Marcelo, enquanto assistia ao jogo acompanhado de seus amigos naquela manhã, pensava na conversa que tinha ouvido há pouco na entrada do vestiário. Era como se ele sentisse que havia alguma coisa muito estranha acontecendo envolvendo aquele grupo de rapazes, que naquele instante, jogava na quadra. Agora sem as jaquetas, ele observou que eles eram bem robustos para um time do ensino médio. Não expressavam muita simpatia, apenas se comunicavam entre eles fazendo sinais normais de jogadores e quando acertavam as jogadas nem ao menos comemoravam, só trocavam as posições. Observou também que o treinador e o banco de reserva deles agiam da mesma forma, quase sem expressão.
— Não é, amigão? — Pedro cutucava o amigo, que estava muito concentrado no jogo.
— Oi, desculpe. O que falavam? — perguntou Marcelo.
— Vamos almoçar na casa do L.M, o jogo
Jéssica acordou deitada no chão da relva na mata onde havia sido a festa e olhou ao seu redor onde muitos, ainda adormecidos, estavam sendo acordados por outros jovens. Muito confusa ela olhou para LM e perguntou o que estava acontecendo.— Não sei. Acordei a pouco, encontrei você primeiro, vamos procurar os outros.Eles começaram olhar entre os que estavam deitados e encontraram mais adiante Lucas e Bruna acordando Maia que estava ainda sentada tentando entender tudo aquilo.Os jovens do local conversavam entre si tentando encontrar uma resposta para tudo aquilo. Muitos tentavam acessar o sinal de celular em vão, outros corriam para seus carros e iam embora.— Onde está Samanta? — perguntou Jéssica aos seus amigos.— Vamos nos dividir e procurar. — disse Lucas.Procuraram por muito tempo, até que o local foi ficando cada vez mais e mais vazio. Se enc
— Não sabemos onde ela está. — Maia tentava explicar a ausência da amiga fotógrafa, olhando para a feição da presidente do comitê que não estava para muitos amigos. — Vou enviar uma mensagem pra turma. Só um minuto, Amanda.— Thomás, vamos entrar com o plano B. Verifique se aquele fotógrafo freelancer ainda mantém o mesmo valor, vou passar para a comissão financeira. — Amanda falava e todos iam anotando. — George, vamos repassar os centros de distribuição de água mineral nas quadras, campos e piscinas para as equipes, ontem recebi um email que quase não deu para a equipe de vôlei de areia. Pessoal, estou pensando em aumentar os integrantes da equipe de limpeza, mas o orçamento está mais apertado que nunca, ainda mais com esse imprevisto da Samanta. Vou falar com a diretoria da escola à tarde e se ap
A turma queria dar um jeito de ir até o vestiário falar com a amiga e decidiram fazer isso enquanto o jogo estava acontecendo, pois ia ser mais fácil de passar pelos dois brutamontes que guardavam a porta.— É agora galera, vamos lá! — Marcelo incentivou a turma.Chegaram na entrada do vestiário, não havia ninguém vigiando.— Perfeito, vamos lá! — disse Lucas.Quando entraram, para a surpresa de todos, não havia ninguém.— Mas como assim? Não tem dez minutos que eles vieram para cá. Vamos lá fora, com certeza pegamos eles aqui no campus. — Bruna deu a ideia.— Vamos nos separar. Marcelo e eu vamos para a saída A e vamos olhando tudo até lá. — Jéssica se prontificou.— Nós vamos olhando tudo nos corredores do bloco G, H e I até a saí
— Gente. não vamos poder ajudar muito vocês esta tarde — Jéssica disse apontando para Bruna, que acenava com a cabeça concordando com a amiga. — Temos uma reunião para organizar o jogo de amanhã cedo.— Eu tenho médico, minha consulta de rotina. — Pedro explicou.— Sem problemas, vamos ver o que conseguimos e atualizamos vocês pelo grupo. — Marcelo que falou dessa vez.O grupo se despediu e cada um partiu para seus afazeres daquela tarde. Bruna antes de sair com Maia, combinou de encontrar Jéssica na reunião mais tarde e foram para a “área da soneca”, um espaço que o campus oferecia com muitas almofadas jogadas no chão e redes armadas nas paredes da sala. Era uma sala que tinha um
— Ví, para de enrolar com esse suco. Toma tudo e vamos para a reunião. Já sei que está tudo em ordem, é só uma repassagem das coisas diárias mesmo. — Amanda falava e já ia guardando os recipientes em uma bolsinha cor de rosa com unicórnios coloridos desenhados.— Tomara que essa reunião seja breve, não dormi bem essa noite. — Flávia falava com a amiga, fazendo careta a cada gole que dava no suco.— Tá bom, não precisa beber tudo.Flávia sorriu aliviada. E foram para o anfiteatro. No caminho, passaram em frente ao ginásio e viram uma pequena roda de jovens e alguns organizadores. Resolveram chegar mais perto para saber o que havia. Avistaram dois rapazes com crachá do evento, apoiando um rapaz ruivo e franzino que parecia estar muito pálido, com
— Que xi, que nada!! — Lucas estava atrás do amigo na arquibancada olhando para o campo, mas não conseguia ver nenhuma luz azul, nem ouvir nenhum som. Mas… — Quem são aquelas garotas? Está muito escuro.— Meu Deus, o que estão fazendo com Maia. —Vamos até lá. — Mas quando estava indo, viu mais duas moças chegarem no local. — Aonde aquela moça vai? Espere aqui.Marcelo viu duas moças chegarem ao campo, de mãos dadas, observou que a que seguia a frente via algo que a de trás não via porque andava com muita dificuldade. Depois de observar um pouco, ficou intrigado com o que aconteceu, a moça que vinha atrás se desprendeu da outra e foi puxada por um dos raios azuis, sendo atraída para o centro do campo. Marcelo correu na direção das meninas, mas só deu tempo de segurar
Amanheceu e foram para a escola, o dia estava ensolarado. Marcelo não conseguiu dormir direito, teve vários pesadelos, inclusive com as garotas da noite passada. Lucas dormiu como uma pedra, dizia ele que não lembrava realmente de nada, só de ter seguido Marcelo ao campo no escuro e acordado lá depois, sentia por não poder ajudar o amigo. Marcelo não tomou o remédio, fez de propósito, há muito tempo queria ter a oportunidade de fugir das reações que ele proporciona, mas como sua mãe ficava olhando para ver se ele engolia, nunca teve a chance de não tomar. Era uma chance também de mostrar aos seus pais que talvez nem precisasse mais desse remédio como eles pensavam.— Bom dia, meninas. Bom dia, oncinha. — Chegando no estádio avistou as meninas saindo do vestiá
Flávia seguia Amanda de volta para a festa, agora já perto de onde as outras amigas estavam ela precisava ficar sozinha para pensar sobre tudo que acabara de lhe acontecer.— Mandi, por favor, espere um pouco. — E puxou a amiga. — Você tem razão, não me sinto bem. Vou embora, tá bem?— Como assim? Não posso deixar você ir sozinha depois de me dizer que viu luzes e não está bem. — Amanda colocava a mão na testa de Flávia como para aferir sua temperatura.— E se eu prometer que pego o táxi e vou mandar mensagem de quinze minutos até chegar em casa? — fez um beicinho e um olhar que derreteu o coração da amiga.— Só porque estou com a Agnes e Sofia que desta vez não vou ficar com você, mas tem que prometer q