão na sua vida.As duas sentaram lado a lado na cama e Gaia começou a sua visão em um quarto olhando para uma cama de solteiro com desenhos de carros e bolas de futebol, nas paredes posters de cantores gospel. Uma estante com vários CD’s embaixo de um aparelho de som. Mais ao canto uma mesa de estudo com livros e cadernos jogados, várias canetas e materiais escolares. A garota foi até uma janela e olhando para ela ficou imaginando que seria uma benç&atil
Uma voz feminina, muito suave e doce, cantava uma canção. A melodia vinha de um jardim, com belas árvores pequenas e frondosas, muitas plantas de várias espécies, plantadas em vasos ou diretamente no chão. Elas eram dispostas formando caminhos com pedras achatadas de duas a duas até chegar em um lugar mais aberto, cheio de roseiras de várias cores. Lá estava a dona da linda voz. Sentada ao chão, usava um grande chapéu para lhe proteger do sol e com uma pequena pá, mexia na terra em volta das roseiras.— “A renda de tua saiaVale bem cinco mil réisArrasta mulata a saiaQue eu te dou cinco e não dezIsso é bom isso é bom isso é bom que dóiIsso é bom isso é bom isso é bom que dói…”— Bu!!! — Um homem veio por trás dela e a surpreendeu.<
— Chega de desenho, os dois para a caminha. — Asher juntava o restante de brinquedos espalhados no chão da sala enquanto falava.— Ah, mãe!!! Mais meia hora, por favor. — Phílos pedia com uma voz manhosa.— Nem mais um minuto, tem aula amanhã cedinho. Escovar os dentes e fazer oração.As crianças resmungaram um pouco mas acabaram obedecendo a mãe. No meio da noite Gaia começou a gritar e chamar pela mãe. Asher correu para o quarto da filha, acendeu a luz e viu que ela chorava muito agarrada ao seu ursinho de pelúcia.— Mamãe está aqui meu amor, calma. Foi um pesadelo.— Não foi não mamãe, eu as vi. Elas estão vindo me pegar.— Quem, meu amor? — olhou para os olhinhos vermelhos e molhados d
Phílos e Gaia ainda estavam no quarto de Jéssica pensando na estratégia que fariam para passar todo um dia protegendo os amigos e se preparando para o ritual do despertar de Brida.— Jéssica, meu amor, preciso ir. Vou deixar você descansar para o jogo de amanhã cedo. — Disse Phílos tocando o rosto de sua amada e acordando ela do transe.— Mas você acabou de chegar, não pode ficar mais um minuto? — Ele pediu que a irmã esperasse por ele no corredor, achava que elas tinham que se conhecer do jeito natural, sem hipnose. Gaia antes de sair apagou a lembrança de ter estado ali.— Não posso, só passei pra te falar que vai dar tudo certo amanhã.— Mas bênção, e nossas amigas? — Phílos sabia o que deveria fazer, por mais que não fosse o certo, pois foi ensinado que o humano precisa vivenciar o
Já tinha amanhecido quando Asher terminava de arrumar as coisas das crianças. Elas acordaram e foram se trocar.Enquanto colocava coisas nas malas das crianças, conversava com elas tentando manter a calma.— Atenção, lembram do teatro que a mamãe e o papai fizeram sobre o povo mal? — Ela abria as gavetas e puxava roupas aleatórias.— Eu lembro!!! — Phílos levantou a mão empolgado.— Mamãe, eu também lembro!!! — Gaia falou tentando passar o buraco da blusa pela cabeça.A mãe ao pegar uma coberta na parte de cima do guarda roupa, trouxe junto outros lençóis que caíram por sobre sua cabeça e a tirou da sua suposta calma.— Maldição!!! — Quando deu por si, já havia falado e as crianças de imediato começaram a observá-la.